Iraque/PKK confirma desarmamento em cerimónia no norte do Iraque
Bissau, 03 Jul 25 (ANG) - O Partido dos
Trabalhadores do Curdistão (PKK) confirmou hoje que os seus combatentes no
norte do Iraque vão começar a entregar as armas numa cerimónia entre 10 e 12 de
julho, na cidade de Sulaymaniyah.
"Um grupo de guerrilheiros
descerá das montanhas e despedir-se-á das suas armas, num esforço para declarar
a sua boa vontade para com a paz e a política democrática", declarou o PKK
num comunicado.
A cerimónia, que deverá ter lugar entre 10 e 12 de julho na
cidade de Sulaymaniyah, na região curda semi-autónoma do norte do Iraque, será
o primeiro passo concreto para o desarmamento num conflito que se estende há
mais de quatro décadas e que causou mais de 40.000 mortos.
Zagros Hiwa, porta-voz do PKK, disse que os combatentes
destruirão as suas armas "sob a supervisão das instituições da sociedade
civil e das partes interessadas".
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, anunciou em
maio que iria dissolver-se e renunciar ao conflito armado. A medida foi tomada
depois de o líder do PKK, Abdullah Ocalan, preso numa ilha perto de Istambul
desde 1999, ter instado o seu grupo, em fevereiro, a convocar um congresso e a
dissolver-se e desarmar-se formalmente.
Para que o PKK possa dar novos passos no sentido do
desarmamento, "o regime de isolamento" imposto a Ocalan na prisão
"tem de ser abolido" e devem ser tomadas medidas
"constitucionais, legais e políticas" para "garantir que os
guerrilheiros que abandonaram a estratégia da luta armada possam ser
reintegrados na política democrática da Turquia", de acordo
com Zagros Hiwa.
O número de combatentes que irão participar ainda não foi
determinado, mas poderá situar-se entre os 20 e os 30, afirmou ainda o
porta-voz.
Na Turquia, na segunda-feira, Omer Celik, porta-voz do Partido
da Justiça e do Desenvolvimento do Presidente Recep Tayyip Erdogan, disse que o
PKK poderia começar a entregar armas "dentro de dias", mas não
forneceu pormenores.
Celik acrescentou que Erdogan se reuniria com membros do partido
pró-curdo na próxima semana para discutir o esforço de paz.
O Governo turco não fez qualquer declaração imediata sobre o
anúncio de hoje.
Alguns analistas e opositores receiam que Erdogan queira
manter-se no poder, apesar de não se poder recandidatar, uma vez que procura
redigir uma nova Constituição.
O recente esforço do Governo turco para terminar o conflito de
décadas com o PKK, de acordo com os mesmos analistas, pode fazer parte da
estratégia para ganhar o apoio de um partido pró-curdo no Parlamento e obter a
maioria necessária para aprovar uma nova Constituição.ANG/Lusa

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