Dia Mundial de refugiados/“Guiné-Bissau nacionaliza seis mil pessoas com estatuto de refugiados”, revelou Assistente de Integração Local
Bissau, 20 jun 23
(ANG) – A Assistente de Integração Local da Comissão Nacional dos Refugiados
revelou hoje à ANG que a Guiné-Bissau nacionalizou cerca de seis mil pessoas
com estatuto de refugiados.
Edna Correia Coelho
fez esta revelação em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné(ANG)
no âmbito das celebrações do Dia Mundial dos Refugiados, que se assinala hoje ,
sob o lema: “Esperança Longe de casa: por um mundo inclusivo com as pessoas
refugiadas”.
Segundo Edna Coelho,
após o Governo ter declarado a claúsula de integração dos refugiados em 2017 e
2018, a Comissão começou a emitir documentos para efeitos de obtenção da nacionalidade
guineenses aos refugiados que manifestaram interesse.
Disse que, actualmente
existem no país refugiados senegaleses, serraleoneses, liberianos e Ivoiriense que são de longa duração ou seja vivem no país há cerca de 20 anos como refugiados
e que são os que a Comissão Nacional conseguiu nacionalizar.
Edna Correia Coelho
informou que o país já não recebe refugiados há um ano por motivo devido o
fecho do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados(ACNUR).
Disse que atualmente só funciona a Comissão Nacional de Refugiados, que tenta
solucionar algumas dificuldades de poucas pessoas que chegam a Guiné-Bissau
como refugiados, devido a insuficiência de meios financeiros de que dispõe para
funcionaamento.
“A única assistência
que conseguimos dar aos refugiados é na
documentação para a obtenção do estatuto de refugiado, porque existe uma Comissão
que congrega elementos de diferentes ministérios, encarregue de analisar e
aprovar os requerementos das pessoas que
vêm de outros países para Guiné-Bissau”, disse.
explicou que, uma vez
validado o requerimento, a pessoa, para
além de obter o estatuto, tem direito ao trabalho, a escola e assistência sanitária mediante apresentação do
cartão do refugiado, por não poder usar qualquer documento do país de origem.
Instado a falar se
essa Comissão já recusou um pedido para
obtenção do estatuto de refugiado disse que sim, frisando que, pelo menos no
ano passado negou o processo de um
cidadão da Nigéria.
Quanto as
dificuldades dos refugiados, disse que se
relacionam a posse de terra, porque a maioria dos refugiados é agricultor e não
tem espaço para prática agrícola.
Interrogado se a Comissão
chegou de ajudar um refugiado a conseguir um espaço para cultivo, disse que
sim, pois já têm ajudado um pouco mais
de seis refugiados nesse sentido.
Nessa entrevista à
ANG, a Assistente da Integração Local da Comissão Nacional dos Refugiados diz
haver o risco de alguns serem
apátridas(pessoa que não tem nacionalidade), pelo que a Comissão está a
trabalhar para que não se chegue à essa
situação.
“Neste preciso momento estamos a trabalhar na identificação das pessoas que se encontram nessa
situação por forma ajudá-las a obter os documentos necessários ou que lhes
identifica como cidadãos de um determinado país, em vez de ficarem sem nenhuma
nacionalidade”, revelou.
Uma outra situação
apontada por Edna Correia Coelho tem a ver com a prevenção da emigração mista, porque há
pessoas que aproveitam da deslocação das pessoas de país em conflito para
emigração.
Disse que, por essa
razão, estão a trabalhar para que não haja casos similares no país.
As causas de refúgio,
diz Edna, têm a ver com perseguição cultural,
religiosa e politica. “Temos duas pessoas vítimas dessas perseguições: uma de
Gâmbia e outra da República da Guiné”, disse. ANG/LPG/ÂC//SG
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