Oslo/Presidente da Moldova denuncia protestos
orquestrados por Rússia
Bissau, 07 Mai 24 (ANG) – A Presidente da
Moldova, Maia Sandu, denunciou hoje a preparação de manifestações orquestradas
por Moscovo para desestabilizar o país, onde as forças pró-russas estão a
planear comemorar esta semana um momento-chave da história soviética.
Os
partidos pró-russos da Moldova planeiam celebrar o aniversário da vitória soviética
sobre a Alemanha nazi, a 09 de maio, um elemento central da narrativa
patriótica do Kremlin (presidência russa).
No
mesmo dia, os apoiantes de Maia Sandu – cuja ambição é a adesão do país à União
Europeia (UE) – planeiam assinalar o Dia da Europa.
“Não
há nada de errado em manifestarem-se. A Moldova é um país democrático e estamos
a fazer o que é necessário para garantir a liberdade de expressão dos cidadãos,
quer concordem ou não com o Governo", disse a Presidente moldava, que está
de visita a Oslo, Noruega.
“É
uma questão diferente quando estes eventos são pagos a partir do exterior do
país e quando as pessoas que saem para as ruas não estão lá com a sua própria
agenda, mas com a de outra pessoa”, acrescentou, durante uma conferência de
imprensa.
Os
partidos pró-russos anunciaram recentemente, a partir de Moscovo, a criação de
uma coligação sob a égide do oligarca moldavo fugitivo Ilan Shor, condenado à
revelia por Chisinau por fraude, meses antes das eleições presidenciais
previstas para 20 de outubro deste ano.
Desde
a invasão russa da Ucrânia, Ilan Shor organiza regularmente manifestações
contra o governo pró-europeu na capital moldava e noutras cidades, num contexto
de tensões acrescidas entre a Rússia e a Moldova.
“A
Rússia já tentou desestabilizar o país no passado. A Rússia tentou financiar os
manifestantes no passado", sublinhou Sandu, salientando que as
instituições da jovem democracia da Moldova resistiram.
“A
Moldova é muitas vezes um campo de ensaio para os instrumentos híbridos da
Rússia e, ao ajudar-nos, os nossos parceiros podem aprender com a nossa
experiência” e preparar-se, acrescentou a chefe de Estado.
Hoje,
o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, anunciou uma ajuda adicional
de 350 milhões de coroas (30 milhões de euros) à Moldova.
Com
cerca de 2,5 milhões de habitantes, a Moldova situa-se entre a Roménia e a
Ucrânia.
A
região separatista moldava da Transnístria ganhou destaque após o início da
guerra na Ucrânia devido aos laços com a Rússia e à sua importante posição
geoestratégica.
Kiev
chegou mesmo a denunciar alegadas incursões russas na Ucrânia ocidental a
partir da região separatista.
A
Rússia mantém um contingente de 1.500 soldados na Transnístria, cujos
separatistas pró-Moscovo controlam o território desde a guerra civil na
Moldova, em 1992. ANG/Lusa
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