terça-feira, 2 de setembro de 2025

França/Bayrou enceta semana de consultas políticas antes de pedir uma moção de confiança

Bissau, 02 set 25(ANG) - O Primeiro-Ministro francês, François Bayrou, iniciou nesta segunda-feira uma série de consultas políticas, quando falta uma semana para submeter a sua política à votação de uma moção de confiança na Assembleia Nacional que poderia marcar o fim do seu governo, numa altura em que continua a defender o seu muito criticado plano de austeridade que prevê poupanças de 44 mil milhões de Euros no seu projecto de lei de finanças para 2026.

Depois de ter concedido no domingo à noite uma entrevista a quatro canais televisivos em simultâneo para defender a sua política, o chefe do governo francês encetou hoje a sua maratona de encontros com as diversas formações com assento parlamentar, sendo que o primeiro a ser recebido, esta tarde, é o Partido Comunista que já na semana passada, antes mesmo deste encontro, disse que iria rejeitar a moção de confiança.

Nestas terça e quarta-feira, François Bayrou recebe os responsáveis dos partidos que sustentam o seu executivo, representantes da direita tradicional e a União Nacional, na extrema-direita. O partido de Marine le Pen optou por participar na reunião com o Primeiro-Ministro, apesar de já ter anunciado que iria chumbar a moção de confiança. Sinal de que o encontro de amanhã é -na sua óptica- uma mera formalidade, os membros da União Nacional organizaram hoje uma reunião interna para preparar um eventual cenário de legislativas antecipadas.

Na quinta-feira, o Partido Socialista, cujos votos são considerados cruciais para manter Bayrou no poder, deveriam ser recebidos. Antes mesmo deste encontro, o líder do partido considerou "Bayrou está a despedir-se" e disse que a decisão de rejeitar a moção de confiança "é irrevogável".

Indício de que um compromisso poderia ser mesmo difícil, durante o fim-de-semana, os socialistas que são candidatos a assumir a governação a seguir a Bayrou, apresentaram um projecto alternativo de orçamento, com poupanças à volta de 21 mil milhões de Euros, ou seja metade dos cortes previstos pelo actual chefe do governo, sem tocar nas prestações sociais e pedindo um esforço às grandes fortunas. Algo que para Bayrou equivale "a não fazer nada" e constitui inclusivamente "uma ameaça sobre os investimentos em França".

Restam ainda -à esquerda- os Verdes e a França Insubmissa, que optaram por não comparecer no palácio do governo uma vez que já anunciaram que vão chumbar a moção e confiança. O partido de Jean-Luc Mélenchon que também virou "página Bayrou" e reclama presidenciais antecipadas, avisou que só apoiaria um governo conduzido pelos socialistas se eles tivessem um "programa de ruptura".ANG/RFI

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