Turquia/PR sugere comissão de inquérito internacional
para ataque a barragem
Bissau, - O presidente
da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, sugeriu hoje aos seus homólogos ucraniano e
russo a criação de uma comissão de inquérito internacional, após a destruição
da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia.
Numa conversa telefónica
com o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, "o Presidente Erdogan
declarou que poderia ser criada uma comissão com a participação de
especialistas das partes beligerantes, das Nações Unidas e da comunidade
internacional, Turquia incluída", anunciou a Presidência turca em
comunicado.
Segundo o Chefe de
Estado, a comissão teria por missão realizar uma "investigação aprofundada
sobre a destruição da barragem de Kakhovka".
Também Zelensky indicou
ter hoje conversado com Erdogan sobre "as consequências humanitárias e
ambientais" das inundações causadas no sul do território ucraniano pela
destruição da barragem.
"Falámos das
consequências humanitárias e ambientais do acto terrorista russo contra a
central hidroeléctrica de Kakhovka, incluindo dos riscos para a central nuclear
de Zaporijia", escreveu Zelensky na rede social Twitter, acrescentando
"ter apresentado" ao homólogo turco "uma lista das necessidades
urgentes para lidar com a catástrofe".
Erdogan falou, em
seguida, com o Presidente russo, Vladimir Putin, dizendo-lhe desejar que o
inquérito internacional permita "dissipar quaisquer suspeitas",
indicou a Presidência turca num segundo comunicado.
Moscovo e Kiev rejeitam
a responsabilidade do ataque à barragem que fornece água à Crimeia, península
ucraniana anexada pela Rússia em 2014, e se encontra na rota das tropas
ucranianas para uma recuperação dos territórios ocupados.
A destruição da barragem
desencadeou uma queda abrupta de torrentes de água no caudal do rio Dniepre,
obrigando vários milhares de pessoas a abandonar as zonas inundadas e fazendo
temer uma catástrofe ecológica.
A Turquia, Estado-membro
da NATO, conseguiu desde o início da invasão da Ucrânia pelas tropas russas, há
mais de 15 meses, manter boas relações tanto com Kiev como com Moscovo.
A ofensiva militar
lançada a 24 de Fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a
fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e
mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes
dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa
desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa --
justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e
desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela
generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de
armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e
económicas.
A ONU apresentou como
confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 469.º dia, 8.983
civis mortos e 15.442 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém
dos reais. ANG/Angop
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