Ucrânia/”Adesão de Finlândia e Suécia à NATO pode prejudicar segurança”, diz a Rússia
Bissau, 11 Abr 22(ANG) – A Rússia avisou hoje que a eventual adesão da Finlândia e da Suécia à NATO não contribuirá para a segurança na Europa, depois de o jornal The Times ter noticiado a possível integração dos dois países no verão.
“Temos
dito repetidamente que a própria Aliança [Atlântica] é mais um instrumento de
confronto. Não é uma aliança que garanta a paz e a estabilidade, e o seu futuro
alargamento, evidentemente, não trará segurança adicional ao continente
europeu”, comentou o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, citado pela
agência de notícias espanhola EFE.
Peskov
reagia à notícia divulgada hoje pelo jornal britânico The Times, que cita
funcionários norte-americanos a admitir que a Finlândia poderá formalizar a sua
candidatura já em Junho, com a Suécia a fazer o mesmo logo de seguida.
O
secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou em várias ocasiões que
tanto a Finlândia como a Suécia seriam bem-vindas se decidissem aderir à
Aliança Atlântica.
Uma
das questões-chave para a Finlândia é obter garantias de segurança da NATO para
o período entre o pedido de adesão e a ratificação por todos os países aliados,
quando ainda não estaria coberta pela cláusula de defesa colectiva da Aliança
(Artigo 5.º).
Na
semana passada, Stoltenberg disse que os membros da NATO estariam dispostos a
dar tais garantias e observou que, se a Finlândia decidir aderir, “encontrarão
uma forma de lidar com esta questão”.
A
Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) é uma aliança militar criada
pelo também denominado Tratado de Washington, de 04 de Abril de 1949, que
“pretendia criar um contrapeso aos exércitos soviéticos estacionados na Europa
Central e Oriental após a Segunda Guerra Mundial”, segundo a própria
organização.
Portugal
é um dos 12 membros fundadores, juntamente com Bélgica, Canadá, Dinamarca,
Estados Unidos, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Reino
Unido.
Ao
longo dos anos, outros países aderiram à organização, que conta actualmente com
30 membros.
O
Artigo 5.º do Tratado estabelece que “um ataque armado contra um ou mais” dos
Estados-membros “na Europa ou América do Norte será considerado um ataque
contra todos” os países que integram a NATO, desencadeando o direito de uso de
força armada, individual ou colectiva, “para restaurar e manter a segurança da
área do Atlântico Norte”.
Ao
invadir a Ucrânia, em 24 de Fevereiro, a Rússia usou como um dos argumentos a
possível adesão do país vizinho à NATO.
Desde
então, a Ucrânia tem pedido a intervenção da NATO em sua defesa, que foi
recusada precisamente por o país não integrar a organização e por receio de que
um envolvimento directo da Aliança Atlântica poderia desencadear uma guerra
total na Europa.
No
entanto, vários países da NATO têm fornecido armamento à Ucrânia, sobretudo
sistemas de defesa antiaérea, para ajudar a repelir as tropas russas.
A
guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 47.º dia de combates, provocou milhares
de mortos civis e militares, bem como a fuga de mais de 11 milhões de pessoas,
incluindo 4,5 milhões para países vizinhos.
Esta
é a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas
necessitam de assistência humanitária.
A
comunidade internacional reagiu à invasão da Ucrânia pela Rússia com sanções
económicas e políticas contra Moscovo, além do fornecimento de armas a Kiev.
ANG/Inforpress/Lusa
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