Senegal/Moodys rebaixa rating soberano para Caa1 governo contesta
Bissau, 13 Out 25
(ANG) – A agência de classificação Moody's Investors Service rebaixou nesta
sexta-feira a classificação soberana do Senegal de B3 para Caa1 com perspectiva
negativa, provocando uma forte reação do governo senegalês, que denunciou uma
decisão "duvidosa" que não refletia a realidade dos fundamentos
econômicos do país ou seus esforços para estabilizar as finanças públicas.
Em comunicado
publicado em seu site oficial, a Moody's justificou sua decisão pelo
"aumento dos riscos quanto à trajetória da dívida e à liquidez disponível
desde nossa avaliação anterior", o que significa que planeja reduzi-la em
mais um nível nos próximos seis meses.
Este é o segundo
rebaixamento da Moody's para a dívida senegalesa em 2025, após um rebaixamento
de dois níveis em fevereiro passado.
Citando uma
deterioração adicional no perfil de liquidez do país e riscos crescentes em
torno da trajetória da dívida pública, a agência observou que um recente
exercício de reavaliação orçamentária destacou uma dívida equivalente a 119% do
PIB em 2024, significativamente maior do que as estimativas anteriores,
complicando os esforços de ajuste fiscal do governo.
Em resposta, o
governo senegalês expressou seu profundo pesar por esta decisão no sábado,
dizendo que ela foi baseada em uma avaliação "especulativa, subjetiva e
tendenciosa" que não refletia nem a solidez dos fundamentos econômicos nem
a extensão das reformas em andamento destinadas a fortalecer a estabilidade
orçamentária.
O Ministério das
Finanças e Orçamentos critica o caráter "prematuro" e
"parcial" da análise da Moody's, lamentando que ela se baseie em
fontes não especificadas e que faça parte de uma tendência crítica observada há
vários meses.
A mesma fonte destaca
ter empreendido diversas reformas estruturais no âmbito do Plano de Recuperação
Económica e Social, convidando os parceiros e investidores a basearem-se em
dados fiáveis e análises equilibradas.
O Senegal enfrenta
uma situação econômica preocupante, com um déficit orçamentário de 14% e uma
dívida pública pendente que representa 119% do PIB (Produto Interno Bruto).
No início de agosto,
o primeiro-ministro Ousmane Sonko revelou um "plano de recuperação
econômica e social" que pretende ser financiado "90%" por
recursos internos para "soberanizar" o país.ANG/FAAPA

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