EUA/"Gosto do presidente Xi, mas é extremamente difícil de fazer acordos"
Bissau, 04 Jun 25 (ANG) - Opresidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, esta quarta-feira, que "gosta" do seu homólogo chinês, Xi Jinping, mas que é "extremamente difícil" negociar com ele.
"Eu gosto do presidente Xi da China, sempre gostei e sempre
gostarei, mas ele é muito duro, e extremamente difícil de fazer acordos",
escreveu Trump numa publicação na sua rede social, a Truth Social, no dia em
que as taxas alfandegárias sobre o aço e o alumínio importados pelos EUA
aumentaram para 50%.
O comentário surge numa altura em que se especula sobre uma
conversa telefónica entre os dois líderes, no final desta semana, com o
objetivo de chegar a um acordo final que atenue as tensões comerciais.
Não ficou claro se Trump falou com Xi, entretanto.
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, acusou na
terça-feira os Estados Unidos de violarem o acordo comercial provisório
alcançado em Genebra, no mês passado, ao imporem "medidas negativas",
como as últimas restrições à exportação de semicondutores ou a anulação de
vistos de estudantes chineses.
Wang fez aquelas afirmações durante um encontro com o novo
embaixador dos Estados Unidos na China, David Perdue.
"Infelizmente, os EUA introduziram recentemente uma série
de medidas negativas com base em fundamentos infundados, prejudicando os
direitos e interesses legítimos da China", afirmou Wang, durante o
encontro, em Pequim, de acordo com um comunicado difundido pelo Governo chinês.
Wang apelou aos EUA para que "criem as condições
necessárias para que as relações [bilaterais] regressem ao caminho certo".
Aquele acordo provisório permitiu suspender temporariamente as
tarifas de 125% aplicadas por Pequim sobre as importações vindas dos EUA e de
145% pelos EUA sobre bens chineses.
Na semana passada, o representante comercial norte-americano,
Jamieson Greer, acusou Pequim de não cumprir elementos do referido acordo,
queixando-se de que a China não tinha acelerado as exportações de minerais
essenciais necessários para a eletrónica de ponta.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse também na
terça-feira que a China precisa de escolher se vai ser um parceiro comercial
confiável ou não para o resto do mundo.
Bessent referiu a profunda crise imobiliária que o país asiático
vive como exemplo para criticar o atual modelo económico de Pequim, que,
segundo o secretário do Tesouro, "exporta deflação e excesso de
produção" para o resto do mundo.
Trump mostrou-se anteriormente confiante de que uma conversa com
Xi poderá aliviar as tensões comerciais, embora não seja claro que esse
telefonema esteja a ser organizado. ANG/Lusa

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