Justiça /Governo e Parceiros lançam III edição de Candonga di Justiça 2025
Bissau, 16 Mai 25 (ANG) – O Governo, através do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos e os parceiros lançaram, hoje, em Bissau, a 3ª edição de “Candonga de Justisa”, um projeto que pretende tornar a justiça mais próxima inclusiva e centrada nas pessoas.
Na ocasião,
a Representante do PNUD no país, Alessandra
Casazza disse que a iniciativa faz parte
do projeto "Justisa pa Tudu Djintis", financiado pela União Europeia
e implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em colaboração com o Ministério da Justiça e dos
Direitos Humanos.
Casazza disse
que o acesso à justiça continua desigual em muitas regiões da Guiné-Bissau, sobretudo
para as mulheres e grupos vulneráveis nas zonas rurais, onde o registo civil, o
aconselhamento jurídico e a consciencialização sobre os direitos ainda não
chegam.
Acrescenou
que essa realidade contribui para a exclusão de milhares de pessoas dos
serviços públicos essenciais, como saúde, educação, e proteção social sobretudo
para mulheres, crianças, pessoas com deficiência e outros grupos em situação de
vulnerabilidade.
“Os
resultados obtidos em 2024 demonstram o
seu impacto transformador: Mais de 3.000 crianças, incluindo crianças com
deficiência, foram registadas com documentação civil, em parceria com o UNICEF;
Mais de 4.000 pessoas beneficiaram de sessões de aconselhamento juridico e
sensibilização, com enfoque na prevenção da violência baseada no género”, referiu
Alessandra Casazza .
Disse que em
2025, a ambição é ir ainda mais longe e que a Candonga di Justiça traz inovações
importantes, nomeadamente, a utilização do novo sistema digital SIREC para o
registo civil em tempo real, parcerias reforçadas com organizações da sociedade
civil para promover os direitos humanos e prevenir a violência baseada no
género.
Anunciou que
de 18 de Maio até no final do mês, em
colaboração conjunta entre as Nações Unidas, o Estado e a Sociedade Civil, diversas
equipas irão deslocar-se às regiões, aproximar-se das comunidades locais,
escutá-las, oferecer serviços jurídicos essenciais e apoiá-las em questões
legais que normalmente não conseguiriam resolver com facilidade.
O objetivo,
diz Casazza é não deixar ninguém para trás, e garante que
através da Candonga di Justiça vai ser posível levar serviços onde eles são necessários e para se
promover um verdadeiro empoderamento
jurídico essencial para a paz sustentável e um desenvolvimento inclusivo.
Embaixador
da União Europeia na Guiné-Bissau,Artis Berulis, afirmou que o projeto
simboliza de forma concreta o compromisso com uma justiça que se quer próxima,
inclusiva e centrada nas pessoas.
“Um
compromisso para promover o direito de todas as pessoas ao acesso a uma justiça
de qualidade, que rompe com barreiras geográficas, económicas e sociais”,
declarou.
Acrerscentou
que as clínicas jurídicas móveis ligadas aos Centros de Acesso à Justiça além
de serem um instrumento essencial de justiça para os mais vulneráveis, representam
uma resposta concreta, pratica e transformadora, permitindo que os serviços de
justiça se desloquem até onde vivem as pessoas, oferecendo apoio juridico
gratuito e assistência em casos de violência de género ou conflitos familiares.
“Estas
unidades móveis fomentam a inclusão e a proteção dos Direitos Humanos,
incluindo a prevenção da violência baseada no género e da violação dos direitos
das pessoas com deficiência. Atuam também como promotoras do registo civil,
promovendo assim a concretização do direito fundamental à identidade”,
assegurou Artis Bertulis .
Sublinhou
que as clinicas juridicas móveis vão reforçar a confiança das comunidades no
Estado e nos valores democráticos, demostrando que a justiça não é um
privilégio para poucos, mas um direito para todos: Justisa pa Tudu Djintis
Para Artis
Bertulis registar cada criança ao nascer
é garantir o seu futuro, é permitir lhe aceder à educação, saúde, proteção juridica e à cidadania plena. “Negar
este direito é perpetuar o ciclo de exclusão”, disse.
Por isso, Bertulis
apela ao Governo para que continue a investir neste “modelo inovador”, que diz
ter já provado ser eficaz e sustentável
mesmo nas condições mais desafiantes. ANG/LPG//SG

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