Brasil/Lula diz que vai recandidatar-se para que “nunca mais” a extrema-direita governe o Brasil
"Eu
sei da dificuldade, mas, se depender de mim, nunca mais alguém de
extrema-direita, negacionista, vai governar esse país", disse Lula da
Silva, durante uma entrevista com seis agências internacionais, entre as quais
a Lusa, a dois dias da cimeira de líderes que antecede a Conferência das Nações
Unidas para o Clima (COP30) na cidade amazónica de Belém.
O
chefe de Estado brasileiro, de 80 anos, disse ainda que a sua missão é fazer
com que o povo compreenda "a diferença da democracia com o
autoritarismo".
Em
outubro, Lula da Silva quebrou, finalmente o ‘tabu’ e anunciou a recandidatura
às eleições de outubro de 2026, durante a sua viagem à Indonésia.
Aos
80 anos, indicou que, para ser candidato, é necessário ter saúde, mas assegurou
ter bastantes cuidados, adiantando que se encontra no melhor momento da sua
vida, em termos pessoais e políticos.
Lula
da Silva lidera todos os cenários de intenção de voto face a qualquer um dos
prováveis candidatos. Caso vença, será a primeira vez que um mesmo candidato
exerce por quatro vezes a chefia de Estado no Brasil.
Jair
Bolsonaro, impedido de concorrer a quaisquer eleições nos próximos oitos anos,
ainda não disse quem será o seu sucessor político.
Para
além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil começa a apreciar, a 07
de novembro, o recurso apresentado pelo ex-Presidente contra a condenação de
mais de 27 anos de prisão.
Em
11 de setembro, Bolsonaro e sete dos seus mais próximos colaboradores, entre
antigos ministros e altos comandos militares, foram condenados por orquestrarem
um golpe após perderem as eleições de 2022, vencidas pelo atual Presidente,
Lula da Silva.
O
ex-chefe de Estado recebeu a pena mais severa de todas por ter sido considerado
o líder da "organização criminosa" que procurou "perpetuar-se no
poder".
A
sentença foi publicada em 22 de outubro, data a partir da qual se abriu o prazo
para apresentação de recursos.
Contudo,
este primeiro recurso não avaliará o mérito da condenação e limitar-se-á apenas
a questões formais.
A
defesa de Jair Bolsonaro pediu na segunda-feira ao STF a redução da pena, num
recurso em que alegou que o direito à ampla defesa foi violado.
Os
advogados de Bolsonaro alegaram que o ex-chefe de Estado foi condenado com base
numa confissão "viciada e contraditória" de um dos seus
ex-assessores, bem como erros jurídicos do STF, ao puni-lo por golpe de Estado
e por abolição violenta do Estado democrático de direito, que consideram ser o
mesmo crime.
Antes
da execução da sentença, a defesa do ex-Presidente ainda poderá apresentar
outro recurso.
Uma
vez julgados os recursos, mantendo-se a condenação, o STF deverá ordenar a
execução das penas e definir onde serão cumpridas.
Bolsonaro,
de 70 anos, encontra-se em prisão domiciliária na sua residência em Brasília,
desde Agosto.
ANG/Inforpress/Lusa

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