França/UNESCO entrega prémio de
liberdade a jornalistas palestinianos
Bissau, 03 Mai 24(ANG) -
O Prémio Mundial para a Liberdade de Imprensa da UNESCO foi atribuído a todos
os jornalistas palestinianos que cobrem Gaza, onde decorre há seis meses uma
ofensiva israelita em retaliação a um ataque do Hamas contra Israel, informa a
Lusa.
"Nestes tempos de
escuridão e desordem, desejamos enviar uma forte mensagem de solidariedade e
reconhecimento aos jornalistas palestinianos que cobrem esta crise em
circunstâncias dramáticas", frisou Mauricio Weibel, presidente do júri
internacional de profissionais da comunicação social.
"A humanidade tem
uma dívida imensa para com eles, pela sua coragem e pelo seu compromisso com a
liberdade de expressão", acrescentou, citado num comunicado de imprensa.
Audrey Azoulay,
directora-geral da UNESCO, a organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura, sublinhou, por sua vez, a "importância da mobilização
colectiva para que os jornalistas, em todo o mundo, possam continuar a realizar
o seu trabalho essencial de informação e investigação".
Também hoje a Amnistia
Internacional (AI) destacou que a actividade jornalística continua a ser
"um verdadeiro acto de coragem" em muitas partes do mundo, recordando
os profissionais que foram vítimas da guerra na Faixa de Gaza.
A propósito do Dia
Mundial da Liberdade de Imprensa, que se assinala hoje, sexta-feira (3 de
Maio), a AI apelou em comunicado para que "a liberdade para informar vença
sempre os ataques a que está sujeita", frisando "o papel
crucial" dos jornalistas, mas também "os perigos que ainda enfrentam
a nível global".
No comunicado, a AI
lembra os profissionais que foram vítimas em mais de seis meses da guerra entre
Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, citando números
do Comité para a Protecção dos Jornalistas, que dão conta de 97 mortos desde 07
de Outubro.
Deste total, 92 eram
palestinianos, dois israelitas e três libaneses, segundo o Comité, que nota
que, "nos últimos 30 anos, nenhuma outra guerra tirou a vida a tantos
jornalistas em tão curto espaço de tempo".
Àquele número, somam-se
pelo menos 45 jornalistas palestinianos detidos sob custódia de Israel, dos
quais 23 se encontram em detenção administrativa e outros estão desaparecidos,
de acordo com a Addameer, uma associação de apoio aos prisioneiros com sede em
Ramallah.
É difícil obter
informações em primeira mão sobre o que se passa na Faixa de Gaza, uma vez que
Israel impediu a imprensa internacional de entrar no enclave palestiniano desde
o início da guerra, há seis meses.
Em 07 de Outubro, um
ataque sem precedentes do Hamas em Israel causou cerca de 1.200 mortos e mais
de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas, que responderam
com uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza.
A operação israelita provocou cerca de 34.600 mortos e a destruição de muitas infra-estruturas em Gaza, de acordo com dados actualizados hoje pelo governo do Hamas. ANG/Angop
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