Cabo
Verde/ Presidente substitui Chefe da Casa Civil após polémicas
Bissau,18 Out 24(ANG) - O
economista Avelino Bonifácio Lopes foi nomeado Chefe da Casa Civil da
Presidência da República em Cabo Verde. A substituição de Jorge Tolentino surge
no âmbito do debate público, nos últimos meses, do enquadramento das despesas
na Presidência cabo-verdiana e de terem sido detectadas irregularidades com o
salário da primeira-dama.
O economista Avelino
Bonifácio Lopes, antigo ministro da Economia e do Turismo de um dos governos de
José Maria Neves, foi nomeado pela Presidência da República Chefe da Casa Civil
com efeitos a partir de 1 de Novembro.
Avelino Bonifácio Lopes
substituiu Jorge Tolentino na sequência da polémica em torno do salário pago à
primeira-dama e de várias irregularidades detectadas nas contas da Presidência
da República e que foram confirmadas por auditoria da Inspecção Geral das
Finanças e pelo Tribunal de Contas.
Na manhã de quinta-feira, em declarações à rádio pública cabo-verdiana,
o analista António Ludgero Correia disse que a demissão de Jorge Tolentino já
era esperada: “Era de certa forma uma decisão esperada. Se num primeiro
momento o casal presidencial não foi protegido pelo Chefe da Casa Civil e pelo
Conselho de Administração da Presidência da República com o salário da
Primeira-Dama, nos momentos seguintes o Chefe da Casa Civil estava
irreconhecível. Depois que o Presidente da República entregou as coisas aos
tribunais, começaram a bombardear a comunicação social com opiniões, com
explicações, explicando o inexplicável, a ideia do estatuto [da Presidência da
República] espalhada em diversos diplomas. Quer dizer, se você entrega as
coisas nas mãos das instituições próprias, você não tem que fazer uma pressão
que acaba resultando como uma pressão ilegítima.”
António Ludgero Correia
disse, ainda, que o pedido de nulidade do relatório da auditoria do Tribunal de
Contas às contas da Presidência da República foi o golpe final para a saída de
Jorge Tolentino. Pedido esse que o Tribunal de Contas indeferiu.
Em Agosto, um relatório da
Inspecção Geral de Finanças concluiu que o salário de 7,4 milhões de escudos
ilíquidos (67,6 mil euros) pagos durante dois anos à primeira-dama, Débora
Carvalho, era irregular - um caso em que, segundo o Presidente cabo-verdiano,
os montantes apurados já foram devolvidos aos cofres do Estado.
Em reação, a Presidência acusou o Governo de ter quebrado uma "longa tradição" de lealdade e cooperação institucionais ao "barrar" um anteprojeto de lei - apresentado em Maio de 2022 - com dispositivos para regular questões sobre o estatuto da primeira-dama.ANG/RFI
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