Rússia/BRICS criticam "inacção" da ONU no Médio Oriente em guerra
Bissau, 24 Out 24 (ANG) - O último dia da cimeira dos
BRICS, em Kazan na R
ússia, ficou marcado pelas intervenções dos presidentes
chinês, russo e iraniano sobre a necessidade de por um fim à guerra no Médio
Oriente.
Antes de um encontro muito esperado com o Vladimir
Putin, António Guterres apelou a uma "paz justa" na Ucrânia.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, deslocou-se a Kazan, na Rússia, onde deve se encontrar hoje com
Vladimir Putin pela primeira vez desde 2022. Face ao presidente russo e antes
de se encontrarem, à margem da cimeira dos BRICS, António Guterres apelou a uma "paz justa" na Ucrânia, onde as tropas russas continuam a avançar a
Leste do país, depois de 32 meses de guerra. Momento depois, Vladimir Putin
tomou a palavra, alegando ser "ilusório"
imaginar uma derrota russa no campo de batalha.
Com esta cimeira dos BRICS a decorrer em território russo, Vladimir Putin, actualmente sob mandado de detenção internacional, procura mostrar
que não está isolado face ao bloco ocidental, reunindo líderes de economias
emergentes para discutir a gestão dos assuntos internacionais.
Os líderes da
China, do Irão, da Africa do Sul, mas também da Autoridade palestiniana encontram-se na cimeira
do grupo dos países emergentes que agora conta com a Etiópia, o Irão, o Egipto
e os Emirados Arabes Unidos, para além da Africa do Sul que integrou o grupo em
2010, juntando-se à Rússia, à India, à China e ao Brasil.
Neste último dia da cimeira, o presidente chinês Xi Jinping vincou a necessidade de os países
emergentes constituírem uma "força estabilizadora para a paz", nomeadamente
no Médio Oriente, apelando os seus homólogos a "fazer pressão para alcançar um
cessar-fogo em Gaza, relançar a solução dos dois Estados e impedir a propagação
da guerra ao Líbano".
Por sua vez, o presidente iraniano Massoud Pezeskhian criticou a "ineficácia" da ONU na contenção da guerra em Gaza e no Líbano,
depois de o chefe da diplomacia iraniano ter considerado como um "desastre" a inacção
da ONU, instituição internacional já criticada como sendo
"disfuncional" pelo porta-voz da diplomacia de Teerão.
Face a cerca de vinte dirigentes, Vladimir Putin alertou que o Médio Oriente "está à beira
de uma guerra total" e
apelou à criação de um Estado palestiniano.
A Rússia, historicamente aliada de Israel onde vive uma importante diáspora russa, reforçou nos últimos meses a relação com o Irão, inimigo de Telavive, financiador do Hezbollah no Líbano e acusado pelos ocidentais de fornecer drones explosivos e mísseis de curto alcance ao exército russo. ANG/RFI
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