França/Mais de 40 jornalistas mortos
nos últimos 15 anos
Bissau, 03 Mai 24 (ANG)
- Um total de 44 jornalistas que informavam sobre temas ambientais foram
assassinados no mundo nos últimos 15 anos, e pelo menos outros 24 sobreviveram
a tentativas de assassínio.
A informação, de acordo com a Lusa, foi avançada na quinta-feira
pela agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Destes crimes, apenas cinco tiveram condenação judicial, segundo
a UNESCO, que redigiu o relatório juntamente com a Federação Internacional de
Jornalistas, no quadro do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa (3 de
Maio).
O organismo internacional também revelou que pelo menos 749
jornalistas e meios de comunicação dedicados ao ambiente foram alvos de
agressões em 89 países, desde 2009, e que 300 dessas agressões ocorreram, nos
últimos cinco anos.
“Estes jornalistas e meios cobriam um leque amplo de casos,
desde as causas das alterações climáticas, a mineração ilegal, a desflorestação
e os combustíveis fósseis, até questões que afectam especificamente as
comunidades em que se integram, como a agroindústria, a apropriação de terras,
os megaprojetos de infraestruturas e as consequências dos fenómenos
meteorológicos extremos", indicou-se no documento.
Pelo menos, metade das 749 agressões foram praticadas por
agentes estatais, como polícias, militares, funcionários e contratados pelos
governos, com os agentes privados, como empresas da indústria extractiva ou
grupos criminosos, responsáveis por uma quarta parte.
Este ano, o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa é
dedicado à importância do jornalismo e à liberdade de expressão, no contexto da
actual crise ecológica mundial.
Além do documento sobre agressões e assassínios de jornalistas,
a UNESCO divulgou ainda um inquérito a 905 jornalistas de 129 países, no qual
70% disseram já ter sido “objecto de pressões, ameaças ou pressões, enquanto cobriam
assuntos ambientais”.
A investigação mostrou ainda que mais de dois terços dos inquiridos consideram que a distorção da informação e as mentiras relacionadas com as alterações climáticas aumentou nos últimos anos e que o jornalismo não está a fazer o suficiente para contrariar a tendência. ANG/Angop
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