Comércio/”Aumento dos preços no país é conjuntural”, diz
Presidente da Associação de Importadores e Exportadores
Bissau,13 Abr 22(ANG) - O presidente da Associação Nacional dos Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau, Mamadu Jamanca, considerou terça-feira que o aumento dos preços dos produtos no mercado é conjuntural, e diz que o país está muito exposto a qualquer mexida nos preços porque “importa tudo”.
“Estamos perante uma questão conjuntural, que infelizmente não está sob
nosso controlo. A Guiné-Bissau sendo um país pobre, um país pequeno, e tendo em
conta a questão conjuntural, é um país vulnerável e torna-se muito exposto a
sentir qualquer mexida no aumento dos produtos”, afirmou Mamadu Jamanca,
quando questionado pela Lusa sobre o aumento dos preços no país.
Desde o início da pandemia
que a Guiné-Bissau tem registado um enorme aumento dos preços, com especial
incidência nos últimos meses.
Mamadu Jamanca
responsabiliza as autoridades guineenses que ao longo dos anos não apostaram no
país, mantendo apenas a retórica de que a Guiné-Bissau é promissora e com
muitas possibilidades.
“Os governantes têm de mudar
as políticas de importação e começar a apostar e a investir na produção local
dos produtos da cesta básica. Felizmente, a Guiné-Bissau tem uma impressionante
capacidade de terra arável e temos muito a aproveitar”, disse.
Mamadu Jamanca explicou que
a solução passa por “investir para mecanizar a agricultura, a pesca e as
indústrias de processamento de produtos locais”.
O presidente da Associação
Nacional de Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau explicou que o aumento
dos preços se deve à pandemia da covid-19, à crise no preço dos combustíveis e
à guerra na Ucrânia.
Segundo Mamadu Jamanca, os
confinamentos provocaram uma queda de produção, os estoques baixaram e a
procura aumentou.
“Quando o custo de produção
aumenta, o custo do produto aumenta. É exatamente o que se está a viver no
mundo, não só na Guiné-Bissau”, salientou.
Mamadu Jamanca disse que
foram feitos alertas ao Governo para encontrar “soluções locais para fazer face
às circunstâncias”.
“O país importa tudo e mais
alguma coisa e não se dá ao trabalho de produzir para fazer face a este tipo de
fenómenos”, disse, recordando que o aumento dos preços dos combustíveis teve um
impacto nos custos dos transportes marítimos.
Sobre a recente guerra entre
a Rússia e a Ucrânia, o presidente da Associação Nacional de Importadores e
Exportadores disse que já se está a fazer sentir, uma vez que a Ucrânia é um
dos maiores produtores mundiais de trigo e de girassol.
“A Guiné-Bissau não tem
diretamente relação comercial com a Ucrânia, mas importa indiretamente produtos
vindo lá, como óleo alimentar e farinha de trigo, podem vir de outro país, mas
a matéria-prima veio da Ucrânia. Tem um impacto brutal na vida económica e
social na Guiné-Bissau e temos de nos precaver para fazer face a esta circunstância”,
advertiu.ANG/Lusa
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