Holocausto/Israel assinala o genocídio de seis milhões de judeus pelo nazismo
Bissau, 28 Abr 22 (ANG) - As sirenes soaram hoje (quinta-feira) em Israel dando início às cerimónias que todos os anos assinalam o Holocausto de seis milhões de judeus pelo regime nazi no poder na Alemanha desde 1932 até 1945.
O Estado de Israel foi fundado em 1948 por judeus que
abandonaram a Europa a seguir ao final da Segunda Guerra Mundial (1945) sendo
que cerca de 165 mil sobreviventes do genocídio nazi vivem actualmente no país
onde são reconhecidos como figuras históricas mas, cuja maioria, enfrenta
situações de pobreza.
Hoje, o
primeiro-ministro israelita Naftali Bennet prestou homenagem no Memorial Yad
Vashem afirmando que o mundo tem de deixar de comparar o Holocausto a outros
acontecimentos e factos históricos.
Naftali Bennet fazia
referência aos recentes discursos dos chefes de Estado da Rússia e da Ucrânia
que estabeleceram paralelos entre a actual guerra em território ucraniano e o
genocídio durante a Segunda Guerra Mundial.
"Com o passar dos
anos há cada vez mais discursos a nível mundial que comparam 'outras
dificuldades' e acontecimentos com o Holocausto. Mas não é assim", afirmou
Naftali Bennet.
"Nenhum outro
acontecimento na História foi mais cruel assim como nada é comparável ao
extermínio dos judeus pelos nazis e colaboracionistas na Europa", frisou o
primeiro-ministro de Israel.
Naftali Bennet
referiu-se também às "grandes diferenças" que estão actualmente a
dividir Israel.
Este ano,
o discurso do primeiro-ministro - num dos dias mais solenes do ano para
Israel - ocorre numa altura em que Naftali Bennet é alvo de ameaças.
Na terça-feira, uma
carta com ameaças de morte e com uma bala foi endereçada à família do chefe de
governo de Israel, estando o assunto a ser investigado pelas autoridades.
"Irmãos e irmãs,
nós não podemos permitir que a génese dos mesmos perigos, das facções,
desmantelem Israel internamente", declarou Naftali Bennet.
Todos os anos, Israel
recorda as vítimas do Holocausto exaltando os sobreviventes.
Os restaurantes e locais
de entretenimento mantêm-se encerrados durante todo o dia, as estações de rádio
transmitem música sóbria e as televisões incluem na programação documentários e
emissões especiais sobre o Holocausto.
Trata-se da primeira vez
desde o início da crise sanitária que o país assinala a data sem ser em
contexto de confinamento.
A pandemia de SARS
CoV-2 afectou em particular os sobreviventes do holocausto devido à idade
avançada e a situações doenças associadas à terceira idade.
De acordo com um grupo
que representa as vítimas do Holocausto citado pela Associated Presse, em
Israel, cerca de um terço dos sobreviventes do Holocausto vivem abaixo do
limiar da pobreza sendo que muitos são dependentes das ajudas governamentais e
doações.
Por outro lado, um
relatório divulgado hoje em Israel indica que apesar dos esforços implementados
nos programas escolares, em todo o mundo, sobre a história do Holocausto, o
anti-semitismo aumentou nos últimos anos a nível global.
O documento refere que
os sentimentos contra os judeus foram sentidos durante o confinamento
sanitário, em vários pontos do mundo; nos comentários publicados nas redes
sociais assim como após a intervenção militar israelita contra o território
palestiniano de Gaza, no ano passado.
No âmbito das cerimónias
oficiais, o presidente de Israel, Isaac Herzog, vai acender seis tochas que
assinalam os seis milhões judeus assassinados pela Alemanha nazi.
O porta-voz do
Parlamento da Alemnha, Baerbel Bas, vai estar presente nas várias cerimónias
oficiais em Israel. ANG/Angop
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