Caju/ incidente com Maersk põe em causa a campanha deste ano
Em causa está a
saída da empresa dinamarquesa do país. A Associação de Intermediários de
Negócios prevê que a próxima campanha de caju, seja ainda mais
complicada sem a Maersk.
Mamadu Jamanca, presidente da Associação
dos Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau, aponta o dedo ao Governo do
país na gestão do incidente que levou à saída da empresa de transporte marítimo
dinamarquesa Maersk do país. Facto que teve enorme impacto na campanha de
comercialização da castanha de caju.
Em Agosto do ano passado, a Maersk viu-se
envolvida numa polémica judicial em Bissau, que culminou com o arresto de um
navio da companhia, que acabou por ser libertado mais tarde. O sucedido levou a
empresa a abandonar a Guiné-Bissau.
Mamadu Jamanca em declarações à agência
Lusa disse que “a questão da Maersk parecia logo à partida, uma questão
simples, ultrapassável, porque não foi um problema muito grave, foi uma
história mal contada”, mas “uma desonestidade tremenda na gestão e
administração da coisa pública, que deu nisto como consequência”, lamenta.
De acordo com o presidente da Associação
dos Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau saída do país da companhia, que
opera em mais de 130 países e é uma das principais transportadoras de
contentores no mundo, tem afectado a actividade do comércio na Guiné-Bissau.
Em 2020, por exemplo, explicou Mamadu Jamanca, o caju demorou
quase cinco meses para chegar ao destino, perdendo qualidade. Os Importadores e
Exportadores da Guiné-Bissau aconselham o executivo que “foi o único
responsável deste problema” a mandar chamar a empresa e a encontrar uma
solução.
Lassana Sambú, presidente da Associação de Intermediários de
Negócios da Guiné-Bissau, prevê que a próxima campanha de caju, a iniciar já em
Maio até Setembro, poderá ser mais complicada ainda, sem a Maersk.
A Guiné-Bissau está a tentar arranjar uma solução, através do
recrutamento da empresa CMA que também faz transporte de contentores. Todavia,
Lassana Sambú ressalva que a solução não é a mais desejável, uma vez que a CMA
demora mais do dobro do tempo que a Maersk a fazer o mesmo percurso.
A castanha de caju é o principal produto de exportação da
Guiné-Bissau, motor do crescimento económico do país, e da qual depende directa
ou indirectamente 80% da população guineense.
Este ano o Governo fixou o preço mínimo de compra de cada quilograma junto ao produtor em 375 fcfa. ANG/RFI
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