Timor-Leste/José Ramos-Horta eleito Presidente da República pela segunda vez
Bissau, 20 Abr 22(ANG) – José Ramos-Horta foi eleito pela segunda vez Presidente da República de Timor-Leste, com 62,09% dos votos, derrotando o actual chefe de Estado, Francisco Guterres Lú-Olo, numa repetição do que ocorreu em 2007, segundo o resultado final provisório.
Dados
da contagem do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE),
concluída mais de 24 horas depois do fecho das urnas, confirmam que Ramos-Horta
obteve 397.145 votos, ou 62,09%, contra os 242.440 votos de Lú-OLo, que obteve
37,91% na segunda volta das presidenciais, que decorreram na terça-feira.
Em
número absoluto de votos, José Ramos-Horta registou um aumento de cerca de 131%
face à primeira volta, enquanto Francisco Guterres Lú-Olo aumentou o seu apoio
em mais de 168% relativamente ao registado na primeira volta, quando havia
ainda 14 outros candidatos.
Apesar
dos receios iniciais durante a jornada eleitoral, a abstenção foi praticamente
idêntica, subindo de 24,72% na primeira volta para 24,83% na segunda.
Lú-Olo
venceu apenas em dois municípios, Baucau e Viqueque, com a perda histórica do
município de Lautem, um dos feudos tradicionais da Fretilin, e que na segunda
volta foi um dos locais onde a participação mais caiu.
O
resultado final em Lautem, porém, pode ainda mudar já que a diferença entre os
dois candidatos é de apenas 59 votos, mas há um total de 74 votos ‘reclamados’,
cuja atribuição final depende agora do escrutínio de verificação conduzido pela
Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Aileu,
onde Ramos-Horta venceu com 72,74% dos votos, registou a taxa de participação
mais elevada, de 83,34% e Lautem a taxa mais baixa do país, com 72,53%.
O
ainda chefe de Estado venceu ainda na Irlanda e na Inglaterra, com José
Ramos-Horta a ser o mais votado no resto dos centros de votação da diáspora, em
10 dos 12 municípios do país e na RAEOA.
A
vitória mais expressiva de Ramos-Horta foi no município de Ainaro, onde obteve
74,06% dos votos.
Apesar
de se tratar de uma eleição presidencial, o facto dos partidos no Governo se
colarem na segunda volta no apoio ao chefe de Estado está a ser visto,
igualmente, como uma ‘medida’ do apoio atual das três forças.
Assim,
na última eleição legislativa em que concorreram separadamente, a Fretilin, PLP
e KHUNTO obtiveram cerca de 47% dos votos, valores que não foram conseguidos na
votação de terça-feira em que Lú-Olo contou ainda com o apoio de outras forças
políticas.
Agora,
o apoio das três forças a que se somou também o ainda não testado apoio do novo
partido Os Verdes, deu a Lú-Olo apenas cerca de 37% dos votos.
Os
resultados finais terão agora de ser verificados pela CNE antes da sua
validação final pelo Tribunal de Recurso.
José
Ramos-Horta toma posse no dia 20 de Maio, data em que se cumprem 20 anos da
restauração da independência.
ANG/Inforpress/Lusa
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