Economia/”Dívida
pública da Guiné-Bissau sobe para 82,3 por cento do PIB”, refere relatório do
Banco Mundial
Bissau,
04 Jun 25 (ANG) - O Banco Mundial revelou, terça-feira que a dívida pública da
Guiné-Bissau subiu para 82,3% do Produto Interno Bruto (PIB) na última década,
refletindo as elevadas necessidades de financiamento e de agravamento das
condições financeiras no mercado regional.
A
revelação foi feita através do relatório de atualização económica e
análise de desafios fiscais na Guiné-Bissau, publicado terça-feira (03),
segundo o qual a economia do país
permaneceu resiliente em 2024 com o crescimento real do PIB a atingir
ligeiramente acima da taxa de 4,4% de 2023 e que a inflação moderou para uma
média de 3,8% em 2024 contra 7,7% de 2023.
De acordo com a edição do
relatório que examina as tendências económicas recentes e as questões de
desenvolvimento no país, o défice orçamental melhorou para 7,3% do PIB em 2024
impulsionado pelo controlo das despesas e pelo aumento das subvenções dos
doadores, apesar das cobranças de receitas terem sido inferiores ao previsto.
O referido documento destaca
que a pressão fiscal na Guiné-Bissau é muito baixa ao nível do crédito de
convergência da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) de 20% do
PIB e indica que é necessário a
racionalização das múltiplas despesas fiscais do país, incluindo o alargamento
da base do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA).
O mesmo documento, refere que é
preciso reforçar o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares e
coletivas, ajustamento das taxas do imposto sobre combustível e álcool e a
melhoria de mecanismos de transparência e supervisão.
Ao implementar estas reformas,
segundo o relatório, a Guiné-Bissau pode criar espaço fiscal para fazer face à
crescente necessidade de serviços públicos de qualidade, especialmente nas
áreas prioritárias da saúde, educação e infraestruturas.
Para 2025-2028, o relatório
aponta que as perspetivas são favoráveis mas sujeitas a riscos, prevendo que o
crescimento seja em média de 5,1%, pressupondo uma produção de caju favorável ,
uma forte atividade no setor dos serviços e a continuação do investimento em
projetos de infraestruturas fundamentais.
A representante do Banco
Mundial, Rosa Brito é citada no relatório como tendo dito que a criação de mais espaços fiscais nas
reformas em curso permitirão ao Governo investir mais e melhor nos setores
prioritários, como, a educação e saúde.
“Ao criar mais espaço
fiscal, estas reformas permitirão ao governo investir mais e melhor nos setores
prioritários como saúde e educação, proteção social e infraestrutura sem
comprometer o equilíbrio das finanças públicas”, concluiu Brito, segundo o
relatório.
A edição do relatório
divulgado analisa a evolução económica de 2024, apresenta as perspectivas até
2028 e dedica um capítulo especial à análise das receitas fiscais a sua
composição, desempenho e potencial de crescimento.ANG/AALS/ÂC//SG

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