quarta-feira, 30 de abril de 2025

Desporto-futebol/Sport Bissau Benfica continua líder isolado da Liga Orange após 18ª jornada da prova

Bissau, 30 Abr 25 (ANG) – O Sport Bissau e Benfica (SBB), visitou e venceu no último fim-de-semana por 1-0, a sua congénere Portos de Bissau, numa partida  a contar para 18ª jornada da Liga Orange, e com essa vitória, os encarnados permanecem isolados na liderança da prova.

As restantes partidas produziram os seguintes resultados: União Desportiva Internacional de Bissau (UDIB)-0/Sporting Clube da Guiné-Bissau-0, CDR Gabu-3/FC.Canchungo-0, Nuno Tristão Futebol Clube de Bula-0/Os Balantas de Mansoa-0, FC.Sonaco-0/FC.Cumura-1, Tigres Futebol Clube de São Domingos-3/Hafia de Bafatá-0, FC.Cuntum-0/Arados FC.Nhacra-1, Flamengo de Pefine-1/FC.Pelundo-1.

Eis a tabela classificativa, apôs a 18ª jornada da maior prova de futebol guineense - a “Liga Orange”:

1º-Sport Bissau e Benfica-41 pts          9º-FC.Cuntum-24 pts

2º-UDIB-35 pts                                     10º-SC.Guiné-Bissau-24 pts

3º-CF.Os Balantas de Mansoa-31 pts 11º-FC.Canchungo-23 pts

4º-FC.Cumura-29 pts                            12º-Tigres de São Domingos-19 pts

5º-CDR.Gabú-28 pts                             13º-Hafia de Bafatá-18 pts

6º-Arados de Nhacra-28 pts                  14º-Nuno Tristão FC.Bula pts

7º-Portos de Bissau-27 pts                   15º-FC.Pelundo-14 pts

8º-Flamengo de Pefine-25 pts              16º-FC.Sonaco-09 pts

Para 19ª jornada estão previstos os seguintes encontros: Sporting Clube da Guiné-Bissau/FC.Cuntum, Sport Bissau e Benfica/FC.Canchungo, FC.Cumura/UDIB, Hafia de Bafatá/FC.Sonaco, Arados de Nhacra/Flamengo de Pefine, Tigres de São Domingos/CDR. Gabú, OS Balantas de Mansoa/Portos de Bissau. ANG/LLA/ÂC//SG

 

     Washington/EUA pressionam Moscovo e Kiev a aceitar acordo de paz

 Bissau, 30 Abr 25 (ANG) - Os Estados Unidos pediram que a Rússia e Ucr
ânia aceitem a sua proposta de paz, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU em que as duas nações se culparam mutuamente pela continuidade da guerra. 


O representante norte-americano, John Kelley, instou na terça-feira a Rússia e a Ucrânia a aceitarem a proposta de Washington e lembrou que o Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump - que desempenha um papel de mediador cada vez mais desgastado -, pediu a Moscovo que interrompesse os ataques e "encerrasse imediatamente a guerra".


"Se ambos os lados estiverem prontos para acabar com a guerra, os EUA apoiarão totalmente o caminho para uma paz duradoura", acrescentou Kelley, num momento em que Trump tem expressado crescente frustração com a falta de um acordo antes dos seus primeiros 100 dias no cargo presidencial.


A vice-ministra dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Mariana Betsa, denunciou perante o Conselho de Segurança que Moscovo lançou 8.500 bombas contra o seu país desde março, quando os EUA propuseram um cessar-fogo total, e afirmou que o "ponto de partida" para a paz seria justamente essa trégua.


"Se a Rússia está tão determinada em parar a guerra, porque é que não iniciamos o cessar-fogo hoje, sem esperar até 08 de maio?" questionou Betsa, referindo-se à trégua unilateral de três dias declarada por Moscovo, para marcar o 80.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial.


A vice-ministra acrescentou ainda que a Ucrânia quer a paz, mas "não a qualquer preço", "nunca reconhecerá os territórios ocupados" como russos, não aceitará "nenhum estrangeiro" no comando das suas Forças de Defesa, e não permitirá que a sua soberania ou políticas sejam restringidas, incluindo "as alianças" das quais deseja participar.


Por sua vez, o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, disse que a convocação da reunião do Conselho de Segurança pelos "patrocinadores europeus" de Kiev reflete o seu "medo de ficar de fora diante da nova administração dos EUA, que busca uma solução" para o conflito.


Nebenzya acusou Kiev de sabotar a moratória de 30 dias, "escalar o conflito e rejeitar propostas de paz equilibradas dos EUA", enquanto Moscovo continua a manter negociações sobre "os contornos do plano de paz".


A reunião de terça-feira foi convocada pela França e presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noel Barrot, que pediu um cessar-fogo abrangente e denunciou o ataque russo de 24 de abril contra Kiev, um dos piores desde o início da guerra, que deixou 13 mortos e cerca de 90 feridos.


Já a secretária-geral adjunta da ONU para os Assuntos Humanitários, Joyce Msuya, afirmou que, até ao momento, "não se passou um único dia neste ano sem que civis tenham sido mortos ou feridos em ataques".


Nos primeiros três meses do ano, a ONU constatou 2.641 vítimas civis – quase mais 900 do que no mesmo período de 2024 e mais 600 do que no início de 2023.  ANG/Inforpress/Lusa

 

 

Coreia do Sul/Seul afirma que 600 soldados norte-coreanos morreram em combate ao lado dos russos

Bissau, 30 Abr 25 (ANG) - Seul afirmou hoje que cerca de 600 soldados norte-coreanos morreram enquanto combatiam junto das forças russas contra o exército ucraniano em Kursk, região russa que caiu nas mãos de Kiev em Agosto de 2024 e terá sido recuperada por Moscovo no mês passado.

Estas novas revelações surgem numa altura em que a Rússia e a Coreia do Norte acabam esta semana de reconhecer pela primeira vez o envolvimento de Pyongyang nas operações russas.

"Até agora, as baixas das tropas norte-coreanas são estimadas em cerca de 4.700, das quais cerca de 600 mortos", disse à imprensa o deputado Lee Seong-Kweun, membro da comissão parlamentar de inteligência, ao sair de uma reunião com os serviços secretos sul-coreanos.

Também segundo este responsável, cerca de 2.000 soldados feridos foram repatriados para a Coreia do Norte entre Janeiro e Março por via aérea e ferroviária, e eles terão sido colocados em isolamento em Pyongyang e outras partes do país, sendo que os corpos dos soldados mortos em combate foram cremados na Rússia e as suas cinzas restituídas à Coreia do Norte.

Respondendo aos jornalistas, o parlamentar sul-coreano afirmou ainda que "a Coreia do Norte apoiou a retomada de Kursk pela Rússia, mobilizando 18 mil soldados em duas fases. Desde o mês de Março, data da retomada efectiva de Kursk, o número de confrontos diminuiu", sendo que na sua óptica não é de excluir que haja ainda uma terceira fase de combates para as tropas norte-coreanas.

Estas declarações são feitas numa altura em que a Coreia do Norte e a Rússia acabam no começo da semana de reconhecer pela primeira vez a sua cooperação no teatro das operações. Na segunda-feira, Pyongyang admitiu oficialmente ter enviado tropas para Kursk, na Rússia, e disse que iria erguer um monumento homenageando os seus soldados.

Reconhecendo implicitamente esta situação, o chefe de Estado russo Vladimir Putin agradeceu o seu homólogo norte-coreano pela "façanha" dos seus soldados. Já no sábado, o chefe do Estado-Maior do exército russo enalteceu o "heroísmo" das forças norte-coreanas que, segundo Moscovo, ajudaram a Rússia a retomar o controlo de Kursk no mês passado, o que a Ucrânia desmente.

Recorde-se que em Junho do ano passado Moscovo e Pyongyang assinaram um acordo de parceria estratégica prevendo uma assistência militar mútua em caso de ataque contra algum dos dois países.ANG/RFI

 

Suíça/Amnistia Internacional denuncia actuação de Trump e torna a acusar Israel de "genocídio" em Gaza

Bissau, 30 Abr 25 (ANG)   - O novo relatório anual da Amnistia Internacional sobre os Direitos Humanos em todo o mundo foi divulgado terça-feira.

A publicação deste documento coincide com o período em que Donald Trump cumpre os 100 dias do seu segundo mandato na Casa Branca, um marco simbólico relativamente aos Direitos Humanos, cuja situação, segundo esta ONG, vem se degradando ainda mais nestes últimos meses.

Neste documento, em que se observa uma degradação das liberdades civis, em particular a liberdade de manifestação em Angola e Moçambique, a Amnistia Internacional denuncia também a indiferença mundial perante as graves violações dos Direitos Humanos e, em particular, as violências sexuais que ocorrem no conflito no Sudão.

No seu relatório, a ONG torna a acusar Israel de "genocídio" na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza e denuncia igualmente a política do Presidente Trump no que tange, designadamente, ao tratamento reservado aos migrantes ou ainda o corte de financiamentos às Nações Unidas e outras entidades que apoiam as faixas mais fragilizadas da sociedade.

Neste sentido, Miguel Marujo, porta-voz e director da Comunicação da Secção portuguesa da Amnistia Internacional, começa por referir que Donald Trump "demonstrou um desprezo total pelos Direitos Humanos".

RFI: A publicação do vosso novo relatório coincide com os 100 dias de Trump na Casa Branca. Qual é a avaliação que se pode fazer destes primeiros dias do mandato do Presidente americano em termos de Direitos Humanos?

Miguel MarujoA avaliação é muito negativa. Aquilo que a Amnistia Internacional constata é que o Presidente Trump demonstrou um desprezo absoluto pelos Direitos Humanos universais. O governo americano atacou muito rapidamente e deliberadamente instituições vitais para os Estados Unidos, mas também instituições internacionais vitais para o funcionamento de muitos aspectos, de dimensão comunitária e de solidariedade a nível internacional que tinham sido exactamente concebidas para tornar o mundo mais seguro e mais justo. O ataque total aos próprios conceitos de multilateralismo do asilo na questão da migração, na questão da justiça racial e de género, da saúde global, da acção climática exacerba também os danos significativos e encoraja ainda mais outros líderes a juntarem-se a este ataque na questão das migrações. É muito mais visível e muito mais palpável essa situação, até pela conivência depois de outros governos, como o caso do governo de Salvador.

RFI: Outro foco de preocupação enunciado pela Amnistia Internacional no seu relatório anual é a questão do Médio Oriente e, mais especificamente, o conflito na Faixa de Gaza.

Miguel Marujo: Sim, aquilo que a Amnistia Internacional recorda é que, em 2024, os acontecimentos tidos na Faixa de Gaza, na região do Médio Oriente, vieram ainda mais colocar o mundo numa situação muito complicada. A Amnistia Internacional, já em Dezembro, tinha denunciado aquilo a que chamou o genocídio dos palestinianos em Gaza, que está a ser transmitido em directo, sem que Israel ouça o mundo a protestar contra aquilo que vai acontecendo. Mas estes acontecimentos na Faixa de Gaza mostraram também até que ponto os Estados mais poderosos rejeitaram o Direito Internacional e ignoraram instituições multilaterais. No caso, os Estados Unidos, por exemplo, invocaram mesmo sanções agora para o Tribunal Penal Internacional. Portanto, todo este caso, digamos assim, tem levado a que a situação dos palestinianos em Gaza esteja, cada dia que passa mais desumana e cruel. E isso tem sido particularmente defendido e notado pela Amnistia Internacional.

RFI: Relativamente aos ataques tanto verbais como também concretos nos actos contra os Direitos Humanos, também evocam a Rússia. É uma espécie de banalização da violência.

Miguel Marujo: Sim, aquilo que assistimos é que há essa disseminação crescente de práticas autoritárias. E muitos destes líderes sejam aspirantes a líderes, sejam líderes eleitos, actuam voluntariamente como motor de destruição. Temos notado uma proliferação de leis, de políticas e práticas que visam directamente a liberdade de expressão, de associação e de reunião pacífica. E aquilo que temos notado é que a repressão pelas forças de segurança tem sido cada vez mais violenta e mais arbitrária. Notamos detenções arbitrárias em massa, desaparecimentos forçados e frequentemente o uso de força excessiva, por vezes também letal, como podemos, por exemplo, verificar em Moçambique para reprimir a desobediência civil. Portanto, aquilo que temos notado, não só pela invasão da Ucrânia pela Rússia e depois, mesmo dentro de muitos países, é que as dissidências, as vozes dissidentes, as vozes opositoras, são vítimas de repressões muito violentas e muito excessivas por parte das autoridades.

RFI: Mencionou o caso de Moçambique. Relativamente aos países da África lusófona, observaram que efectivamente os Direitos Humanos conheceram algum recuo nestes últimos meses, tanto em Moçambique como também em Angola.

Miguel Marujo: Sim, aquilo que a Amnistia Internacional tem vindo a denunciar, quer em Moçambique desde as eleições de Outubro, quer em Angola, é que tem existido uma cada vez maior repressão de vozes que muitas vezes se manifestam pacificamente contra as políticas dos governos. Temos, e isso é muito evidente na parte de Moçambique, relativamente àquilo que foi a repressão pós-eleitoral e com todos os confrontos violentos entre polícias e forças de segurança e até mesmo tropas nas ruas contra os manifestantes, que muitas vezes estavam a manifestar-se pacificamente contra os resultados eleitorais. Contra aquilo que se passou em torno das eleições gerais de Outubro. E ao mesmo tempo, também em Angola, temos notado um acréscimo de prisão e detenção de activistas da sociedade civil, de jornalistas, apenas por exercerem os seus direitos à liberdade de expressão e de reunião pacífica. A Amnistia Internacional acompanhou o caso em concreto de cinco activistas que estavam detidos e alguns deles tinham sido negados cuidados de saúde necessários durante a sua detenção nas cadeias. São cinco casos, em particular, que tiveram um final feliz porque acabaram libertados no início deste ano de 2025. Mas, na verdade, aquilo que temos ouvido, os relatos que nos têm chegado de Angola, é que também há cada vez uma maior repressão daquilo que são as opiniões contrárias ao Governo de Luanda.

RFI: Também em África mencionaram o conflito relativamente esquecido do Sudão, que também dá azo a atropelos aos Direitos Humanos.

Miguel Marujo: Sim, aquilo que Amnistia tem denunciado é a extrema violência sexual generalizada contra mulheres e raparigas no Sudão, nomeadamente protagonizadas por milícias das Forças de Apoio Rápido sudanesas. E são práticas que equivalem a Crimes de Guerra e possíveis Crimes contra a Humanidade. O número de pessoas deslocadas internamente pela guerra civil que já dura há dois anos no Sudão aumentou para 11 milhões. É mais do que em qualquer outro lugar do mundo. E, no entanto, este conflito tem suscitado uma indiferença global quase total. Aquilo que temos ouvido são manifestações -muito cínicas até- sobre aquilo que se passa no Sudão, enquanto que muitos desses países continuam a violar o embargo às armas no Darfur, vendendo armas a forças que estão envolvidaesta guerra civil. De facto, há que pôr termo a essa venda de armas e ao mesmo tempo tentar levar a que as diferentes partes em conflito se possam entender à mesa das negociações.ANG/RFI

 

Rússia/ Governo  e Coreia do Norte reforçam ligações com construção de ponte rodoviária

Bissau, 30 Abr 25 (ANG) - A Rússia iniciou hoje a construção de uma ponte rodoviária com a Coreia do Norte, no âmbito do reforço da cooperação estratégica entre os dois países, anunciou o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin.


ponte será construída sobre o rio Tumannaya, terá um comprimento de 4,7 quilómetros, juntamente com as estradas de acesso, e deverá estar concluída em 18 meses, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

A nova infraestrutura vai ficar situada perto da atual Ponte da Amizade, que tem uma linha de caminho-de-ferro e foi construída no final da década de 1950, após a Guerra da Coreia (1950-1953).

"O significado desta ponte ultrapassa a questão da engenharia. Simboliza o desejo comum de reforçar a amizade e a boa vizinhança na região", afirmou Mishustin, citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.

A decisão de construir a nova ponte foi tomada durante a visita do Presidente russo, Vladimir Putin, à Coreia do Norte em 2024.

A ponte permitirá alargar a rede rodoviária da Rússia.

Numa videoconferência com o homólogo norte-coreano, Pak Thae-song, que assinalou o início da obra, Mishustin, afirmou que a cooperação entre a Rússia e a Coreia do Norte está a reforçar-se de ano para ano.

"Apreciamos muito as nossas relações de amizade e de boa vizinhança (...), sentimos um grande afeto pelo seu país e confirmamos a nossa disponibilidade para prosseguir uma cooperação construtiva", disse Mishustin.

A Coreia do Norte é um dos raros aliados da Rússia na guerra contra a Ucrânia, tendo mesmo contribuído com o envio de soldados e de armamento.

Pak afirmou que a ponte tornar-se-á "uma estrutura memorial histórica eterna, simbolizando as indestrutíveis relações de amizade russo-coreanas".

Acrescentou que a ponte "criará uma garantia real para o desenvolvimento multifacetado da cooperação bilateral, incluindo a circulação de pessoas, o turismo e o comércio, o que acabará por dar um novo impulso ao desenvolvimento das relações Coreia-Rússia".

O Ministério da Unificação da Coreia do Sul anunciou em Seul que foram detetados movimentos na zona da construção da ponte e que se espera que os trabalhos estejam concluídos no verão de 2026.

"Estou confiante de que em breve nos voltaremos a ver, na conclusão dos trabalhos e na inauguração do tráfego na nova ponte", disse o chefe do governo russo.

Em junho de 2024, Putin e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, assinaram um tratado de parceria estratégica com uma cláusula de defesa mútua em caso de agressão de qualquer uma das partes.

Putin agradeceu na segunda-feira à Coreia do Norte e a Kim a ajuda no combate às tropas ucranianas na região russa de Kursk, cuja libertação Moscovo proclamou no passado fim de semana.

"Prestamos homenagem ao heroísmo, ao alto nível de treino especial e à dedicação dos soldados norte-coreanos que, lado a lado com os combatentes russos, defenderam a nossa pátria como se fosse sua", disse Putin na mensagem de agradecimento.ANG/Lusa

 

China/ Governo aponta Estados Unidos como possível origem da pandemia da Covid-19

Bissau, 30 Abr 25 (ANG) - O Conselho de Estado da China (Executivo) publicou hoje um livro branco sobre a origem da pandemia de covid-19 no qual defende a transparência de Pequim e sugere que o vírus "pode ter surgido mais cedo" nos Estados Unidos.

publicação, divulgada pela imprensa estatal chinesa, inclui dois capítulos dedicados às contribuições da China para o estudo da origem do SARS-CoV-2 e para a luta global contra a pandemia, e um terceiro centrado na resposta "mal gerida" dos EUA à crise sanitária, sobretudo nos primeiros meses.

O surto da pandemia coincidiu com o último ano do primeiro mandato de Donald Trump, que, após regressar à Casa Branca em janeiro, lançou uma guerra comercial global sem precedentes, com a China como principal alvo.

Pequim alegou ter cooperado com a Organização Mundial da Saúde (OMS) no estudo das origens do vírus "com um forte sentido de responsabilidade global e transparência" e criticou no relatório os Estados Unidos como "um elo fraco na governação global da saúde".

No documento citam-se vários estudos que descartam a hipótese de a cidade de Wuhan - onde o SARS-CoV-2 foi inicialmente detetado - ter sido a origem do vírus, considerando "extremamente improvável" que este tenha escapado de um laboratório local.

O Instituto de Virologia de Wuhan, estabelecido em 1956, é uma instalação classificada com o nível mais alto de risco biológico onde se estudam, entre outros, vírus do mesmo tipo do SARS-CoV-2.

Pequim acusou Washington de estigmatizar a China, fazendo dela um "bode expiatório", e de "tentar desviar atenções" ao politizar a questão da origem do vírus.

No documento, alega-se que há indícios de uma possível circulação do vírus nos EUA antes da sua deteção oficial em Wuhan.

Entre esses indícios, são mencionados surtos de pneumonia e gripe em vários estados norte-americanos em 2019, casos de doenças pulmonares associadas ao uso de cigarros eletrónicos, estudos serológicos realizados por instituições dos EUA e "incidentes" documentados entre 2006 e 2020 em laboratórios que manipulam coronavírus e outros agentes patogénicos.

"Deve ser conduzida uma investigação aprofundada sobre as origens do vírus nos Estados Unidos", lê-se no livro branco, que apela a Washington para dar "uma resposta responsável" à comunidade internacional face a esta "preocupação razoável".

A publicação surge quase cinco meses depois de a OMS, no quinto aniversário do início da pandemia, ter renovado o apelo a uma maior transparência relativamente à origem da doença.

"Continuamos a apelar à China para que partilhe dados e permita o acesso necessário para compreendermos as origens da covid-19. Este é um imperativo moral e científico. Sem transparência e cooperação entre países, o mundo não estará preparado para futuras epidemias e pandemias", afirmou a agência de saúde num comunicado.

Missões da OMS visitaram a China por duas vezes com o objetivo de apurar a origem da doença. Especialistas reconhecem que todas as hipóteses continuam em aberto, incluindo a de uma eventual fuga laboratorial ou a hipótese de uma transmissão do vírus para humanos a partir de outras espécies animais.ANG/Lusa

 

Cultura/ Fundação Bienal MoAC Biss realiza  em Maio 1ª Bienal de Arte e Cultura da Guiné-Bissau/2025

Bissau, 30 abr 25 (ANG) -  A Fundação Bienal MoAC Biss prevê para o próximo mês de Maio, a realização da 1ª Bienal de Arte e Cultura da Guiné-Bissau, sob o lema "Mandjuandadi: Identidades culturais".

 O evento que deve decorrer entre 1 e 31 de Maio, celebra a riqueza, a diversidade e a força da identidade cultural guineense, promovendo o diálogo entre tradições locais e expressões contemporâneas.

A Bienal propõe-se como um espaço de afirmação internacional das pessoas, do património coletivo, das referências e da expressão artística da Guiné-Bissau, inspirado nas Mandjuandadis, espaços tradicionais de criação coletiva e resistência sociocultural.

A programação integra mais de 50 atividades em áreas como: Música, literatura, artes plásticas e visuais, cinema e artes performativas, conferências sobre politicas públicas para a cultura e debates em torno da língua crioula, mobilidade artística, economia criativa e patrimónios culturais.

Entre os participantes, conforme o programa, contam-se, artistas plásticos: Sónia Gomes (Brasil), Abdoulaye Konaté (Mali), Mónica de Miranda (Angola/Portugal), Vhils (Portugal).

Escritores e pensadores: Abdulai Sila (Guiné-Bissau), Ondjaki (Angola), Tom Nascimento (Brasil).

Músicos: Alana Sinkey (Guiné-Bissau), Bia Ferreira (Brasil), Selma Uamusse (Moçambique).

Cineastas: Flora Gomes (Guiné-Bissau), Sana Na N'Hada (Guiné-Bissau) e Moussa Sene Absa (Senegal).

Teatro: Arus Femia de Zia Soares (Angola/Timor/Portugal).

O programa do evento indica que na cerimónia de abertura oficial será realizada uma exposição coletiva de artes plásticas, com artistas de renome internacional.

Em declarações à imprensa, o Coordenador da 1ª Bienal de Arte e Cultura da Guiné-Bissau, Miguel de Barros diz ser um sonho a realização do evento na Guiné-Bissau, que considera de importância internacional, por permitir uma demostração da tradição cultural, a produção artística, mas também um espaço para diálogo sobre situação da cultura,  deferentes formas de produção e manifestação.

“É um espaço para os criadores promover os seus talentos e para que outras pessoas que atuam nessa área possam encontrar na Guiné-Bissau  um espaço para produção e divulgação dos seus trabalhos. Além disso, é um momento de intercâmbio com os artistas guineenses, na musica, na dança, cinema, artes plásticas e artes performativas”, disse Miguel de Barros.

Acrescentou que será igualmente um momento para construção do cominho favorável para desenvolvimento do sector cultural.

Por isso, disse que este Bienal não tem caraterística  de outros bienais, porque outros se realizaram só numa área, por exemplo, na literatura, artes plásticas, enquanto que este vai agrupar várias  áreas como possibilidades para construção das necessidades do país.

De B
arros apontou a criação de uma  lei do património, inventário do património, criação do Instituto do Património Cultural para língua crioula, como alguns dos  principais desafios do evento.

Segundo Miguel de Barros prevê-se  o lançamento de  livros em crioulo, com apresentação de obras inéditas que têm a ver com a tradição, por exemplo: historia de Kancuram, Cabaz e de Panu de Pinti.

“Tudo isso  para proporcionar uma grande oportunidade para o público local conhecer a cena artística internacional e público internacional da arte ver a produção artística da Guiné-Bissau”, disse Miguel de Barros.

ANG/LPG/ÂC//SG

Regiões/ Governador da região Biombo anuncia parceria com EDUCAFRICA no domínio  de formação  

Biombo, 30 Abr 25 (ANG) -  O Governador da região Biombo, norte do país, anunciou terça-feira o estabelecimento de uma parceria  com a Organização Não Governamental portuguesa EDUCÁFRICA  no domínio  de formação de capital humano.

Em declarações à ANG, Fernando Djú, que fazia o balanço da sua recente visita à Portugal, à convite da EDUCÁFRICA, disse  que a   parceria com  EDUCAFRICA vai ajudar a região a minimizar as suas  necessidades em termos de formação dos recursos humanos.

“A EDUCÁFRICA é instituição de utilidade pública criada desde 2012, com o estatuto atribuído pelo Instituto Camões por delegação do Ministério dos Negócios Estrangeiro de Portugal, no domínio de formação de recursos humanos”, disse.

Djú disse que recebeu uma formação durante a sua estada em Portugal com seu Administrador Aldo José Lima, na área de administração de território.

Acrescentou  que,  além da formação assinou um acordo com outra Organização Não Governamental denominada Décima Opinião Limitada, que deverá  apoiar na formação de recursos humanos e outras áreas .

No próximo dia 10 de Maio  estará  no país uma  equipa vinda de  Portugal para analisar as possibilidades de implementação dos   acordos assinados .

O Governador da região de Biombo anunciou ainda uma formação local para um  número significativo  de pessoas em diferentes áreas para depois servirão de formadores. ANG/MN/JD/ÃC//SG

Função Pública/Ministra diz que  incumprimento das normas administrativas está na origem  de bloqueio dos salários de 349 técnicos de saúde

Bissau, 30 Abr 25 (ANG) - A ministra da Administração Pública, Trabalho, Emprego e Segurança Social, Mónica Buaro Costa, disse, terça-feira, que o bloqueio dos salários de 349 técnicos do sector de saúde se deve ao  incumprimento das normas administrativas por parte dos mesmos profissionais.

De acordo com a Rádio Sol Mansi, Mónica Costa Buaró falava numa conferência de imprensa, em reação às alegações do coletivo dos 61 Técnicos de Saúde, que acusa o Governo de ter bloqueado, alegadamente sem justa causa, os salários dos referidos técnico, há cinco meses.

“Trata-se simplesmente de cumprimento de deveres e da necessidade de organizar uma administração pública que, ao longo do tempo, foi encarada por muitos como mero lugar para garantir sustento”, salientou.

A governante informou ainda que, após vários encontros com os técnicos de saúde, foi criada uma comissão técnica para averiguar a situação, e disse que  essa comissão constatou que, dos 349 funcionários com salários bloqueados, apenas 61 foram encontrados nos respetivos locais de trabalho.

“Todos os que foram encontrados nos seus locais de serviço não apresentaram problemas com os inspetores. Dos 349 casos de bloqueio, apenas 61 estavam efetivamente nos seus postos de trabalho”, explicou Mónica Buarò
Costa.

A ministra admitiu a necessidade de um controlo mais rigoroso dos funcionários, como forma de evitar a repetição de  problemas idênticas no futuro, e prometeu a instalação de um sistema de controlo eletrónico em todos os departamentos do Estado.

Mónica Buaró garantiu que o Ministério da Administração Pública está empenhado e determinado em continuar o trabalho de controlo dos funcionários públicos e que  com o apoio dos parceiros, vai, de novo, instalar o sistema de controlo eletrónico.

A Ministra assegurou que, dos 61 técnicos  encontrados nos seus locais de serviço, os processos de 26  deles já foram  concluídos e enviados ao Ministério das Finanças, tendo acrescentado que, até dia 02 de Maio próximo, os restantes 35 processos estarão prontos para permitir o processamento dos respetivos salários.

ANG/AALS/ÂC//SG

 

terça-feira, 29 de abril de 2025

Cultura/UE em parceria com outras instituições realiza “Festa da Juventude” nas áreas de gastronomia, cinema e música

Bissau, 29 Abr 25(ANG) –A União Europeia (UE) em parceria com outras instituições nomeadamente, embaixada de Espanha, França e Portugal, o Centro Cultural Franco-Bissau-Guineense e o Centro Cultural Português vão realizar a  “Festa da Juventude”, nas áreas da gastronomia, cinema e música entre os dias 2 e 4 maio, na Rotunda da Baiana, em Bissau, com entrada livre.

A iniciativa foi tornada pública em  comunicado à imprensa, enviado  hoje à ANG, através do qual a UE reafirma o compromisso com a juventude Bissau-guineense e com o aprofundamento de uma parceria sólida, inclusiva e orientada para o futuro.

“A festa terá gastronomia, cinema, música, além da arte e o talento local, sobem ao palco para mostrar que a juventude guineense tem  muito para dizer e oferecer. É um espaço de celebração, criatividade e participação, onde as vozes dos jovens se fazem ouvir, onde a cultura ganha vida e onde se constroem pontes sólidas entre a Guiné-Bissau e o mundo", refere o comunicado.

A “Festa da Juventude” insere-se  nas comemorações  do Dia da Europa, 19 de Maio, marco do início do projeto de integração europeia que trouxe paz, e prosperidade ao continente.

O evento  popular com música, cultura e empreendedorismo, será coordenado pelo Centro Cultural Franco-Bissau-Guineense, com apoio do Ministério da Cultura, Juventude e Desportos, Câmara Municipal de Bissau e da Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau(EAGB).

“O  evento celebra a diversidade cultural  e a vitalidade da juventude com programação de concerto de artistas de  todas as  gerações, cantores, MCs, DJs, grupos de dança contemporânea e de mandjuandade, num palco à pluralidade cultural e humor”, lê-se no comunicado.

Durante os três dias será apresentada a Feira de Produtos locais, com destaque para produtos apoiados por projeto de UE, barracas de gastronomia, organizadas por mulheres empreendedoras promovendo o empoderamento feminino e a economia solitária.

Prevê-se a presença da  Embaixadora Rita Laranja e Diretora Executiva África do Serviço Europeu para a Ação Externa(SAAE).ANG/JD/ÂC//SG

 

Sociedade/Insegurança alimentar sobe na Guiné-Bissau em 24% nos últimos 12 meses

Bissau, 29 Abr 25 (ANG) - O número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau aumentou em 24% nos últimos 12 meses, sobretudo devido às cheias, referiu o Programa Alimentar Mundial (PAM).

 

Em comunicado citado pela Lusa, a mesma fonte referiu que em março e maio de 2024, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau era de 23.671 e nos mesmos meses deste ano o número aumentou para 121.695 pessoas.

Até aos meses de julho e agosto deste ano, prevê-se que o número de pessoas em situação de insegurança alimentar na Guiné-Bissau ascenda a 146.034, o que representará a fase "de crise", correspondendo a um aumento para 26% em comparação com o período homólogo em 2024.

"Estes agregados familiares necessitarão de programas de reforço da resiliência para evitar que entrem em crise", adianta-se nos resultados de uma análise do PAM validados na reunião do mecanismo regional de prevenção e gestão de crise alimentar.

A reunião foi realizada no Togo nos dias 10 e 11 deste mês, juntando nove países da África subsaariana, entre os quais a Guiné-Bissau, cujos dados se referem a um total de 1.816.450 pessoas analisadas.

O documento destaca que a situação atual de insegurança alimentar é "mínima" nas regiões de Bissau, Bafatá e Quinará e "sob pressão" nas regiões de Biombo, Bolama, Cacheu, Gabu, Tombali e Oio.

Em setembro de 2024, a Guiné-Bissau sofreu "cheias de magnitude excecional", causadas por precipitações intensas e prolongadas que submergiram uma área total de 125.221 hectares, incluindo 5.813 hectares de terras agrícolas.

No estudo refere-se ainda que as inundações provocaram "impactos consideráveis" nos meios de subsistência das pessoas que seriam, entre outras, as causas da insegurança alimentar no país.ANG/Lusa

   Suíça/ONU preocupada com "redução do espaço cívico na Guiné-Bissau"

Bissau, 29 Abr 25 (ANG) - A ONU manifestou esta terça-feira preocupação com o que classifica como uma "redução do espaço cívico na Guiné-Bissau", exortando as autoridades a tomarem medidas para proteger os defensores dos direitos humanos e do ambiente, particularmente visados por ações de intimidação.

 

“Estamos preocupados com as numerosas alegações de intimidação, assédio e, em alguns casos, prisões e detenções arbitrárias de defensores dos direitos humanos e do ambiente, jornalistas e sindicalistas na Guiné-Bissau. As organizações de mulheres e os defensores do ambiente parecem ter sido especificamente visados", declarou hoje a porta-voz das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Numa declaração emitida desde Genebra, Suíça, Liz Throssell vincou que "é fundamental que as vozes independentes sejam protegidas", apontando que "todos os defensores dos direitos humanos e do ambiente e todos os representantes da sociedade civil, incluindo os que criticam as autoridades, devem poder expressar os seus pontos de vista e empreender as suas atividades legítimas, sem receio de retaliação ou represálias por esse motivo".

"As pessoas detidas arbitrariamente por exercerem os seus direitos ou liberdades devem ser libertadas, enquanto as outras pessoas acusadas devem ter os seus direitos a um processo equitativo e a um julgamento justo respeitados", prosseguiu.

Liz Throssell apelou às autoridades guineenses para que aproveitem a oportunidade da "Revisão Periódica Universal" sobre a situação no país, que terá lugar na próxima sexta-feira no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, "para se envolverem de forma mais construtiva com a sociedade civil, tomarem medidas para proteger os defensores dos direitos humanos e do ambiente, jornalistas e sindicalistas, e se comprometerem a implementar plenamente as recomendações feitas à Guiné-Bissau através do processo" da revisão. ANG/Lusa