quarta-feira, 18 de junho de 2025

      Israel/Telavive recusa negociar com Teerão. "Operação vai continuar"

Bissau, 18 Jun 25 (ANG) - Israel recusou hoje negociar com o Irão e assegurou que vai prosseguir a ofensiva militar apelidada pelo exército de "Leão Ascendente", iniciada em 13 de junho, até atingir todos os objetivos.


"Não haverá negociações. A operação vai continuar até atingirmos os nossos objetivos", disse o chefe da diplomacia israelita, Gideon Saar, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Saar fez as declarações durante uma reunião de informação com mais de 30 embaixadores estrangeiros, incluindo os de Itália, Polónia, Índia, Espanha e Suécia.

O encontro decorreu no local onde um míssil balístico iraniano atingiu a cidade de Bat Yam, a sul de Telavive, no domingo, matando oito pessoas.

Saar acusou o Irão de "visar deliberadamente áreas povoadas e matar civis".

Avisou que os iranianos estavam "a cometer um erro" ao subestimar a força e o apoio generalizado do povo israelita à operação militar.

Saar reiterou perante os diplomatas a determinação do país em neutralizar a ameaça nuclear e destruir as armas de mísseis balísticos do Irão.

Israel iniciou uma ofensiva militar contra o Irão na sexta-feira, com ataques a instalações militares e do programa nuclear iraniano.

Os ataques israelitas causaram pelo menos 232 mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear, segundo dados oficiais.

O Irão ripostou e provocou 24 mortos em Israel, de acordo com as autoridades de Teerão. ANG/Lusa

 


      Guerra/Irão "nunca se renderá à imposição de quem quer que seja"

Bissau, 18 Jun 25 (ANG) - O líder do Irão, 'ayatollah' Ali Khamenei, recusou hoje uma rendição dos iranianos e advertiu para "danos irreparáveis" se os Estados Unidos intervierem no conflito com Israel, numa declaração lida na televisão estatal.


"nação iraniana opõe-se firmemente a uma guerra imposta, tal como se oporá firmemente a uma paz imposta. Esta nação nunca se renderá à imposição de quem quer que seja", afirmou Khamenei.

"Os americanos devem saber que qualquer intervenção militar da sua parte resultará certamente em danos irreparáveis", disse o líder no poder desde 1989, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Khamenei reagia às ameaças do Presidente norte-americano, Donald Trump, aliado de Israel, que na terça-feira apelou ao Irão para uma "rendição incondicional".

Trump afirmou também que sabia onde Khamenei estava escondido, mas que não o ia "eliminar por agora".

"Numa declaração inaceitável, o Presidente americano instou explicitamente os iranianos a renderem-se", disse Khamenei.

Khamenei afirmou que "as ameaças não influenciarão o comportamento (...) da nação iraniana".

Os comentários de Khamenei, 86 anos, foram lidos por um apresentador da televisão estatal, com uma imagem fixa do líder, segundo a agência norte-americana Associated Press (AP).

Não ficou claro por que razão Khamenei não apareceu no ecrã, como já tinha feito uma vez desde o início dos ataques israelitas em 13 de junho.

A agência estatal IRNA tinha noticiado que Khamenei iria fazer uma comunicação ao país.

O canal do Qatar Al Jazeera informou que a televisão estatal iraniana transmitiu posteriormente uma gravação em vídeo com Khamenei a discursar.

Ao mesmo tempo, o Irão e Israel continuaram a trocar ataques com mísseis.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) anunciou hoje a destruição por Israel de dois edifícios onde "eram fabricados componentes de centrifugadoras", em Karaj, perto de Teerão.

Alegando ter informações que provavam que o Irão se aproximava do "ponto de não retorno" para a bomba atómica, Israel lançou um ataque sem precedentes contra o arqui-inimigo na sexta-feira.

Desde então, atingiu centenas de instalações militares e nucleares, e matou oficiais militares de topo e cientistas nucleares.

O Irão, que nega ter construído armas nucleares, declarou a intenção de retaliar contra a guerra lançada por Israel, que acusou de tentar torpedear as negociações nucleares entre Teerão e Washington.

As forças iranianas têm ripostado com o lançamento de mísseis e 'drones' contra várias cidades israelitas, cujas autoridades admitiram que os ataques causaram pelo menos 24 mortos.ANG/Lusa

 

         Angola/Composição da CNE  compromete credibilidade eleitoral

Bissau, 18 Jun 25 (ANG) - O Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Dem
ocracia (IASED) disse hoje que a composição da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), baseada em quotas partidárias, "é incompatível" com as diretrizes da SADC e compromete a credibilidade eleitoral.

O IASED recorda que Angola é signatária dos princípios e diretrizes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla inglesa), que estabelece que os órgãos de gestão eleitoral devem ser "imparciais, profissionais, independentes e competentes, cujos comissários que a integrem devem ser distintos e apartidários".

Em comunicado enviado hoje à Lusa, baseado no recente acórdão do Tribunal Constitucional (TC) angolano, que reprovou a ação do partido UNITA (oposição) sobre a composição da CNE, o IASED refere que aquela instância confirmou que CNE é composta com base em quotas partidárias e sua composição reflete a representação proporcional dos partidos com assento parlamentar.

Segundo a organização não-governamental angolana, a fundamentação do TC e a prática vigente em Angola evidenciam uma contradição material com os padrões da SADC, porque, em vez de apartidarismo, a composição da CNE angolana "é explícita e formalmente determinada por quotas de partidos políticos".

A atual configuração da CNE "fragiliza a independência e imparcialidade institucional", pois, com a maioria dos membros a representarem partidos, coloca-se em risco a perceção pública e a realidade da neutralidade da administração eleitoral".

Esta composição da entidade eleitoral reflete uma "violação do critério de mérito e competência técnica: a lógica de nomeação partidária não assegura, por si, que os comissários sejam selecionados por critérios de competência técnica e mérito profissional", refere-se.

Por outro lado, reflete igualmente um "desalinhamento com o compromisso internacional de Angola como Estado membro da SADC", salienta-se na nota, recordando que Angola, ao ser signatária das normas da SADC, tem o dever de conformar as práticas institucionais aos princípios regionais que subscreveu.

"Este desfasamento compromete a credibilidade dos processos eleitorais e pode servir de base para questionamentos internacionais e nacionais sobre a integridade das eleições", lê-se ainda no documento, assinado pelo diretor executivo Luís Jimbo.

O TC rejeitou os dois pedidos apresentados pelo grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição) sobre a composição da CNE, abrindo caminho à designação dos novos membros por parte da Assembleia Nacional.

Os juízes conselheiros do TC afastaram as pretensões do maior partido da oposição angolana -- que interpôs uma providência cautelar e uma ação de impugnação contra a distribuição de comissários na CNE aprovada pela maioria parlamentar do MPLA, em dois acórdãos distintos que a Lusa consultou.

No primeiro, relativo à providência cautelar que a UNITA interpôs para tentar suspender a votação da resolução parlamentar sobre a composição da CNE, o tribunal declarou a ação extinta por "inutilidade superveniente da lide", uma vez que a resolução foi, entretanto, votada.

No segundo, o plenário do tribunal rejeitou, por unanimidade, a ação de impugnação da resolução que fixa o número de membros da CNE por partido ou coligação, por considerar que "não se verifica qualquer ofensa à Constituição e à lei".

A deliberação em causa atribui nove lugares ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), quatro à UNITA e um representante indicado por cada um dos outros três partidos com assento parlamentar: Partido da Renovação Social (PRS), Partido Humanista de Angola (PHA) e Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA). ANG/Lusa

 

China/Pequim acusa G7 de manipular assuntos relacionados com a China

Bissau, 18 Jun 25 (ANG) - Pequim acusou hoje o Grupo dos Sete (G7) de "manipular uma vez mais assuntos relacionados com a China" e de emitir "declarações irresponsáveis" sobre temas como Taiwan e o mar do Sul da China.

"grupo interferiu nos assuntos internos da China e violou as normas básicas das relações internacionais", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, em conferência de imprensa, acrescentando que Pequim apresentou protestos formais junto dos países envolvidos.

Guo defendeu que "se o G7 está realmente preocupado com a paz no estreito de Taiwan, deve opor-se claramente à independência de Taiwan e apoiar a 'reunificação' da China".

"O G7 deve respeitar os esforços conjuntos dos países do mar do Sul da China para resolver as disputas através do diálogo e da consulta, manter a paz e a estabilidade, e deixar de instrumentalizar as questões marítimas para perturbar as relações entre os países da região e agravar as tensões", acrescentou o porta-voz.

A China reclama soberania sobre quase todo o mar do Sul da China, reivindicações que entram em conflito com as de outros países da região, incluindo Filipinas, Malásia e Vietname.

Na declaração final da 51.ª cimeira do G7, divulgada na terça-feira pelo primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, anfitrião do encontro, os líderes do grupo expressaram "preocupações contínuas com as atividades desestabilizadoras da China nos mares do Leste e do Sul da China, bem como com a importância de manter a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan". ANG/Lusa

 

Política / Primeiro-ministro pede  compreensão às circunstâncias  económicas do país aos sindicatos e estudantes

Bissau,18 jun 25 (ANG) – O Primeiro-ministro pediu  aos sindicatos e estudantes para compreenderem as circunstâncias económicas em que o país se encontra.

Rui Duarte Barros referia-se aos sindicatos dos setores de ensino e saúde que reivindicam, com greves, o pagamento de dívidas salariais em atraso, e aos estudantes que exigem a demissão do Governo por alegada incapacidade de evitar as greves cíclicas que ocorrem nos setores de ensino e saúde.

O PM respondia a pergunta de um jornalista no âmbito da cerimónia de lançamento do projeto de Desenvolvimento, Integração e Reforço das Competências Técnicas(DIRECT), financiado pela União Europeia e implementado pela UNESCO, em colaboração dom os ministérios da Educação e da Função Pública.

Na semana passada, a Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAEGUIB) pediu a demissão do governo liderado por Rui Duarte Barros, por alegada incapacidade de ultrapassar as sucessivas ondas de greve nos setores sociais, nomeadamente educação e saúde.

A Frente Social, que engloba os Sindicatos dos  dois setores de Educação e Saúde, anunciou para a próxima semana, mais 15 dias de paralisação nestes dois setores.

Déncio Florentino Ié destaca que as suas reivindicações visam apenas pressionar o governo, a cumprir com as exigências constantes no caderno reivindicativo.

Os dois sectores cumpriram na semana passada cinco dias de   paralisação. ANG/RSM

 

 Religião/Novo Bispo de Bafatá apresenta visão pastoral centrada no diálogo inter-religioso, escuta e esperança

Bissau,18 Jun 25(ANG) – O   novo Bispo da Diocese  de Bafatá, leste do país,  apresentou uma  visão pastoral centrada no diálogo inter-religioso, escuta e esperança.

Dom Vítor Luís Quematcha, que falava em conferência de imprensa  na terça-feira, em Bissau,  apresentou  publicamente a sua visão pastoral e partilhou  as suas  primeiras impressões sobre a nova missão que assumirá oficialmente dentro de 11 dias.

O novo Bispo da Diocese de Bafatá prometeu que vai  promover a convivência fraterna entre todos, independentemente da etnia ou religião.

Dom Vitor salientou que os jovens precisam de uma palavra de ordem, a  esperança, também defendeu que devem ser apoiados na realização dos seus próprios sonhos.

O prelado garantiu que dará continuidade ao trabalho dos seus predecessores, sobretudo na promoção da boa convivência e na integração dos valores do Evangelho com as culturas locais.

Na apresentação da sua visão pastoral, Dom Vitor destacou quatro prioridades, o primeiro de  ir a Bafatá com espírito de encontro com os irmãos; segundo,  reforçar  o diálogo inter-religioso; terceiro,  empenhar e  esforçar  na inculturação dos valores do Evangelho; quarto, promover a formação dos leigos e criar oportunidades de capacitação para as mulheres.

Segundo o  presidente da Comissão Organizadora e coordenador dos clérigos diocesanos, Padre Augusto Mutna Tambá , a ordenação episcopal e a tomada de posse do novo Bispo da Diocese de Bafatá terão lugar na Sé Catedral de Bafatá, no próximo dia 28 de junho.

Mutna Tambá disse que os preparativos para a tomada de posse do novo Bispo da Diocese de Bafatá estão praticamente concluídos e apelou à colaboração de todos, sublinhando que qualquer ajuda será bem-vinda. ANG/JD/ÂC//SG

 

Educação/ Primeiro-ministro diz que Projeto DIRECT marca  novo capítulo no compromisso do Governo com  educação 

Bissau, 18 Jun 25 (ANG) - O Primeiro-ministro afirmou na terça-feira, que o Projeto Desenvolvimento, Inserção e Reforço de Competências Técnicas.(DIRECT) vai marcar um novo capítulo no compromisso do Governo com a educação e a formação profissional no país. 

Rui Duarte Barros proferiu esta declaração na cerimónia do lançamento oficial do referido Projeto, e disse que o DIRECT  não apenas consolida os avanços alcançados pelo Projeto RESET, com  também amplia a sua base, reforçando as competências técnicas dos jovens guineenses, implementando a empregabilidade , a inovação e o desenvolvimento sustentável da Guiné-Bissau, nas áreas de tecnologia de informação, cyber-segurança, manutenção industrial, energias renováveis, agricultura, meio ambiente, construção e gestão de projetos

O Governo inscreve o subsetor de ensino técnico e profissional como uma das suas prioridades, e o  DIRECT, segundo Fernando Henrique Mendes, Secretário de estado da Reforma Administrativa, vai contribuir  para mitigar as necessidades de formação, capacitação e inserção na vida ativa das camadas mais desfavorecidas, neste caso, jovens, mulheres, raparigas, pessoas portadoras de deficiência e a população que vive nas zonas rurais privadas de oportunidades em todas as dimensões. 

"O ensino técnico e formação profissional é considerado como um dos melhores meios para contribuir para a melhoria da relação entre educação, formação e emprego, num contexto em que uma das causas do desemprego juvenil continua a ser a inadequação entre a formação e o mercado de trabalho porquanto a educação é elevador social" disse Fernando Mendes. 

A União Europeia e a UNESCO assinaram, em Dezembro de 2024, a criação do projeto DIRECT com a duração prevista de cinco anos . 

O projeto DIRECT propõe uma abordagem integrada, com foco no reforço institucional das entidades nacionais envolvidas na formação profissional, no alinhamento entre formação e empregabilidade e na valorização das competências técnicas como instrumento de inclusão socioeconómica.

A implementação do projeto será orientada por uma lógica de parceria ampla, envolvendo ministérios, agências nacionais, sector privado, organizações da sociedade civil e parceiros de desenvolvimento. ANG/MI/ÂC//SG

terça-feira, 17 de junho de 2025

Eleições gerais 2025/Brigadistas de atualização dos Cadernos Eleitorais “bloqueiam” dados em reivindicação de pagamento de subsídios

Bissau,17 Jun 25(ANG) – Os agentes de brigadas da segunda atualização dos Cadernos Eleitorais realizada  pelo Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral(GTAPE), entre os dias 09 de Março e 24 de Maio, em todo o território nacional, decidiram “bloquear” os dados recolhidos no terreno em reivindicação do pagamento de subsídios em atraso.

Em declarações à imprensa, o presidente do grupo  Helmer Alberto Quadé disse  que já sofreram bastante tempo, desde que o processo terminou a 24 de Maio, acrescentando que vão entregar ainda hoje uma carta de pedido de audiência com o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, para lhe expor a situação.

“Estamos intransigentes e não vamos entregar os dados enquanto não recebemos o nosso subsídio na totalidade, porque ainda temos a má  memória sobre a dívida que o GTAPE tem connosco desde o recenseamento de 2028”, afirmou Alberto Quadé, à saída de uma audiência como o DG do GTAPE.

Se a situação se mantiver , o GTAPE ficará impossibilitado de prosseguir com os trabalhos de  sincronização de dados para depois enviá-lo à Comissão Nacional de Eleições.

Instado a falar sobre os esforços que o DG do GTAPE está a fazer, o Presidente dos Agentes Brigadistas salientou que o GTAPE  é uma instituição meramente técnica e que, por isso, compete ao Ministério das Finanças disponibilizar lhe os meios financeiros para honrar os seus compromissos com os agentes.

“Por isso, esperamos que o ministro das Finanças tome  diligências no sentido de cumprir com as suas obrigações, tendo em conta que o processo envolve toda a nação e foi por causa disso que estamos a trabalhar”, disse Helmer Quadé.

As eleições Presidenciais e Legislativas estão previstas para 23 de Novembro próximo. ANG/ÂC//SG

 

 

 Bélgica/UE pede diplomacia como abordagem à proliferação nuclear de Teerão

Bssau, 17 Jun 25 (ANG) - A União Europeia (UE) defendeu hoje a diplomacia como a "melhor maneira" de abordar a proliferação nuclear do Irão e o conflito com Israel, e rejeitou que esta guerra desvie atenções do bloqueio israelita na Faixa de Gaza.


"solução diplomática é a melhor maneira de abordar a questão nuclear iraniana", disse a alta-representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

A representante da diplomacia da União Europeia acrescentou que não é possível "ser conivente com o Irão enquanto acelera o programa nuclear" e anunciou que a UE está a coordenar-se com os países do bloco para ajudar a retirar os cidadãos que estão no Irão ou em Israel.

Em simultâneo, a UE está a trabalhar com os parceiros para "proteger a estabilidade" dos mercados e as embarcações de mercadorias na região.

Apesar do conflito entre Telavive e Teerão, Kaja Kallas, ex-primeira-ministra da Estónia, garantiu que a União Europeia "não vai perder vista do que está a acontecer em Gaza", em particular o bloqueio de apoio humanitário e os bombardeamentos incessantes no território, enquanto continua a invasão israelita ao enclave palestiniano.

"Vamos discutir esta questão aprofundadamente na próxima segunda-feira", anunciou a alta-representante para a diplomacia da UE, referindo-se a uma reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros, na próxima semana, em Bruxelas, que avaliará a continuidade do acordo de associação com Israel.

A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.

Entre os mortos, contam-se pelo menos 15 oficiais superiores, confirmados por Teerão, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.

O Irão retaliou com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém.

O conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.ANG/Lusa

 

     Irão/Teerão acusa G7 de parcialidade por ignorar "agressão flagrante"

Bissau, 17 Jun 25 (ANG) -O Irão condenou hoje o que considerou ser a parcialidade do G7, que não criticou os ataques israelitas no país, mas apelou a um desanuviamento.


"A declaração dos líderes do G7 ignorou claramente a agressão flagrante de Israel contra o Irão", afirmou o porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baghai, num comunicado citado pela agência noticiosa oficial IRNA.

Numa declaração conjunta divulgada na segunda-feira, os líderes do G7 afirmaram o direito de Israel a defender-se e acusaram o Irão de ser a "principal fonte de instabilidade e de terrorismo na região".

"Exortamos a que a resolução da crise no Irão conduza a um abrandamento mais amplo das hostilidades no Médio Oriente, incluindo um cessar-fogo em Gaza", afirmaram.

Baghai defendeu que o G7 "deve abandonar a retórica unilateral e atacar a verdadeira fonte da escalada: a agressão de Israel".

"O Irão está a defender-se de uma agressão cruel. Será que o Irão tem realmente outra escolha?", questionou Baghai, também citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

O G7 reúne as sete economias mais desenvolvidas (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Japão), mais a União Europeia.

A declaração conjunta foi divulgada antes de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter abandonado a cimeira para regressar a Washington devido à guerra Irão-Israel.

O porta-voz da diplomacia iraniana exortou os membros do G7 a assumir "a sua responsabilidade legal e moral" pelo que descreveu como "um ato de agressão flagrante contra um Estado membro da ONU".

"Têm de dizer a verdade. A guerra agressiva de Israel contra o Irão é um golpe devastador contra a Carta das Nações Unidas e o direito internacional baseado na Carta", afirmou.

Baghai destacou em especial os três membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que integram o G7, referindo-se aos Estados Unidos, ao Reino Unido e à França.

"Os membros do Conselho de Segurança devem, podem e têm de atuar agora de acordo com a responsabilidade principal do Conselho e impedir o agressor de cometer mais crimes", afirmou.

Israel tem em curso uma ofensiva contra o Irão desde 13 de junho, que justificou com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.

Desde então, os aviões israelitas atacaram infraestruturas militares, como sistemas de defesa aérea e instalações de armazenamento de mísseis balísticos, bem como centrais nucleares, nomeadamente em Natanz, Isfahan e Fordo.

Os ataques causaram centenas de mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear.

O Irão retaliou com lançamentos de mísseis e 'drones' contra várias cidades israelitas que mataram mais de duas dezenas de pessoas.ANG/Lusa

 

França/Petróleo e gás têm impactos devastadores nos oceanos e nas comunidades

Bissau, 17 Jun 25 (ANG) - As actividades da indústria do petróleo e gás causam impactos significativos ao longo de todo o ciclo, desde a exploração até o abandono das infraestruturas.

O alerta é de Bruna Campos, responsável de campanhas sobre petróleo e gás offshore (no mar) do Centro para o Direito Ambiental Internacional (CIEL – Center for International Environmental Law), durante a terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano (UNOC3), que decorreu em Nice, França.

Segundo Bruna Campos, os efeitos da actividade extractiva estendem-se a cada etapa do processo — exploração, produção, transporte e desactivação — afectando de forma profunda os ecossistemas marinhos e as comunidades costeiras. “As actividades de petróleo e gás têm um impacto em todo o ciclo, exploração, produção e transporte. E até na fase final, que se traduz no abandono da infra-estrutura, cada parte do ciclo tem o seu próprio impacto”, explicou.

Na fase de exploração, o uso intensivo de sonares representa uma ameaça séria à fauna marinha. “Aquilo causa um grande problema a muitas espécies no mar, como por exemplo, às baleias ou aos golfinhos. Mas não só, aos microrganismos também, como o zooplâncton, que têm muitos problemas com esse tipo de som. Não reagem muito bem. Isso causa um problema em toda a parte da alimentação marinha.”

A responsável de campanhas sobre petróleo e gás offshore alertou ainda para a frequência com que ocorrem derrames de petróleo, contrariando a percepção comum de que são eventos raros. “As pessoas pensam que o derrame de petróleo é muito raro, só que não. E os derrames acontecem todos os dias. Uma publicação da SkyTruth, organização que utiliza imagens de satélites para poderem ver esses tipos de derrames, repararam que os derrames acontecem todos os dias em muitas infra-estruturas.”

Estes derrames têm implicações ambientais e humanas, com consequências particularmente graves nas comunidades que dependem da do oceano e da pesca. A especialista destacou que os efeitos não se limitam ao meio-ambiente, mas também afectam directamente a segurança alimentar, os direitos culturais e os modos de vida tradicionais. “Todos os direitos humanos são postos em causa.”

Apesar das múltiplas discussões e anúncios, uma das críticas que frequentemente se apontam às grandes cimeiras é a ausência de acções concretas por parte dos governos. “É isso o grande problema. Estamos a pedir para os países mudarem esse tipo de retórica e para começarem a falar sobre as acções, sobre o que eles vão verdadeiramente fazer.”

Bruna Campos acrescenta igualmente a importância de incluir as comunidades afectadas nas decisões que dizem respeito ao seu futuro. “As comunidades que vivem nessas áreas devem fazem parte da decisão, mais do que serem ouvidas devem fazer parte da decisão.”ANG/RFI

 

França/Emmanuel Macron não quer Rússia a mediar conflito entre Israel e Irão

Bissau, 17 Jun 25 (ANG) - Emmanuel Macron esteve no Domingo na Gronelândia para se opor às pretensões de Donald Trump quanto àquela região do Mundo.

 Esta foi uma paragem a meio caminho da reunião do G7, no Canadá, e o Presidente francês disse quanto ao conflito entre Israel e Irão, que a Rússia não seria um bom mediador.

Após Moscovo se ter voluntariado para tratar das negociações entre os dois países, o Presidente francês Emmanuel Macron disse preferir que fossem os norte-americanos a avançar para travar o conflito já que, de um lado são muito importantes na negociação do nuclear iraniano e, do outro lado, fornecem a maior parte das armas aos israelitas. 

"Sobre o Médio Oriente, acredito que estamos todos unidos. Ninguém quer que o Irão adquira armas nucleares. Mas todos querem que as discussões e negociações sejam retomadas. E aqui também, os Estados Unidos da América têm uma capacidade real de fazer com que todos voltem à mesa de negociações. Considerando que, juntamente com os europeus, eles são um actor fundamental em qualquer acordo nuclear, mas, acima de tudo, a dependência de Israel em relação às armas e munições norte-americanas dá aos Estados Unidos a capacidade de negociar. Não acredito que a Rússia, que actualmente está envolvida num conflito de alta intensidade e decidiu não respeitar a Carta das Nações Unidas há vários anos, possa ser um mediador. Acredito que é nossa responsabilidade colectiva tentar resolver este conflito o mais rápido possível e, portanto, como primeiro passo, evitar qualquer escalada e garantir que todos os protagonistas voltem à mesa de negociações", disse o chefe de Estado francês.

A Gronelândia é oficialmente território dinamarquês e Emmanuel Macron exprimiu "solidariedade europeia" face às ameaças de Donald Trump que diz querer tomar esta zona do Mundo. O líder francês disse ainda que a Gronelândia "não estava à venda", nem poderia ser tomada por outro país.

Foi a primeira vez que um Presidente francês esteve neste território remoto e foi recebido com aplausos pela população em Nuuk, a capital desta província autónoma da Dinamarca. ANG/RFI

 

Cabo Verde/ Governo e União Europeia promovem fórum para atrair investidores

Bissau, 17 Jun 25 (ANG) - O Governo cabo-verdiano e a União Europeia (UE) promovem entre quarta e sexta-feira, na ilha do Sal, um fórum para atrair investidores, numa altura em que decorre uma das maiores apostas do bloco europeu no arquipélago.

 

Cabo Verde, UE e Banco Europeu de Investimento (BEI) assinaram em setembro um pacote financeiro da ordem de 300 milhões de euros para apoiar os setores das energias, portos e infraestrutura digital no âmbito da estratégia Global Gateway, que conta com a mobilização do setor privado.

"Nunca tivemos um acordo com a UE com esta envergadura", disse, na altura, o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, ao lado da diretora-geral adjunta para parcerias internacionais da UE, Myriam Ferran, que regressa agora para participar na quarta edição do Cabo Verde Investment Fórum.

O terceiro dia, sexta-feira, será inteiramente dedicado à promoção de investimentos nas três áreas abrangidas pelo pacote Global Gateway no arquipélago: o setor digital, a economia azul e a transição energética.

De ano para ano, o objetivo do fórum é claro: apresentar oportunidades de investimento, à procura de interesse do setor privado para tentar diversificar a economia.

A economia de Cabo Verde tem crescido (7,3% em 2024) e já bateu os níveis anteriores à pandemia, mas continua assente no turismo e remessas de migrantes.

A estratégia do Governo com a UE e demais parceiros é tentar mostrar a privados que, apesar da dimensão do mercado (Cabo Verde tem 500 mil habitantes e um produto interno bruto nominal de 2,5 mil milhões de euros), há condições para fixar novos projetos e grandes investidores -- incluindo com a criação de zonas com benefícios fiscais.

Segundo a UE, ao abrigo do pacote Global Gateway, "já foram aprovados 344 milhões de euros para projetos estruturantes em Cabo Verde". 

"A inauguração do terminal de passageiros de cruzeiros do Mindelo, São Vicente, as obras já em curso no porto da Palmeira, no Sal, e nos parques eólicos da Cabeólica, em Santiago, são frutos concretos destes investimentos", referiu num comunicado de lançamento do fórum.

As obras de maior montante estão em fase de preparação.

O maior montante, de 159 milhões de euros, que abrange também apoio particular do Luxemburgo, vai financiar a construção de infraestruturas para produção, armazenamento e distribuição de eletricidade, com o objetivo de reduzir a dependência do país de combustíveis fósseis, "dispendiosos e poluentes".

Inclui-se nesta área a futura Central de Bombagem Hídrica de Santiago (Pumped Storage), que servirá de armazenamento intermédio para energias renováveis.

Outro eixo de financiamento ao Estado cabo-verdiano ronda 105 milhões de euros e é dedicado ao desenvolvimento de infraestruturas portuárias, com prioridade para Porto Grande do Mindelo (São Vicente), Porto Novo (Santo Antão) e Palmeira (Sal).

Na área digital, 37 milhões de euros em garantias financeiras do BEI pretendem facilitar o investimento num novo cabo de fibra ótica que ligará a Europa à costa ocidental africana, além de investimentos nas ligações entre ilhas e na modernização da rede móvel, com as redes 5G na mira.

Durante o fórum de três dias, no Sal, "serão partilhadas as estratégias de desenvolvimento do Governo de Cabo Verde", com vista à mobilização de "recursos financeiros" e "parcerias entre investidores nacionais e internacionais, reforçando o papel do país como Plataforma do Atlântico Médio" para a economia global, descreveu a Cabo Verde Trade Invest, entidade governamental promotora do arquipélago.

As sessões plenárias arrancam na quarta-feira com o objetivo primário de facilitar o diálogo e a colaboração entre as empresas da UE e de Cabo Verde, as instituições financeiras europeias de desenvolvimento e outros parceiros-chave.ANG/Lusa

 

Migrações/ Mil e oitocentos e sessenta e cinco mortos este ano a tentar chegar a Espanha em 'pateras'

Bissau, 17 Jun 25 (ANG) - Quase 1.900 pessoas morreram entre janeiro e maio a tentar cruzar o Mediterrâneo e o Atlântico em embarcações precárias que saíram de África com destino a Espanha, segundo um estudo da organização não-governamental (ONG) Caminando Fronteras.


maioria destas 1.865 vítimas - oriundas de 22 países - morreu na designada "rota atlântica", que tem como destino as ilhas Canárias, revelou a ONG no estudo publicado hoje.

Nesta "rota atlântica", que "continua a ser a mais mortífera", morreram 1.482 pessoas entre janeiro e maio, que iam a bordo de embarcações que saíram, sobretudo, da Mauritânia, mas também do Senegal, Gâmbia e Marrocos, na costa ocidental africana.

Segundo os mesmos dados, houve já este ano, no total, no mediterrâneo e no atlântico, "113 tragédias" com estas embarcações, conhecidas em Espanha como 'pateras' ou 'cayucos', e dos 1.865 mortos, 342 são menores de idade e 112 são mulheres.

No caso de 38 embarcações, desapareceram no mar todas as pessoas que iam a bordo e a maior parte das mortes ocorreu em janeiro (767) e fevereiro (618).

As vítimas eram pessoas oriundas de 22 países diferentes e não apenas africanos, com migrantes do Afeganistão, Paquistão, Sìria ou Bangladesh identificados pela ONG.

"Na Caminando Fronteras insistimos em que estas mortes são evitáveis: são o resultado de decisões políticas, de omissões calculadas e de uma arquitetura fronteiriça que normaliza a morte como parte dos sistemas de controlo", lê-se no relatório do estudo da ONG, que identifica casos de ativação tardia de socorro a embarcações precárias e inexistência de protocolos conjuntos entre países para estas situações ou colaboração internacional frágil.

A Caminando Fronteras elabora anualmente dois relatórios sobre os migrantes que morrem no mar a tentar chegar a Espanha, com base em dados oficiais e de associações de comunidades migrantes, assim como testemunhos e denúncias tanto das comunidades como de famílias de desaparecidos, seguindo metodologias usadas pelas ONG para contabilizar vítimas em diversos pontos do mundo, como acontece na fronteira entre o México e os Estados Unidos.

Espanha aproximou-se em 2024 do número recorde de chegadas irregulares de migrantes que o país atingiu há seis anos, com 63.970 entradas, um aumento de 12,5% face a 2023, segundo o Ministério da Administração Interna espanhol.

Em 2018, o país atingiu um máximo histórico de entradas irregulares: 64.298.

No ano passado, a maior parte das entradas foi feita por via marítima e dessas, a grande maioria, 73% do total, foi feita pela rota das Ilhas Canárias, através da qual cerca de 46.843 pessoas tentaram alcançar território espanhol, mais 17% do que no ano anterior.

Segundo dados oficiais, o número de chegadas de migrantes este ano às Canárias diminuiu 35% comparando com os mesmos meses de 2024.

O governo regional das Canárias tem apelado à ajuda europeia e à solidariedade das restantes regiões autónomas espanholas para responder à chegada de migrantes às ilhas sobretudo para o acolhimento de milhares de menores de idade que chegam às sozinhos, não acompanhados por um adulto. ANG/Lusa