segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Correios da Guiné-Bissau


“Falta de estratégia e deficiência de gestão dos recursos motivaram declínio da empresa”, diz o Director-geral

Bissau, 03 Dez 18 (ANG) – O Presidente e Director-geral dos Correios da Guiné-Bissau indicou a falta de visão estratégica e de acompanhamento da evolução do sector a nível global e a gestão deficiente dos recursos humanos, matérias e financeiras como motivo do estado actual em que a empresa se encontra.

Fernando Joaquim Ferreira de Lacerda que falava em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné (ANG), sobre a situação de paralisia, quase total, em que os Correios se encontram actualmente, disse que o descalabro da instituição teve várias origens, entre as quais, o conformismo com o monopólio postal pela legislação do sector, que considera arcaico e desajustada à realidade de hoje, e desorganização total das rotinas de trabalho, no âmbito administrativo, comercial e operacional.

Para além disso, Fernando de Lacerda responsabilizou ainda o sistema implantado no país, de “deixa fazer” pela situação, que disse ter levado a maior parte dos concidadãos a “cometerem atropelos às normas e  leis” que regem os trabalhos que executam, pensando que elas lhes impede de realizar as suas expectativas  pessoais.

Por isso, segundo Ferreira de Lacerda, o papel da actual administração dos Correios  passa pela promoção e criação de um bom clima social na empresa, estabelecimento de normas precisas de gestão e procedimentos administrativos, elaboração de  manuais de operações, aposta na valorização e desenvolvimento dos recursos humanos, e  utilização,  de forma sistemática, das tecnologias de informação e comunicação em todas as áreas de actuação.
Instado a falar das dificuldades para o relançamento efectivo dos Correios, Ferreira de Lacerda começou por explicar as transformações que ocorrem em diversos domínios na economia mundial, resultado da forte competitividade e o rápido desenvolvimento tecnológico, fenómeno que disse atingir o sector postal.

“No início, o serviço postal consistia apenas na obrigação do Estado em fornecer os serviços básicos à população e, para garantir a qualidade de serviço postal universal, era concedido monopólio aos operadores estatais.Mas, actualmente, o contexto mundial é diferente e as sociedades já não aceitam o monopólio do Estado e os operadores públicos tem que competir no mercado com os privados ”, informou Fernando Joaquim Ferreira.

Acrescenta que na Guiné-Bissau, o monopólio também começou a ser restringido até que se despareça, por isso devem ser adoptadas regras claras que levam ao progresso do sector privado no mercado postal.

Lacerda disse que a dificuldade de relançamento dos Correios também tem a ver com o  pouco conhecimento e de sensibilidade do público em geral e dos decisores, em particular sobre o potencial dos Correios na contribuição para a coesão social e para desenvolvimento económico do país, a inexistência de um quadro legal e regulamentar actualizado do sector postal e a falta de uma injecção de capital para o funcionamento regular dos serviços, permitindo que a empresa usa o seu potencial de gestor de valores para economia nacional.

Assegurou que o relançamento dos Correios depende da conclusão das obras de reabilitação do edifício central de Bissau, dos edifícios e equipamentos das estações postais do interior do país, da abertura da loja de filatelia e coleccionismo , bem como a criação das condições para prestação dos serviços financeiros postais. ANG/PLG/ÂC//SG

São Tomé e Príncipe

                              Novo Primeiro-ministro toma posse hoje

Bissau, 03 dez 18 (ANG) – O novo Primeiro-ministro e os restantes membros do governo de São Tomé e Príncipe tomam posse hoje, indicou fonte da Presidência da República.
A cerimónia de tomada de posse de, Jorge Bom Jesus, e dos restantes membros do Governo, havia sido marcada para sábado.
"A cerimónia foi adiada porque era preciso que o Presidente tivesse em sua posse a composição de todo o Governo, fazer um decreto e depois dar posse no dia seguinte. Mas já não vamos a tempo porque o MLSTP ainda não enviou todos os nomes das pessoas que farão parte do Governo", disse à Lusa Hélia Fernandes, assessora de comunicação do Presidente Evaristo Carvalho.
O Presidente da República de São Tomé e Príncipe, Evaristo de Carvalho, nomeou como primeiro-ministro o líder do MLSTP-PSD, na quinta-feira, uma decisão que justificou com "a actual correlação de forças" no parlamento e "os superiores interesses" do país.
"É, nos termos da alínea g) do artigo 81.º, conjugado com o número 1 do artigo 110.º, ambos da Constituição da República, e sob proposta do partido MLSTP-PSD [Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata], nomeado para o exercício do cargo de primeiro-ministro e chefe do XVII Governo Constitucional o senhor Jorge Lopes Bom Jesus", lê-se no decreto do Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho.
O chefe de Estado refere, no decreto, ter ouvido os partidos políticos com assento parlamentar na Assembleia Nacional, resultante das eleições legislativas realizadas em 07 de Outubro, justificando a sua decisão com a "actual correlação de forças políticas nessa mesma assembleia, e tendo em conta os superiores interesses da Nação".
O partido Acção Democrática Independente (ADI), vencedor nas eleições legislativa de 07 de Outubro, tinha indicado Álvaro Santiago, antigo ministro da Educação e ex-vice-governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe (BCSTP) para o cargo de primeiro-ministro.
Patrice Trovoada, líder da ADI e primeiro-ministro cessante, anunciou, na quarta-feira, a suspensão das suas funções como presidente do partido por considerar que Álvaro Santiago não tinha o perfil necessário para alcançar um Governo de base alargada ou de unidade nacional.
A ADI venceu as eleições com maioria simples - 25 dos 55 deputados da Assembleia Nacional - e reclamou o direito constitucional de formar Governo.
O MLSTP-PSD foi o segundo partido mais votado nas últimas eleições, elegendo 23 deputados, e assinou com a coligação PCD-UDD-MDFM, que tem cinco assentos parlamentares, um acordo de incidência parlamentar, reclamando terem uma maioria absoluta (28 deputados), que garante a sustentabilidade parlamentar necessária para formar Governo, composto pelas duas forças.
Nestas legislativas, o Movimento Independente de Caué elegeu também dois deputados e já prometeu "apoiar o partido que tem maioria no parlamento".ANG/Angop