França/Francofonia unânime num
cessar-fogo "imediato e duradouro" no Líbano
Bissau, 07 Out 24 (ANG) - A XIX Cimeira da Francofonia terminou sábado
,em França e os 88 membros da organização apelaram ao fim das
hostilidades no Médio Oriente, pediram "por unanimidade" um
cessar fogo "imediato e duradouro" no Líbano e anunciaram “uma
conferência internacional de apoio ao Líbano”.
Na declaração conjunta sobre o Líbano, pode ler-se que os chefes
de Estado e de Governo dos países que partilham a língua francesa, estão “extremamente
preocupados com a escalada de violência no Líbano e lamentam as perdas de vidas
inocentes (…) Queremos expressar a solidariedade inabalável da família
francófona com o Líbano (…) Apelamos com firmeza ao fim das violações à
soberania e integridade territorial do Líbano e exigimos um cessar-fogo
imediato e duradouro. (…) e convidamos todos os actores envolvidos a trabalhar
de forma a evitar uma escalada do conflito na região."
No final da cimeira da Organização Internacional da Francofonia,
o Presidente francês pediu um cessar-fogo e apelou à suspensão do
fornecimento de armas a Israel. Apesar das críticas, Emmanuel
Macron nomeou os Estados Unidos da América, que são o principal fornecedor de
armamento de Telavive.
A participar na XIX Cimeira da Francofonia, esteve o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Carlos Pinto Pereira,
que ao microfone da RFI sublinhou que a situação no Médio Oriente é “insustentável".
“Foi unânime a condenação da intervenção de Israel no Líbano. A
situação é inaceitável e julgo que o Presidente [Emmanuel] Macron foi muito
claro nesse sentido, apelando inclusivamente à suspensão do fornecimento de
armas a Israel, numa atitude que nós consideramos de facto de coerência.
Seria de total incompreensão e incoerência que apelando à paz e
ao cessar-fogo, continuássemos a fornecer armas a Israel.
É uma declaração que todos nós apoiamos e aprovamos por
unanimidade. O que não significa que estejamos a apoiar o Hezbollah ou o Hamas.
Para nós são movimentos, de facto, de cariz terrorista e não podem merecer o
nosso apoio. Contudo, julgamos que deve haver uma proporcionalidade na reacção.
Nada pode justificar os mais de quarenta mil mortos já
verificados em Gaza, na Palestina, e as mortes, destruição e deslocamento de
populações que têm vindo a ocorrer no Líbano”, disse Carlos Pinto Pereira.
Questionado
sobre se a situação política guineense tinha sido abordada na cimeira da
Francofonia, Carlos Pinto Pereira refere que “não esteve agendada e não houve qualquer
discussão, pelo menos no decurso das diferentes reuniões que foram agendadas.
Admito que, pessoalmente, o Presidente da República [Umaro Sissoco Embaló]
possa ter falado com algum dos seus homólogos que tenham manifestado interesse
em conhecer a situação em Bissau, mas não que tenha sido um ponto incluído na
agenda ou que tivesse merecido qualquer tratamento especial.”
Angola foi oficialmente admitida como
membro observador da Organização Internacional da Francofonia.
Na sequência da decisão, a Ministra de Estado para a Área Social, Maria do Rosário Bragança, presente na capital francesa sublinhou que o passo "revela a vontade de Angola de diversificar parcerias, explorando o potencial do espaço económico da francofonia e a riqueza da interculturalidade". ANG/RFI
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