Ucrânia/Putin condecora brigada acusada de atrocidades de Bucha
Bissau, 19 Abr 22(ANG) – O Presidente russo atribuiu segunda-feira um título honorífico por “heroísmo” à 64.ª brigada de fuzileiros motorizados, que a Ucrânia acusou de participação nas atrocidades cometidas sobre civis na cidade de Bucha, perto de Kiev.
Vladimir
Putin assinou, segundo o Kremlin, um decreto conferindo o “título honorífico de
‘Guarda’” àquela brigada, devido ao “heroísmo e à tenacidade, à determinação e
à coragem” dos seus homens.
“As
acções competentes e decisivas de todo o pessoal [da brigada] durante a
operação militar especial na Ucrânia são um modelo de execução do dever
militar, de coragem, de determinação e de grande profissionalismo”, escreveu
Putin sobre os militares.
O
Kremlin não indicou onde está ou para onde foi enviada essa brigada, nem
especificou quais as suas missões.
A
Ucrânia acusou o exército russo e, em particular, a 64.ª brigada de ter
cometido um massacre de civis em Bucha, cidade onde foram encontrados cadáveres
espalhados e empilhados nas ruas e em valas comuns, com sinais de tortura e de
execução, após a retirada dos soldados russos, a 30 de Março.
A
Rússia nega e acusa, por seu lado, as autoridades ucranianas e a comunicação
social ocidental de terem encenado o massacre, ou as tropas ucranianas de o
terem cometido para dele acusarem Moscovo.
A
ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia
causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das
quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a
pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A
invasão russa – justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e
desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela
generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de
armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem
praticamente todos os sectores, da banca ao desporto.
A
guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 54.º dia, já matou mais de 2.000 civis,
segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser
muito mais elevado.
ANG/Inforpress/Lusa
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