terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Golpe de Estado Burkina Faso/Jornalista guineense da RFI considera situação de “perigo” para países vizinhos

Bissau, 25 Jan 22 (ANG) – O jornalista guineense da Rádio France Internacional(RFI) e especialista em assuntos africanos disse que o golpe de Estado consumado no Burkina-Faso já era de esperar devido aos constrangimentos que o país estava a viver desde a saída no poder do ex-Presidente Blaise Campaoré com o agravar da corrupção, desvios de fundos e incapacidade de fazer frente aos grupos Jhiadistas.

Alen Iero Embaló convidado pela ANG a analisar o golpe de Estado ocorrido na segunda-feira, em Burkina Faso e suas repercursões na sub região, disse que, essa situação mostra que a estabilidade nesta zona não é das melhores, sobretudo, no momento em que crescemr os movimentos Jhiadistas.

“No espaço de um ano e meio ocorreram quatro sublevações na região,  duas vezes no Mali, uma na Guiné-Conacri e agora, a mais recente, em Burkina-Faso, isso representa  num perigo para os países da África Ocidental”, salientou.

Um grupo de militares amotinados, dirigido pelo tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, preside o movimento que concretizou o golpe militar, na segunda-feira, no Burkina Faso.

Alen Iero Embaló disse que, no caso concreto de Burkina-Faso, o país não soube responder aos ataques frequentes de grupos radicais, que mantem sob seu domínio um terço do território, são zonas com ausência total do Estado e onde a politica de desenvolvimento nâo atinge as pessoas que vivem num estado de abandono total.

Embaló acrescentou que as  referidas zonas tornaram-se propícias para o crescimento de redes de terroristas, que  desde 2021 têm atacado o país, mensalmente, provocando  mais de 1 milhão e meio de refugiados.

Segundo Allen, a corrupção ao nìvel do aparelho de Estado e das Forças Armadas aumentou, e há registo de desvios de somas avultadas de fundos do Estado, destinados a  compra de armamentos modernos para os militares para fazerem  face aos Jhiadistas, e, em consequência,   a logística das forças em combate começou a ficar fraca, agravada com a falta de pagamento de salários.

“ Os grupos radicais aproveitam a situação de fragilidde das forças do governo para atacar e matar muitos soldados Burkinabes”, disse.

De acordo com Embalo estas e mais situações vieram a complicar a vida ao Presidente da República que viu a Sociedade Civil colocar  pessoas nas ruas para protestarem contra a incapacidade do presidente de solucionar o problema apesar de muitos fundos disponibilizados  para tal.

“Cerca de 130 mil milhões de francos cfa foram mal geridos pelas chefias militares, em conivência com altos gestores da administração pública”, revelou.

De acordo com o jornalista, foi essa que terá estado na origem de algumas mudanças  nas Forças Armadas, tais como os casos de exoneração do Ministro da Defesa e do Chefe do Estado-maior General da Forças Armadas, feitas pelo Chefe de Estado.

Iero Embaló referiu que todos os chefes militares da zona Norte e os descontentes acusados de estarem numa tentativa de golpe de Estado foram julgados e presos na ultima sexta-feira, e no Domingo os soldados decidiram depôr  o Chefe de Estado através de um Golpe de Estado.

Alen Iero Embaló disse que as ondas de golpes na sub-região e o avanço dos grupos radicais  é um perigo para os países vizinhos, e, segundo ele, com a excepção de Cabo Verde e Senegal, todos os outros países estão em perigo devido as instabilidades crónicas internas: casos de Niger, Costa de Marfim, Guiné-Conacri.

Afirmou  que Mali e Guiné-Conacri  estão a previllgiar a opção interna ignorando, por completo, as resoluções da CEDEAO, o que os torna ainda mais fragilzados. ANG/MSC/ÂC//SG

Sem comentários:

Enviar um comentário