Economia/FMI baixa para 3,6% a perspetiva de crescimento global em 2022 e 2023
Bissau, 20 Abr 22 (ANG) - O Impacto da guerra na Ucrânia espalha-se pelo mundo como ondas sísmicas, tendo levado o Fundo Monetário Internacional (FMI) a rever em baixa as previsões de crescimento global.
As melhores perspetivas do FMI não vão além dos 3,6%, menos 0,8%
do que previsto em janeiro, como diz conselheiro económico do FMI,Pierre-Olivier
Gourinchas: "Em comparação com a nossa previsão de janeiro, revimos a
nossa projeção de crescimento global em baixa para 3,6%, tanto em 2022 como em
2023. Isto reflete o impacto direto da guerra na Ucrânia e das sanções na
Rússia, prevendo-se que ambos os países sofram contrações acentuadas".
Esta revisão surge num cenário de aumento de preços de
combustíveis, matérias-primas, alimentação e de subida de taxas de juro, que
vão afetar sobretudo as nações mais pobres e mais endividadas, ameaçando anular
a retoma que estava a ser sentida após a crise da pandemia.
É um contexto de grande incerteza, que depende do evoluir da
guerra. Estima-se que a inflação vá manter-se alta durante um tempo que ninguém
consegue prever.
A crise será o foco dos funcionários das finanças mundiais que se
reúnem em Washington esta semana - virtualmente e pessoalmente - para as
reuniões da primavera do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.
O relatório mostra a
Ucrânia a sofrer um colapso de 35% da sua economia este ano, enquanto o PIB da
Rússia cairá 8,5% - mais de 11 pontos abaixo das expectativas anteriores à
guerra.
As nações europeias
assistirão a um crescimento muito mais lento à medida que a guerra fizer subir
os preços dos combustíveis e dos alimentos, empurrando a inflação para cima e
mantendo-a lá por mais tempo do que o esperado, o que prejudicará os
países de todo o mundo, especialmente as nações emergentes e em
desenvolvimento.
Os
Estados Unidos e a China também sentirão os efeitos da guerra e o impacto
contínuo da pandemia de Covid-19, esperando-se que o crescimento dos EUA
abrande para 3,7%, e o da China para 4,4%.
A inflação deverá atingir 5,7% nas economias
avançadas este ano e 8,7% nas nações em desenvolvimento.
Mesmo
antes da guerra, a inflação tinha aumentado em muitas economias devido ao
aumento dos preços das matérias-primas e aos desequilíbrios entre a oferta e a
procura induzidos por uma pandemia", disse Gourinchas.
Agora, a
escassez causada pela guerra "irá amplificar grandemente essas pressões,
nomeadamente através de aumentos no preço da energia, metais e alimentos",
acrescentou Gourinchas
Espera-se que os problemas de abastecimento em
alguns setores durem até ao próximo ano,
enquanto a inflação elevada será elevada por "muito mais tempo" do
que anteriormente previsto. ANG/EuroNews
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