segunda-feira, 30 de junho de 2025

Sociedade/Presidente do Serviço Nacional da Proteção Civil sem meios para apoiar vítimas de calamidades naturais

Bissau 30 Jun 25 (ANG) – O Presidente do Serviço Nacional da Proteção Civil alertou , domingo, que a instituição que dirige se depara com falta de meios para responder, de forma eficaz, às solicitações das vítimas das calamidades naturais que afetam o país sobretudo durante a época chuvosa.

Malam Djaura falava à Rádio Sol Mansi(RSM) à margem da cerimónia de entrega de materiais de combate aos incêndios à população do sector de Catió, região de Tombali, sul do país.

Os materiais entregues são  catanas, enxadas, pás, luvas, mascarás, e foram doados pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).

Aquele responsável disse que a ajuda foi recebida com satisfação tendo  recomendado o seu bom uso pelos beneficiários.

Djaura sublinhou a necessidade urgente de um apoio mais efectivo por parte do Governo, afirmando que os recursos atualmente disponíveis não permitem uma intervenção em situação de emergência.

Segundo a RSM que cita dados apurados na instituição, só no inicio da presente época chuvosa, mais de 300 casas foram danificadas por ventos fortes em várias localidades do país.ANG/MSC/ÂC//SG

 

Espanha/ONG Repórteres Sem Fronteiras acusa Israel de atacar jornalistas

Bissau, 30 Jun 25 (ANG) - O diretor-geral da organização não-governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Thibaut Bruttin, considerou hoje um insulto que Israel chame "terroristas" aos jornalistas que mata na Faixa de Gaza e classificou alegadas provas apresentadas pelo exército como "totalmente absurdas".

Numa entrevista dada à agência de notícias espanhola EFE, hoje publicada, o líder da ONG de defesa dos jornalistas de todo o mundo adiantou ter analisado algumas das provas que foram fornecidas por Israel, considerando que não fazem sentido.

Segundo Bruttin, embora o exército israelita tente repetidamente "apresentá-los como terroristas", muitos dos repórteres mortos em Gaza foram visados só por serem jornalistas.

Dos mais de 200 jornalistas mortos no enclave palestiniano desde o início da guerra, em outubro de 2023, a RSF acredita que "cerca de 50 casos" foram propositados.

"Os jornalistas são civis", sublinhou o diretor-geral da RSF, lembrando que não são vítimas colaterais do conflito.

Thibaut Bruttin denunciou ainda a dificuldade para retirar da região os jornalistas feridos e a necessitar de cuidados médicos.

Embora observe uma mudança nos meios de comunicação social em relação à responsabilidade das tropas israelitas em ataques a civis, lamenta que o exército israelita dissemine agora que a informação prestada pelos jornalistas é "propaganda total", enquanto antes, em geral, tentava envolver-se com a imprensa internacional de forma "muito responsável".

Sobre os efeitos do recente confronto entre Israel e o Irão, Bruttin destacou que em ambos os países há "muito pouco espaço" para a liberdade de imprensa, embora a níveis diferentes.

O diretor-geral da RSF condenou o ataque à sede da televisão estatal iraniana, mas também sublinhou que este canal "não é de todo um serviço público", mas sim uma fonte de propaganda.

"Estamos do lado do jornalismo que importa, realizado de acordo com os princípios da honestidade e da realidade, e não é o caso da televisão estatal iraniana", disse.

Por isso, afirmou na mesma entrevista que a sua principal prioridade no Irão é "garantir que a informação sai do país e garantir a segurança dos jornalistas atualmente detidos", lembrando que Israel bombardeou a prisão de Evin, onde estão detidos ativistas políticos e jornalistas.

No caso de Israel, Bruttin alertou para o endurecimento da regulamentação dos 'media' que está a ser desenvolvida pelo atual Governo, liderado por Benjamin Netanyahu.

De acordo com o responsável da RSF, muitos órgãos de comunicação social israelitas seguem as ordens das autoridades militares e implementam a censura, restando muito poucos independentes a desafiar "corajosamente" esta postura.ANG/Lusa

 

Vaticano/"Matar pessoas à fome é forma muito barata de fazer guerra", condena Papa

Bissau, 30 Jun 25 (ANG) - O Papa Leão XIV criticou hoje o uso da fome como arma de guerra numa mensagem à 44.ª conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que está a decorrer em Roma. 



"Estamos a assistir com desespero ao uso iníquo da fome como arma de guerra. Matar pessoas à fome é uma forma muito barata de fazer guerra", afirmou o pontífice de naturalidade norte-americana.

Na mensagem, o Papa não se referiu especificamente à situação em Gaza ou à guerra entre Israel e o Hamas.

Leão XIV acrescentou que a Igreja Católica apoia "todas as iniciativas para pôr fim à indignação da fome no mundo" e observou o impacto do conflito na segurança alimentar.

"Hoje, quando a maioria dos conflitos não é travada por exércitos regulares, mas por grupos de civis armados com poucos recursos, queimando terras e roubando gado, bloquear a ajuda humanitária é uma tática cada vez mais utilizada por aqueles que procuram controlar populações inteiras desarmadas", afirmou.

"Assim, neste tipo de conflito, os primeiros alvos militares tornam-se as redes de abastecimento de água e as vias de comunicação. Os agricultores são incapazes de vender os seus produtos em ambientes ameaçados pela violência, e a inflação dispara", sublinhou Leão XIV.

Para o Papa, esta situação leva a que um grande número de pessoas sucumba ao flagelo da fome e morra, "com a circunstância agravante de que, enquanto os civis definham na miséria, os líderes políticos enriquecem com os lucros do conflito".

"As crises políticas, os conflitos armados e a turbulência económica desempenham um papel central no agravamento da crise alimentar, dificultando a ajuda humanitária e comprometendo a produção agrícola local, negando assim não só o acesso aos alimentos, mas também o direito a uma vida digna e com oportunidades", frisou.

Segundo o Sumo Pontífice, será um "erro fatal não curar as feridas e as fraturas causadas por anos de egoísmo e superficialidade".

Da mesma forma, prosseguiu, sem paz e estabilidade, "não será possível garantir sistemas agrícolas e alimentares resilientes, nem assegurar um abastecimento alimentar saudável, acessível e sustentável para todos".ANG/Lusa

 

          Irão/Presidente do Irão critica comportamento do chefe da AIEA

Bissau, 30 Jun 25 (ANG) - presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, justificou hoje o rompimento da cooperação do Irão com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) com "a conduta injustificada, não construtiva e destrutiva" do chefe da agência da ONU.

 

"A opinião do Governo, da Assembleia Consultiva Islâmica e da nação iraniana é que o diretor-geral da AIEA não agiu de forma imparcial em relação ao programa nuclear do nosso país", disse Pezeshkian.

Segundo um comunicado do gabinete do Presidente do Irão, Pezeshkian fez os comentários sobre o chefe da AIEA, Rafael Grossi, durante uma conversa telefónica que manteve no domingo à noite com o homólogo francês, Emmanuel Macron.

Pezeshkian disse a Macron que a recente decisão do parlamento iraniano de romper a cooperação com a AIEA "é uma resposta natural à conduta injustificada, não construtiva e destrutiva" que atribuiu a Grossi.

O Presidente iraniano acusou Grossi de "fornecer relatórios falsos sobre o programa nuclear" do Irão e de não ter condenado os recentes ataques de Israel e dos Estados Unidos contra as instalações nucleares da República Islâmica.

"Este comportamento não é de forma alguma aceitável para nós", afirmou, citado pela agência noticiosa oficial iraniana IRNA.

Israel lançou uma ofensiva contra o Irão em 13 de junho, com ataques contra instalações nucleares e militares que causaram a morte de altos comandos das forças armadas e de vários cientistas do programa nuclear.

As autoridades israelitas justificaram a ofensiva com a alegação de que o Irão estava prestes a conseguir uma bomba atómica, o que Teerão negou, afirmando que o programa nuclear do país se destinava a fins civis, nomeadamente a produção de energia.

Oito dias depois, os Estados Unidos atacaram as centrais nucleares Fordo, Natanz e Isfahan.

O Irão anunciou hoje que os ataques, que cessaram entretanto, causaram mais de 900 mortos.

Pezeshkian reafirmou que o Irão não tenciona construir armas nucleares e que os ataques de que foi alvo ocorreram quando participava em negociações com os Estados Unidos.

"O que é ainda mais lamentável é que, em vez de denunciarem e condenarem, os defensores dos direitos humanos e do direito internacional tentaram justificar esta ação desumana e ilegal do regime sionista e dos Estados Unidos", afirmou.

Pezeshkian levantou a questão de saber por que razão Israel, que não é membro do Tratado de Não-Proliferação (TNP), ao contrário do Irão, não é alvo de inspeções e relatórios da AIEA por ter armamento nuclear.

Questionou ainda que garantia terá o Irão de que as instalações nucleares do país não voltarão a ser atacadas mesmo que volte a cooperar com a AIEA, uma agência da ONU com sede em Viena, a capital da Áustria.

Pezeshkian referiu que o Irão quer resolver as questões apenas através da diplomacia e disse esperar que as organizações internacionais como a AIEA trabalhem para a paz, segundo a IRNA.

A agência oficial iraniana noticiou também que Macron disse a Pezeshkian que a França foi um dos primeiros países a condenar os ataques de Israel e dos Estados Unidos contra o Irão, e defendeu a continuação da cooperação de Teerão com a AIEA. ANG/Lusa

 

  Espanha/Funcionária de limpeza de Barcelona morre durante onda de calor

Bissau, 30 Jun 25 (ANG) - Uma funcionaria de limpeza da Câmara Municipal de Barcelona, em Espanha, morreu este domingo, na sequência de uma onda de calor.

Montserrat A., de 51 anos, perdeu a vida no sábado, no fim do seu turno de trabalho, e numa altura em que, à semelhança de Portugal, se registam temperaturas elevadas e calor extremo no país vizinho.

A autarquia de Barcelona já confirmou o sucedido, noticia o El Pais, embora não tenha confirmado ainda as causas da morte, que estão a ser investigadas.

O meio espanhol refere que a autópsia determinará se a morte da mulher está relacionado com o episódio de altas temperaturas ou se com outro motivo.

O incidente aconteceu na noite de sábado. A vítima mortal tinha estado, nas horas antes, a cumprir mais um turno de trabalho na zona de Ciutat Vella, entre as 14h e as 21 horas. Ao chegar a casa, reporta a RTVE, "caiu fulminada" e já nada havia a fazer para salvar a sua vida, embora tenha sido assistida com rapidez pelos serviços de emergência. 

Segundo o sindicato do trabalho, a mulher teria estado a trabalhar no período de maior calor do dia. Porém, executou o trabalho em ruas que estão maioritariamente à sombra.

Na sábado, após a morte da mulher, os seus familiares dirigiram-se até à sede da empresa para a qual trabalhava. Trata-se da FCC, uma das quatro empresas de limpeza contratados pela cidade de Barcelona.

Os familiares pediram explicações sobre o sucedido mas acabaram por regressar a casa sem respostas.

Entretanto o responsável do comité da empresa de limpeza, Ramon Cebrián, indicou que os trabalhadores têm um protocolo que devem ativar em dias em que está muito calor. Este estabelece que nestes dias, os funcionários, perante uma situação de stress ou calor, devem “entrar em lugares frescos, beber líquidos, e ligar para as emergências médicas ou para o seu encarregado, dado que são pessoas que trabalham sozinhas”. Mais informa que nenhum dos trabalhadores acionou este protocolo no dia em que morreu Montserrat.

Entretanto, Luis Lampurdanes, secretário da UGT da Catalunha, sindicato responsável pela defesa dos direitos laborais, revelou que a mulher era funcionária da empresa FCC há vários anos e que se lhe desconhecia algum problema de saúde.

Uma vaga de calor está a manter em alerta grande parte do sul da Europa, com temperaturas acima dos 40 graus Celsius, invulgarmente elevadas em muitas zonas, mesmo no verão. Espera-se que a situação se prolongue durante esta semana. 

Em algumas zonas de Portugal, Espanha, Itália e Grécia, as temperaturas mínimas não descerão abaixo dos 30 graus mesmo durante a noite, o que levou as autoridades a encerrar escolas e a emitir avisos de saúde para as pessoas vulneráveis.

A temperatura mais elevada registada no domingo em Portugal foi de 46,6º Celsius em Mora, distrito de Évora, um valor próximo do máximo absoluto no país, em 01 agosto de 2003, então 47,3 graus na Amareleja (Beja), segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Em Espanha, hoje, por exemplo, está ativado um alerta amarelo com a indicação de que a temperatura máxima será, em média, de 34ºC e que a temperatura mínima registada durante a noite será significativamente mais alta do que o normal. ANG/Lusa

Espanha/Líderes da África Lusófona apontam dívida como principal freio ao desenvolvimento

Bissau, 30 Jun 25 (ANG) - A IV cimeira da ONU sobre o financiamento ao desenvolvimento, decorre desde esta manhã até à próxima quinta-feira.

Trata-se de  uma conferência especialmente dedicada à procura de mecanismos para ajudar os países do sul a alcançar os Objectivos de Desenvolvimento sustentável no horizonte 2030.

A cimeira decorre  num contexto em que esta ajuda tem vindo a  diminuir, substancialmente, nomeadamente com o corte dos financiamentos deste sector por parte dos Estados Unidos, 'peso-pesado'  e  o grande ausente desta conferência.

Após o Secretário-Geral das Nações Unidas estimar que a ajuda ao desenvolvimento dos países do sul conhece um défice da ordem dos 4 mil biliões de Dólares por ano, António Guterres também considerou essencial "reparar o sistema mundial da dívida" pública, que é insustentável, injusto e inacessível para os países em desenvolvimento, sendo considerado um bloqueio ao crescimento sustentável.

"Com um serviço de dívida que ascende a 1,4 biliões de dólares por ano, os países precisam - e merecem - um sistema que alivie o custo do endividamento, facilite a reestruturação justa e oportuna da dívida e preveja as crises em primeiro lugar", declarou António Guterres ao sublinhar que, na sua óptica, o "Compromisso de Sevilha" adoptado durante a cimeira, estabelece os alicerces de uma mudança.

A questão da dívida foi evocada por boa parte dos chefes de Estado de África lusófona que discursaram esta manhã, nomeadamente pelo Chefe de Estado angolano. Falando na qualidade de Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço apontou a actual corrida ao armamento como um dos sectores que desviam os recursos que deveriam ser canalizados para o desenvolvimento e também denunciou a divida dos países africanos como sendo um dos freios ao seu crescimento económico.

"Depois do fim da Guerra Fria, quando o mundo devia dirigir toda a sua atenção ao desenvolvimento económico e social das nações, eis que voltámos a assistir à corrida armamentista de triste memória do século passado, desviando avultados recursos financeiros e científicos que deviam estar ao serviço da educação, do ensino, da formação dos jovens, do saber e da investigação científica, virada para a nobre causa do desenvolvimento e do bem-estar dos povos de todo o mundo", considerou o chefe de Estado angolano.

"Esta quarta conferência representa uma oportunidade para darmos um impulso decisivo a iniciativas que nos levem a encontrar mecanismos mais ágeis e mais funcionais para a mobilização de recursos financeiros que nos permitam enfrentar os desafios recorrentes com os quais se deparam os países em desenvolvimento, como os choques climáticos, as flutuações dos preços das commodities, a erosão da confiança no sistema multilateral e, acima de tudo, o peso insustentável da dívida soberana, que consome mais recursos do que os destinados à saúde e à educação em conjunto e limita drasticamente a nossa margem de manobra para financiar o nosso desenvolvimento. Esta situação constitui um obstáculo claro à realização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 e ao cumprimento da Agenda 2063, que expressam o compromisso comum com a construção de um mundo mais justo, mais inclusivo e mais resiliente", disse João Lourenço.

No mesmo sentido, após apresentar os mecanismos adoptados em Moçambique para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, o Presidente moçambicano enunciou uma série de propostas, nomeadamente uma nova parceria global para o desenvolvimento, com foco particular nos países mais vulneráveis, a criação de bancos de desenvolvimento nacionais e regionais e mecanismos multilaterais para a gestão sustentável da dívida.

 

"Moçambique apresenta um conjunto conciso de propostas estratégicas alinhadas com os resultados esperados desta Conferência. A notar: uma nova parceria global para o financiamento climático baseado em resultados, com foco em países altamente vulneráveis, baixa emissão de carbono e projectos de adaptação. Criação de bancos de desenvolvimento nacionais e regionais voltados para o financiamento da industrialização rural, das pequenas e médias empresas e da economia verde. Plataforma continental de Inclusão Financeira digital com enfoque em jovens e mulheres, promovendo o acesso a micro-investimentos, mecanismos multilaterais para gestão sustentável da dívida, com inclusão de transparência e incentivos ao investimento", resumiu Daniel Chapo ao saudar a adopção de novos mecanismos favoráveis ao financiamento do desenvolvimento dos países do sul.

O Presidente guineense apontou a falta de receitas fiscais para financiar os sectores sociais, nomeadamente o sector da saúde ou a educação e também apelou os países mais ricos a uma maior flexibilidade no que tange à gestão da dívida dos países do sul.

"Países como a Guiné-Bissau precisam mobilizar recursos significativos muito além do que é possível actualmente, com receitas internas ou ajudas externas a nível nacional. Continuamos a enfrentar dificuldades de financiamento em sectores essenciais como a saúde, a educação, a agricultura, as infraestruturas e a adaptação às mudanças climáticas. Esses défices são agravados por factores externos, como a instabilidade dos mercados internacionais, o difícil acesso ao crédito devido às elevadas taxas de juro, os efeitos das alterações climáticas, assim como pelo impacto económico imprevisíveis dos conflitos armados e crises geopolíticas globais. O peso da dívida externa torna mais difícil o investimento em prol do desenvolvimento sustentável para os países do Sul. Precisamos de mais flexibilidade e um tratamento mais equilibrado no sistema financeiro internacional. A este respeito, a Guiné-Bissau defende uma reforma profunda da arquitectura financeira internacional para que esta se torne mais justa, equitativa e acessível aos países mais vulneráveis", disse Umaro Sissoco Embaló.

Por seu turno, ao apontar igualmente os desequilíbrios existentes nos sistemas financeiros globais, o Presidente de Cabo Verde insistiu sobre a necessidade de aumentar os financiamentos climáticos assim como de mobilizar recursos internos, com "sistemas fiscais modernos", sem descurar o apoio ao sector privado.

"Cabo Verde conhece bem os seus limites. Nenhum rigor interno pode compensar os constrangimentos sistémicos de um sistema que continua a não ser acessível, injusto, inadaptado às nossas realidades. Salientamos a urgência de um financiamento climático adicional, previsível e direccionado para a adaptação, nomeadamente nas áreas das energias renováveis, da protecção costeira, da gestão da água e da sustentabilidade dos oceanos. Além disso, é urgente intensificar a mobilização de recursos internos com sistemas fiscais modernos, apoiando ao mesmo tempo o sector privado, as PMEs e uma juventude empreendedora", apelou José Maria Neves.

Igualmente presente juntamente com a Presidente da Comissão da União Europeia, o Presidente do Conselho Europeu, António Costa, concedeu que "o multilateralismo não está no seu melhor momento", mas reafirmou o compromisso dos 27 em apoiar o desenvolvimento dos países mais fragilizados.

"Hoje, a partir desta tribuna, Ursula von der Leyen e eu próprio, queremos enviar uma mensagem clara: a União Europeia vai continuar a lutar. Fornecemos 42% da ajuda global ao desenvolvimento, um total de 95,9 bilhões de Euros em 2023. Estima-se que mais de 300 milhões de Dólares em dívida foram reestruturados pelos países da União Europeia que fazem parte do Clube de Paris. O nosso compromisso é firme. Primeiro, com a reforma da arquitectura de financiamento internacional, que precisa ser mais inclusiva, efectiva e representativa. Segundo, com a prioridade de mobilizar novas fontes de financiamento e terceiro, no apoio ao quadro comum para a dívida do G20. Por isso temos trabalhado lado a lado com todos vocês para levar adiante o compromisso de Sevilha. Um compromisso que nos mostre o caminho para os próximos anos. Um caminho de desenvolvimento que vai depender não apenas da quantidade, mas também da qualidade dos mecanismos de ajuda", disse António Costa.

Refira-se que o "Compromisso de Sevilha" foi formalmente adoptado nesta segunda-feira, dia da abertura da conferência. Este documento cujo objectivo é fazer emergir novos mecanismos de financiamento da ajuda ao desenvolvimento preconiza nomeadamente uma nova arquitectura financeira, uma melhor cooperação na luta contra a evasão fiscal e uma tributação dos bilhetes aéreos. Propostas insuficientes do ponto de vista de certas ONGs que apontam uma falta de ambição por parte dos países mais ricos.ANG/RFI

 

Obituário/Restos mortais da cantora guineense de Mandjuandadi de Tina Ivone António Muscaté serão sepultados em Lisboa

Bissau, 30 Jun 25 (ANG) – Os restos mortais da cantora guineense de estilo de “Tina”, Ivone António Muscaté, uma das fundadoras e membros do agrupamento  “Maran Cabaça”, serão sepultados em Lisboa(Portugal),numa data a indicar, informa “Nanque Eventos”,  empresa promotora de eventos.

Em comunicado divulgado nas redes sociais, à que a ANG teve acesso, “Nanque Eventos", refere que a malograda foi para Lisboa, 02 de Setembro de 2023, a convite da empresa,  para tomar parte na primeira Edição do Festival Internacional de Tina em Portugal.

Depois da sua participação no referido evento, prossegue o comunicado, a cantora decidiu fixar a sua nova residência em Portugal, e  paralelamente iniciou o processo de tratamento médico, no Hospital Santa Maria, onde veio a  falecer na tarde de sexta-feira, dia 27 de Junho, em Lisboa, aos 44 anos de idade.

Ivone António Muscaté vulgo “Ivone Maran Cabeça”, nasceu no dia 22 de junho de 1980, era uma referência do grupo de Manjuandade de Tina “Maran Cabeça, formado maioritariamente  por mulheres . ANG/LLA/ÂC//SG    

   Regiões/ Núcleo “Rasta Turpeça” empossa seu coordenador em Bolama

Bolama, 30 Jun 25 (ANG) -  O Presidente do Núcleo Regional  “Rasta Turpeça”, de Bolama,  empossou no domingo seu Coordenador,  Felismino Cá, depois de uma  palestra de Dumbai naquela localidade. 

Em declarações à ANG, Wilian Fernando Jorge Té  disse que decidiram promover a palestra no sentido de incutir na mente das pessoas, os problemas ambientais e possíveis soluções para o mesmo, tendo em conta que é uma realidade vivida em Bolama.

O Presidente afirmou que a sua direçâo nacional está a formar  seus associados  e preparar-lhes com a finalidade de sensibilizar os citadinos, de forma pedagógica  sobre como lidar com o meio ambiente.

Wilian Té afirmou ainda que, por negligência da maioria dos guineenses, está-se a sofrer  consequências, porque há décadas, mesmo com as sensibilizações  radiofónicas, nos  jornais, grupos de jovens, ongs, e outras entidades, as pessoas continuaram a ignorar os esforços de proteção do meio ambiente.

Pediu ao Governo para, através do Ministério da Educação,  introduzir no curriculum escolar a Educação Ambiental, tal  como acontece em quase todos os países que ratificaram os acordos ambientais, no sentido de minimizar o sofrimento do povo guineense.

Este responsável apelou aumento das taxas de importação de sacos de plástico para desencorajar sua importação, e disse que desde 2003 que o Executivo tomou a decisão de impedir a entrada deste produto, mas até ao momento o mesmo  continua a ser importado. “O governo  não esta interessado na extinção de sacos de plástico”.

Lamentou o facto de a população continuar a ignorar as mensagens de sensibilização realizadas pelas organizações defensores do meio ambiente e disse que a maioria da população se preocupa só quando é atingida pelas consequência da má gestão do meio ambiente

Os participantes da palestra disseram que  o Executivo não está interessado na busca de soluções ambientais .

Os formandos prometeram  promover uma  campanha de sensibilização  juntos dos  colegas de núcleo ”RASTA TURPESA”, no sentido de incutir na mente da população os impactos de má gestão dos residios sólidos sobre a saúde humana.

“É tão difícil mas com os conhecimentos adquiridos durante a palestra vamos iniciar a campanha de sensibilização nas suas casas e para depois sairmos às ruas da cidade de Bolama”, disse.

Durante a palestra foram abordados os  temas como: Educação ambiental (Conceitos básicos, tipos da educação ambientais, tipos de reciclagem, duração de lixos no solo e os seus impactos nas alterações climáticas).

O núcleo “Rasta Turpeça”, é uma associação que atua no domínio de preservação ambiental em Bolama Bijagós.ANG/JD/LC/ÂC//SG

Desporto/Celestino Gonçalves pede desculpas ao povo guineense pela  “má conduta” do ex-selecionador nacional de futebol, Luís Boa Morte

Bissau, 30 Jun 25(ANG) - Celestino Gonçalves, conhecido por "Tinex", membro do Comité Executivo da Federação de Futebol da Guiné-Bissau(FFGB), pediu desculpas à população guineense pela nomeação de Luís Boa Morte, reconhecendo que a decisão não trouxe os resultados esperados.

Em entrevista concedida ao canal Djurtus, Tinex abordou temas delicados relacionados à gestão da seleção nacional durante a passagem de Luís Boa Morte como selecionador.

"Venho por este meio, publicamente, em nome do Comité Executivo da FFGB  pedir desculpas pela escolha do selecionador. Não foi boa para a Guiné-Bissau, falhámos nos resultados desportivos. Além disso, ele recusou-se a residir no país, contrariando o que constava no seu contrato. Só vinha a Bissau nos momentos de jogos, o que não devia ter acontecido”, disse.

Celestino Gonçalves também relatou episódios de tensão entre Boa Morte e o adjunto Aneximenes Pereira, destacando a falta de respeito e de integração do técnico principal .

"Numa deslocação ao exterior, vi que Aneximenes estava a ser injustiçado por Luís. Chamei uma reunião de emergência para resolver o problema, porque ele é um filho da Guiné-Bissau e foi contratado para trabalhar como adjunto. Não devia haver impedimentos. A partir daí, ele teve mais espaço, embora nunca tenha sido opção de Luís no banco técnico”, frisou.

Luís Boa Morte foi demitido como selecionador nacional da Guiné-Bissau, no passado dia 09 de Junho de 2025, numa decisão anunciada, pelo Presidente da FFGB Carlos Alberto Teixeira.

O líder da FFGB apontou como  motivos da demissão, o facto de  Boa Morte não ter atingido os objetivos previstos , nomeadamente a qualificação dos Djurtus para a fase final do Campeonato Africano das Nações (CAN).

Eliminado pelos Mambas, Boa Morte ainda falhou a classificação do  país pela primeira vez par o Mundial, e a formação de treinadores locais.

Entretanto, em entrevista ao Canal Djurtus, Tinex revelou que já há acordo com a nova equipa técnica, que será composta integralmente por guineenses, cujos nomes não revelou.

"Já chegámos à acordo com a nova equipa técnica, todos são guineenses. Acreditamos que vão reunir o consenso dos filhos da Guiné-Bissau”, disse Celestino Gonçalves(Tinex).ANG/ÂC//SG

 

Infraestruturas rodoviárias/Governo entrega estrada e ponte reabilitadas em Caur, região de Cacheu

Bissau, 30 Jun 25(ANG) - O Governo, através do ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, procedeu, sábado, a entrega oficial da ponte sobre o Rio Caur, na região de Cacheu, norte do país, construída no âmbito do projeto de reabilitação das estradas não revestidas nas regiões de Cacheu e Oio.

Na ocasião, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, José Carlos Esteves destacou a importância dessas infraestruturas rodoviárias, que ligam as regiões do norte do país ao Senegal.

Segundo o ministro, a melhoria das estradas que conectam a Guiné-Bissau ao país vizinho tem contribuído significativamente para a dinamização da economia nacional.

As obras de reabilitação das estradas e a construção da ponte foram financiadas pelo Banco Mundial, num montante de quatro mil milhões de francos CFA.

A representante residente do Banco Mundial na Guiné-Bissau, Rosa Brito destacou que a via reabilitada representa um avanço qualitativo para as regiões do norte do país. Ela afirmou que a nova ponte sobre o Rio Caur é um símbolo de progresso e de ligação entre o passado e o futuro.

Ao todo, foram reabilitados 60 km de estrada em terra batida, ligando Ingoré, Bigene, Caur e Farim, bem como 53 km de pistas rurais, com financiamento do Banco Mundial. ANG/RSM

           Desporto-futebol/LGCF suspende jogos  da 1ª e 2ª  Liga de Futebol

 Bissau, 30 Jun 25(ANG) - A Liga Guineense dos Clubes de Futebol (LGCF) cancelou  os jogos referentes à 28ª jornada do campeonato nacional da I divisão do futebol que haviam sido agendados para o fim de semana passada.

Segundo a entidade organizadora da prova, a decisão terá sido motivado por ‘razões técnicas relacionadas ao sistema informático’, que impossibilitaram a conclusão das ‘transações financeiras necessárias’ ao normal funcionamento das atividades ligadas ao campeonato.

 “Diante dessa situação, todos os jogos referentes a 28ª e 20ª jornada da 1ª e 2ª Divisão respetivamente , do Campeonato Nacional de futebol 2024/2025 foram cancelados”, anunciou a entidade organizadora das provas da I e II Divisão  do futebol masculino , em comunicado datado do dia 27 de junho, citado pelo O Golo GB.

 A Liga declara que vão ser retomadas as competições  assim que a situação estiver regularizada.

Concluída a 27ª Jornada do campeonato nacional da Primeira Divisão guineense do futebol, a tabela classificativa é liderada pelo Sport Bissau e Benfica, que já se sagrou campeão nacional com 65 pontos, quando faltam quatro jornadas para o fim da prova, seguido da UDIB com 52 pontos, CDR Gabu, na terceira posição com 41 pontos. ANG/O Golo GB

Regiões/Padre Vítor Luís Quematcha ordenado oficialmente como novo Bispo de Diocese de Bafatá

Bafatá, 30 Jun 25 (ANG) - O Padre Vitor Luís Quematcha foi ordenado no sábado como novo Bispo de Diocese de Bafatá, depois de ter sido nomeado em  Março passado  para ocupar o lugar deixado pelo  Dom Pedro Zili, falecido em  2021.


De acordo com o despacho do Correspondente da ANG na região de Bafatá. Intervindo na cerimónia, o novo Bispo de Bafatá agradeceu a confiança depositada nele para exercer esta nova função e garantiu que vai promover a convivência fraterna entre todos, independentemente da etnia ou religião.

“Recebi esta missão com humildade íntegra e ardente, o que com certeza vou renovar a minha esperança e determinação no que tange o anúncio de evangelho. Também pretendo dar continuidade ao trabalho dos meus antecessores, sobretudo na promoção da boa convivência e na integração dos valores do evangelho com as culturas locais”, disse Dom Quematcha .

Luís Quematcha agradeceu a presença das autoridades civis e partidos políticos, tendo  reconhecido que, o gesto de solidariedade demonstra o sentido de bem comum em consonância com o empenho da igreja na promoção da justiça, reconciliação e  paz social.

Disse  que a presença das autoridades da igreja evangélica,  islâmica e de outras crenças tradicionais africanas no seu ordenamento demonstra  também a convivência inter-religiosa e um espirito de fé que permite desenvolver a luta comum pela unidade entre os guineenses, independentemente das suas convicções religiosas. ANG/WP/AALS/ÂC//SG



sexta-feira, 27 de junho de 2025

Pescas/FAO doa ao ministério materiais de laboratório orçados em 14 milhões de francos CFA

Bissau, 27 Jun 25(ANG) - A representação do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) entregou, hoje, um conjunto de materiais de laboratório, ao Ministério das Pescas e Economia Marítima, orçados em 14.136.380 francos cfa.

Segundo a RSM, após as formalidades da entrega dos materiais doados com o intuito de garantir um desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro, o ministro das Pescas e Economia Marítima, Mário Mussante, deixou indicações de que  a doação se enquadra nas diligências do Governo para que os produtos pesqueiros nacionais possam ter condições de serem aceites no mercado europeu.

O representante residente do FAO na Guiné-Bissau, Mohamed Hamma Garba, revelou que "o objetivo do apoio do FAO ao Ministério das Pescas é de preparar e contribuir para que o laboratório nacional das pescas possa ser certificado no mercado europeu, sobretudo".

Segundo a RSM, a situação da certificação do pescado guineense para o mercado europeu está em andamento, visando a satisfação dos requisitos  para a entrada no   mercado europeu.

Nesse quadro, refere a RSM, o país tem recebido apoios dos parceiros em infraestrutura, tais como laboratórios de controlo de qualidade, para garantir que as suas práticas de pesca e processamento estejam em conformidade com os padrões europeus. ANG/RSM

 

                    Equador/Maior criminoso  tramado por filha de 3 anos

 Bissau, 27 Jun 25 (ANG) -Após mais de um ano em fuga, o criminoso mais procurado do Equador, Fito, foi encontrado pelas autoridades... com a ajuda da sua filha de três anos.

José Adolfo Macías Villamar, líder de Los Choneros, o maior grupo criminoso do Equador, voltou para a prisão de segurança máxima La Roca, depois de ser capturado, quase ano e meio após ter fugido da prisão.

Segundo conta agora o Daily Mail, terá sido a sua própria filha a revelar à polícia pormenores que permitiram levar à sua localização.

Fito estava escondido num bunker, instalado debaixo da cozinha de uma casa de luxo na sua terra natal, Manta.

A polícia invadiu a residência e conseguiu encontrar a porta que dava entrada para os túneis subterrâneos que levavam ao seu esconderijo. 

 Note-se que semanas antes desta operação, as autoridades detiveram vários membros da sua família, realizaram uma rusga às suas empresas e confiscaram muitos bens.

O ministro do Interior do país, John Reimberg, descreveu esta operação como tratando-se de uma "ação psicológica". 

Fito está agora detido em La Roca, prisão de onde escapou, pela primeira vez, numa fuga com outros membros de Los Choneros em 2013.

Em 2023, esteve algumas semanas neste mesmo estabelecimento prisional até que um 'drone' fez explodir o teto, tendo regressado à prisão regional de Guayaquil, de onde escapou pela segunda vez.

Macías Villamar, também conhecido no seio de Los Choneros como 'El León', escapou essa segunda vez entre o final de 2023 e o início de 2024, e tornou-se desde então um dos principais alvos do Presidente do Equador, Daniel Noboa, no âmbito da guerra contra o crime organizado.

O narcotraficante José Adolfo Macías Villamar, líder de Los Choneros, o maior grupo criminoso do Equador, voltou para a prisão de segurança máxima La Roca, depois de ser capturado, quase ano e meio após fugir da prisão.

Pouco depois da fuga, Noboa declarou a luta contra o crime organizado, dada a escalada de violência que levou o país a ocupar o primeiro lugar na taxa de homicídios da América Latina.

O líder dos Los Choneros, condenado em 2011 a 34 anos de prisão por vários crimes, incluindo tráfico de droga, homicídio e crime organizado, foi capturado numa operação militar na cidade onde nasceu, Manta, na província costeira de Manabí, onde a organização criminosa surgiu em 1998 e se fortaleceu.

Depois da detenção, 'Fito' foi transportado num avião da Força Aérea Equatoriana de Manta para Guayaquil, para ser detido em La Roca, onde estão alguns dos criminosos mais perigosos, juntamente com outros nomes famosos, como o antigo vice-presidente Jorge Glas.

'Fito' deverá agora aguardar nesta prisão até ser extraditado para os Estados Unidos, onde o Governo norte-americano o acusou formalmente em abril, incluindo por conspiração para distribuir cocaína internacionalmente, uso de armas de fogo e contrabando de armas de fogo dos EUA.ANG/Lusa