quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Cabo Verde/Unesco e governo cabo-verdiano procuram adopção de medidas capazes de travar danos da desinformação e falsas notícias

Praia, 04 Set 25 (ANG) – Os trabalhos da Conferência Regional sobre a Integridade da Informação em África e no Sahel,foram abertos, terça-feira, na cidade da Praia, Cabo Verde com a previsão  de adoptar um Plano de Ação que apoiasse a implementação de um Quadro Político para a Integridade da Informação em África Ocidental e no Sahel.

Peritos, representantes de instituições que tutelam a área de informação, académicos, jornalistas, representantes da sociedade civil e entidades reguladoras da área de comunicação social debatem os danos sociais de desinformação, falsas notícias e discursos de ódio, necessidades de colaboração institucional, de regulamentação e de responsabilização, na conferência de três dias.

A ONU, na pessoa da representante residente em Cabo Verde, Patrícia Portela de Sousa, disse que o tema central da conferência não só é atual como fundamental para se avançar.

“De facto, a internet ampliou oportunidades e conectou milhões de pessoas na nossa região e no mundo. As pessoas,  os jovens, em particular, recorrem cada vez mais as plataformas digitais como sua principal fonte de informação, mas esta rápida transformação traz consigo sérios riscos. Muitos não possuem as competências de literacia mediática e informacional necessária para navegar com segurança nesses espaços. As lacunas nas leis de acesso à informação criam vazios preenchidos por rumores e manipulação”, disse Patrícia.

Acrescentou que em contexto de insegurança, conflito ou crise, a desinformação, manipulação e os discursos de ódio espalham-se rapidamente minando a confiança das pessoas, alimentando a polarização e ameaçando a estabilidade da sociedade e até a democracia.

A representante da ONU em Cabo Verde destacou que o Relatório Global de Riscos de 2024 do Fórum Económico Mundial havia alertado que a desinformação e a manipulação da informação estão entre as ameaças globais mais prementes para os próximos dois anos.

“Estes riscos vão muito além da tecnologia. Atingem os alicerces das nossas sociedades, a confiança mútua, tomada de decisões informada, o diálogo construtivo e a proteção dos Direitos Humanos”, disse.

Para Patrícia de Sousa a conferência oferece oportunidade para se reforçar a resposta coletiva e  a abordagem multisetorial, ancorada nos direitos humanos, reunindo governos, reguladores, sociedade civil, academia, meios de comunicação social e o setor tecnológico para  co-criação de soluções que reflitam as realidades da região, alinhadas com as normas internacionais.

Quatro discursos marcaram a cerimónia de abertura da conferencia, entre os quais o do Secretário de Estado adjunto do Primeiro-ministro de Cabo Verde, Lourenço Lopes, quem deu por aberto a conferência.

O governante defendeu o equilíbrio entre o desenvolvimento tecnológico e os direitos e as garantias dos cidadãos.

“Tirar todo o proveito do mundo digital mas ao mesmo tempo proteger os cidadãos e as comunidades. E é por isso que é extraordinariamente importante a questão da leteracia digital, Permitir que os cidadãos saibam distinguir o verdadeiro do falso, o bem do mal, e ainda permitir que os cidadãos sejam ator ativo do ponto de vista do mundo digital”, disse Lopes.

A integridade da informação refere-se à precisão, consistência e confiabilidade da informação. E é um dos atributos da segurança da informação, tais como a confidencialidade, disponibilidade e autenticidade.

Segundo a UNESCO, a Desinformação é uma informação que não é apenas imprecisa, mas também tem a intenção de enganar e é espalhada para causar danos, enquanto que a Informação Falsa se refere à disseminação não intencional de informações imprecisas, compartilhadas de boa-fé por aqueles que não sabem que estão a transmitir falsidades. Despacho de Salvador Gomes, Ponto Focal do Ministério da Comunicação Social para esta Conferência 

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