Tentativa do golpe
de Estado/Presidente do parlamento diz que problemas devem ser
resolvidos à mesa
Bissau,14 Abr 22(ANG) - O presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, defendeu quarta-feira que os problemas do país devem ser resolvidos à mesa e não com violência, referindo-se à tentativa de golpe de Estado de 01 de Fevereiro.
"É importante que o
país viva em paz e estabilidade, se houver um problema devemos nos
sentar à mesa, discutir francamente, de uma maneira profunda e
responsável, e encontrar solução em vez de usarmos a violência", disse
Cipriano Cassamá.
O presidente da Assembleia
Nacional Popular, que esteve vários meses ausente do país, falava aos
jornalistas após um encontro com o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, a
quem foi manifestar solidariedade pelos acontecimentos de 01 de Fevereiro, e analisar
outros assuntos de actualidade política nacional.
"Nós, enquanto poder
legislativo não podemos compactuar com a subversão da ordem constitucional. O
parlamento condena e eu pessoalmente condeno. Não podemos compactuar com
tentativas de golpe de Estado e perturbação da ordem constitucional",
sublinhou.
Segundo Cipriano Cassamá, o
país precisa de ser "resgatada" de todos os erros que todos fizeram.
"Temos de assumir isso
e deixar que as instituições da República funcionem. Eu penso que as
instituições da República devem funcionar", sublinhou.
O presidente do parlamento
disse também que informou ao chefe de Estado que a sessão do parlamento vai ter
início a 10 de Maio e decorrer até 20 do
mesmo mês, retomando depois em junho.
No encontro, em que também
participou o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, foram abordados outros
assuntos sobre a situação do país e o aumento dos preços, disse Cipriano
Cassamá.
"O Governo vai fazer
tudo para encontrar uma solução para diminuir os custos", acrescentou.
A 01 de Fevereiro homens
armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um
Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco
Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
O Presidente considerou
tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a
"gente relacionada com o tráfico de droga".
As autoridades detiveram
cerca de 60 pessoas, segundo dados da Liga Guineense dos Direitos Humanos.
Na sequência dos
acontecimentos, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)
anunciou o envio à Bissau de uma força de apoio à estabilização do país.
Desde a declaração
unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de
Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.ANG/ÂC//SG
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