quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Côte d´Ivoire /Conferência internacional sobre  Lassa prossegue trabalhos com partilha de experiências de estudos  sobre a doença

Abidjan, 11 Set 25 (ANG) -  Os trabalhos da Conferência Internacional sobre a Febre de Lassa preenche os dias subsequentes a abertura dos trabalhos, segunda-feira, com  debates em painéis temáticos, que resultam em partilha de experiências de estudos sobre  doenças, dificuldades de financiamentos,  políticas de vigilância sanitária, e aplicação de fundos disponibilizados.

O antigo Presidente da Organização Oeste Africana da Saúde, Plácido Cardoso, presidiu, terça-feira uma dessas sessões, dedicada aos estudos feitos sobre a febre de Lassa em diferentes países, dificuldades encontrados , políticas de financiamento aplicados e sistemas de vigilância sanitária recomendados.

Os sete oradores que animaram o painel  puderam apresentar as suas experiências  e dificuldades enfrentadas,  e cada um destacou os objetivos do estudo, a metodologia aplicada, os resultados alcançados e as recomendações que achar pertinentes.

No resumo sobre o que ficou retido como  conclusões  da sessão, Plácido Cardoso, sublinhou que a sessão permitiu  aprender muito,  e que se chegou a conclusão de que a saúde de que  muito se fala é mais do que os três setores: ambiente, saúde humana e saúde animal.

“Comunicação de risco e engajamento comunitário é um pilar muito importante que deve ser tomado em conta para prevenção e gestão da febre de Lassa. Aprendemos que  o terreno que utilizamos na lavoura tem o seu impacto na transmissão da doença. Quando mais terreno trabalhamos encontramos os pequenos ruminantes, que são fatores de riscos e  transmissores  de  doenças, pois  lidamos com roedores, ratos etc”, disse.

Segundo estudos comparados apresentados,  zonas menos trabalhados têm menos  contaminação, e Plácido Cardoso diz ser para ele um aspeto novo.

 ”Quando se fala de implicação do  setor da agricultura mas se vê a saúde animal mas é mais que isso, ultrapassa a questão da fauna”, disse.

Cardoso sustenta que por essa razão os agricultores devem ter  informações  sobre os riscos que enfrentam nos seus trabalhos, para se prevenirem, assim como os magarefes que lidam com sangue,  fezes , carne de animais  e líquidos corporais  que podem ser foco de transmissão de doenças.

Os oradores  recomendaram o reforço do sistema de vigilância sanitária no espaço da CEDEAO, no sentido de ser mais abrangente e robusto.

“Devemos reforçar a vigilância epidemiológica e entomológica para saber  que tipo de vetores circulam, o nível laboratorial, e os diagnósticos devem ser mais apurados, para se saber quais são as espécies e subespécies de vetores e vírus que estão  em causa”, referiu.

Plácido Cardoso que desempenhou as funções de DG da OOAS durante seis anos destacou que foi uma sessão que vai permitir que se faça mais trabalho de pesquisas, concluir os estudos em curso para se criar uma melhor compreensão  da situação de outras doenças, nomeadamente, a febre de Lassa e de arboviroses de forma geral, no espaço CEDEAO.

 Alguns oradores lamentaram não puder terminar os seus estudos devido a dificuldades de financiamentos, e  Plácido Cardoso diz  que os recursos financeiros têm sido  sempre um problema complicado.

“Exige mais de organização, coordenação e sensibilização a todos os níveis, tantos das autoridades políticas administrativas assim como de  parceiros, Tem que se definir as prioridades., para se ser mais claro”, disse.

A experiencia camaronesa apresentada na sessão destaca o envolvimento das comunidades na gestão da prevenção sanitária,  Cardoso concorda puder ser um modelo a replicar noutros países.

“O envolvimento de líderes comunitários  de líderes religiosos é essencial. Devem ser integrados em  programas que chamamos de “engajamento  comunitário e comunicação de riscos”, assim teremos mais ganhos porque a população deve ser informado dos riscos que enfrentam nos trabalhos diários. Há o risco sanitário.”, sublinhou. ANG

(Despacho de Salvador Gomes, jornalista convidado pela CEDEAO para cobertura da conferência)

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