terça-feira, 29 de abril de 2025

China/Xi Jinping insta banco dos BRICS a assumir maior papel face a ordem internacional débil

 

Bissau, 29 Abr 25(ANG) - O Presidente chinês, Xi Jinping, instou hoje o banco dos BRICS a reforçar o seu apoio aos países em desenvolvimento e a assumir um papel mais importante num cenário global marcado por tensões geopolíticas e pela guerra comercial.

 

Xi visitou a sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) durante uma deslocação à metrópole oriental de Xangai, onde também se reuniu com a líder da instituição e ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff, informou a imprensa estatal chinesa.

 

O Novo Banco de Desenvolvimento - fundado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - deve, segundo Xi, direcionar os seus esforços para uma nova fase de crescimento centrada na sustentabilidade, tecnologia e transição energética, sem se afastar da sua missão original de apoiar os países do Sul Global.

 

A instituição "deve alinhar-se com as necessidades reais de desenvolvimento e oferecer financiamento de alta qualidade e baixo custo", disse Xi, que defendeu ainda a melhoria da gestão interna do banco e a expansão da sua presença em áreas, como as infraestruturas digitais e os projetos verdes.

 

O líder chinês considerou que o bloco das economias emergentes representa uma parte crescente da economia mundial e sublinhou que os países em desenvolvimento devem ter uma maior participação na reforma do sistema financeiro internacional.

 

No entanto, evitou referir-se diretamente a tensões geopolíticas específicas ou a instituições como o FMI ou o Banco Mundial.

Dilma Rousseff garantiu que o Banco Mundial continuará a concentrar-se no apoio a projetos estratégicos nas economias emergentes e alertou contra o "unilateralismo e o protecionismo", que acusou de "corroer a autoridade do Direito internacional" e "minar a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento".

 

No seu discurso, Dilma destacou ainda o papel de Pequim num contexto global "turbulento", em que "a China defende firmemente os interesses do Sul Global" e é "um exemplo" na defesa do "multilateralismo, da equidade e da justiça internacional".

 

A antiga presidente brasileira, reeleita em março para um mandato de cinco anos à frente da organização, agradeceu o apoio dos países membros e defendeu o papel do banco como instrumento de cooperação multilateral.

A sua candidatura foi proposta pela Rússia e aprovada por consenso.

O Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como o banco dos BRICS, foi criado em 2014 e começou a funcionar um ano depois, com o objetivo de oferecer uma alternativa de financiamento aos países em desenvolvimento.

 

Nos últimos meses, alargou o número de membros com a incorporação do Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Indonésia, que formalizou a sua entrada em março, após uma visita de Rousseff a Jacarta.

 

A expansão do banco ocorre numa altura em que o grupo BRICS desempenha um papel mais proeminente nos fóruns multilaterais, no meio de debates sobre a reconfiguração da ordem económica mundial.

ANG/Inforpress/Lusa

 

EUA/África deve reduzir vulnerabilidades garantindo apoio às reformas - FMI

 

Bissau, 29 Abr 25(ANG) - O economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) que coordenou o relatório sobre a África subsaariana disse hoje que os governos da região devem reduzir as vulnerabilidades macroeconómicas, responder às necessidades de desenvolvimento e garantindo apoio às reformas estruturais.

 

"Para os decisores políticos, há três prioridades simultâneas: reduzir as vulnerabilidades macroeconómicas, mas ao mesmo tempo responder às necessidades de desenvolvimento e assegurar que as reformas são política e socialmente aceitáveis", disse Thibault Lemaire.

 

Em entrevista à Lusa no final dos Encontros da Primavera do Banco Mundial e do FMI, que terminaram no sábado em Washington, o economista vincou que "a turbulência económica na região não resulta diretamente das tarifas" impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao comércio com os países, mas sim através dos efeitos indiretos dessa medida.

 

"Os efeitos são principalmente indiretos; para a região o canal de transmissão mais importante, principalmente para os exportadores de petróleo como Angola e Nigéria, é a redução dos preços das matérias-primas", disse Thibault Lemaire, reconhecendo que as condições económicas globais também têm um impacto significativo na região.

 

"Os efeitos secundários devem-se ao abrandamento da procura mundial, aumento da restritividade das condições financeiras, potenciais pressões cambiais e, globalmente, maior incerteza económica", afirmou.

 

Na entrevista à Lusa no final dos Encontros, o economista do departamento africano do Fundo salientou que, apesar dos desafios, "há fatores de resiliência na região", que deverá abrandar o crescimento para 3,8% este ano, uma revisão que mostra um corte de 0,4 pontos percentuais face às previsões de outubro.

 

No ano passado, a região "excedeu as expectativas", tendo registado um crescimento de 4%, acima dos 3,6% registados em 2023, e abaixo dos 4,2% previstos para 2026.

 

"Havia sinais de aceleração do crescimento do crescimento no quarto trimestre do ano passado, devido a melhores políticas e uma redução dos desequilíbrios macroeconómicos, incluindo a desaceleração da inflação para 4,5%, em média, no início deste ano, e uma estabilização do rácio da dívida pública, para menos de 60% do PIB, disse o economista.

 

"A turbulência mundial traz vários choques e veio ensombrar as perspetivas económicas", afirmou Thibault Lemaire, salientando que "apesar dos fatores adversos a nível global, 11 dos 20 países com maior taxa de crescimento estão na África subsaariana, o que demonstra a resiliência e o potencial da região".

 

Entre os 45 países da África subsaariana, 24 têm programas de financiamento em vigor no FMI, que desde 2020 financiou os países com mais de 65 mil milhões de dólares, cerca de 57 mil milhões de euros, a maior parte concessional, salientou Lemaire, precisando que só no ano passado o financiamento foi de 8 mil milhões de dólares (7 mil milhões de euros), a que se juntam mais 800 milhões de dólares, mais ou menos 700 milhões de euros, já este ano.

 

"Para agora e para o futuro, queria lembrar que somos a instituição criada para ajudar os países a lidar com choques externos, e é exatamente esse o porquê de estarmos aqui; reiteramos sempre que estamos prontos para apoiar os países quando enfrentam choques exógenos, e esta disponibilidade vai continuar", concluiu.

ANG/Inforpress/Lusa

 

Moçambique/MP  admite envolvimento de "magistrados e polícias" em raptos

Bissau, 29 Abr 25 (ANG) - O Procurador-Geral da República de Moçambique (PGR), Américo Letela, admitiu esta terça-feira dificuldades para identificar e neutralizar os mandantes dos crimes de raptos no país, denunciando o envolvimento de membros da polícia e de magistrados no crime.

 

“Continuamos a registar situações de algumas pessoas com responsabilidade na prevenção e combate deste crime, como por exemplo alguns agentes da Polícia da República de Moçambique, que se envolvem na preparação, facilitação e execução de raptos, bem como magistrados que, motivados por esquemas de corrupção, garantem a impunidade ou favorecem os infratores, por via das suas decisões", apontou Procurador-Geral, Américo Letela.

Ao apresentar aos deputados a informação anual do Ministério Público (MP) referente a 2024, Letela disse que os crimes de rapto estão agora a ocorrer "com mais ousadia dos autores", pedindo esforços adicionais do Estado e das comunidades, assim como a cooperação com países da região.

"Persiste a dificuldade de identificação e neutralização dos mandantes destes crimes, por um lado, devido ao modo altamente sofisticado e complexo em que as redes operam, por outro, devido a alguns deles atuarem estando fora do país", apontou o procurador.

Os dados apresentados pelo Ministério Público indicam que em 2024 foram instaurados 32 processos relativos a este tipo de crime, com o resgate de pelo menos 13 vítimas e detenção de 21 suspeitos, apreensão de seis armas de fogo e desmantelamento de três cativeiros.

"Julgamos oportuna uma reflexão sobre a adoção, no nosso ordenamento jurídico, dentre as várias medidas, as que prevejam o congelamento de fundos e bens das vítimas, suas empresas e de familiares próximos de modo a evitar pagamento de resgates para desencorajar o crime", avançou o procurador-geral.

Em 10 de abril, o ministro do Interior de Moçambique admitiu que o crime de rapto é complexo, organizado e transnacional, e propicia a fuga de capitais, além de criar sentimentos de "insegurança", apelando à sociedade para denunciar suspeitos de envolvimento.

A polícia moçambicana registou desde 2011 a março deste ano pelo menos 205 crimes de rapto, avançou o Governo, que admite "desafios" para travar estes acontecimentos.

Em conexão com os casos, a polícia moçambicana deteve pelo menos 302 pessoas, tendo sido desativados diversos locais usados como cativeiros e apreendidas armas de fogo, incluindo bens móveis e imóveis.

Desde 2011, uma onda de raptos afeta Moçambique e as vítimas são, sobretudo, empresários e os seus familiares, principalmente pessoas de ascendência asiática, um grupo que domina o comércio nos centros urbanos das capitais provinciais no país.

Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixou o país por receio, segundo números divulgados em julho pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique, que defendeu que é tempo de o Governo tomar medidas para combater este tipo de crime.ANG/Lusa

 

Regiões UNICEF reforça capacidade técnica de 16 jornalistas das 05 Rádios Comunitários do Arquipélago dos Bijagós

Bolama, 29 Abr 25 (ANG) – O Fundo das Nações Unidas para Infância UNICEF promove desde segunda-feira, em Bubaque, uma ação de formação de reforço de capacidades técnicas de 16 jornalistas e técnicos das cinco  Rádios Comunitários do Arquipélago de Bijagós.

Segundo o despacho do Correspondente da ANG em Bolama Bijagós, a  formação  que deve durar  cinco dias realiza-se  no âmbito de uma  parceria estabelecida entre  as Nações Unidas e os órgãos da comunicação social das ilhas de Bijagós.

No ato de abertura, o Ponto Focal dessa parceria e igualmente Administrador da Rádio Djan-Djan, Filipe Cardoso, agradeceu ao UNICEF pelo financiamento dessa formação.

Cardoso pediu aos participantes maior aproveitamento dos ensinamentos administrados na formação, para mais tarde estarem a altura de fazer a sua restituição aos colegas que não poderem estar presentes, devido a limitação de participantes.

Cardoso disse que com essas formações anuais os jornalistas e técnicos vão adquirir  mais conhecimentos e melhorar as suas atividades diárias. “O jornalista ,se não souber utilizar as técnicas, pode provocar a guerra, em vez de promover a paz”, disse.

Em representação do ministro da Comunicação Social, a Diretora de Serviço Administrativo do Centro Multimédia do Ministério de Comunicação Social, Antonieta Rosa Fernandes, garante  que vai acompanhar  ação de formação para testernunhar e ajudar os jornalista e técnicos das Rádios Comunitárias do sector de Bubaque, em algumas dificuldades que podem ter durante os cinco dias de formação.

Rosa Fernandes disse que as Rádios Comunitárias têm um  impacto positivo junto das suas comunidades e que, por isso,  o UNICEF gasta anualmente muito dinheiro para poder juntar os jornalistas e técnicos das ilhas dos Bijagós numa formação.

ANG/SS/LPG/ÂC//SG

Regiões/Licenciados do Instituto Superior Horizonte de Canchungo recebem diplomas 

Canchungo, 29 Abr 25 (ANG)  - Os vinte e sete licenciados da Escola de Formação  de Canchungo, denominado Instituto Superior Horizonte receberam no fim-de-semana os  diplomas de formação nas áreas de  Contabilidade e Gestão, Administração e Gestão dos Recursos Humanos e Ciências de Educação.

De acordo com o despacho do Correspondente da ANG na região de Cacheu, na ocasião, o Diretor Executivo do Instituto Superior Horizonte Olim Fernando Sá,

aconselhou  aos recém- licenciados à serem inovadores e empreendedores autónomos humildes, que empregam   outras pessoas que necessitam do trabalho.

 Aquele responsável disse  que o Instituto Superior Horizonte abriu o Polo Norte em Canchungo para reduzir aos pais ou encarregados da educação dos alunos os encargos financeiros de deslocação e alojamento dos seus educandos que recorrem a Bissau para  estudar, por falta de oportunidade de se formar localmente.

O porta-voz dos recém-licenciados Abdurame Malam Correia prometeu que vão aplicar na prática os conhecimentos adquiridos durante a formação.

Dos 27 recém-licenciados, seis  são da área de contabilidade e Gestão, dez da Administração e Gestão dos Recursos Humanos e 11 da área de Ciências de Educação. ANG/AG/AALS/ÂC//SG 

Regiões/Recém eleito Presidente de Associação “Plancan Batchur” promete concluir  projetos da antiga direção

Canchungo, 29 Abr 25 (ANG) – O recém-eleito Presidente da Associação Juvenil de secção de Bachil “Plancan Batchur”, do sector de Canchungo, região de Cacheu, norte do país, prometeu segunda-feira a conclusão de todos os projetos deixados pela  direção cessante.

Ao falar à imprensa depois de ser eleito, por  unanimidade, para um mandato de três anos, Jaque Frederic Mendy declarou que a nova direção se comprometerá a equipar as escolas com carteiras, construir furos de água potável nas diferentes tabancas daquela localidade, criar  um Cento de Saúde para todos,  entre outras iniciativas, que a antiga direção executava.

Jaque Mendy ainda prometeu trabalhar com os associados numa dinâmica de solidariedade coletiva, para o desenvolvimento social, económico e político das comunidades da secção de Bachil, que conta com cerca de 40 tabancas.

“Os filhos de Bachil residentes em Bissau e na diáspora serão sensibilizados pela Associação, para adesão , em massa, à Associação, dando as suas contribuições financeiras, para a implementação dos projetos previdos para três anos.

Jaque Frederic Mendy emigrante guineense residente em França, era  Vice-presidente desta  associação, cujo o  2º Congresso decorreu de 25 à 27 de corrente mês, juntando  400 associados, nativos de Bachil, provenientes de diferentes países, nomeadamente, África, Europa e América.ANG/AG/LLA/ÂC//SG

 

   Canadá/Mark Carney vence  numa eleição marcada por Donald Trump

Bissau, 29 Abr 25 (ANG) - Os liberais ganharam segunda-feira a eleição no Canadá, no entanto, o novo primeiro-ministro, Mark Carney, não deverá conseguir chegar à maioria dos eleitos, necessitando concertar posições com os outros partidos, numa altura em que o país está envolvido numa guerra comercial com os Estados Unidos.

Ao país, Mark Carney disse após a sua vitória que o Canadá "nunca deverá esquecer as lições da traição dos Estados Unidos". Foi com este discurso de oposição às pretensões de Donald Trump que os liberais ganharam aos conservadores, não conseguindo, no entanto, chegar à maioria.

Os meios de comunicação canadianos projectam uma vitória para os liberais com 168 deputados - precisam de 172 para ter a maioria -, enquanto os conservadores terão 144 eleitos. A noite de ontem representou ainda uma dura derrota para o terceiro partido canadiano, o NDP, com o seu líder Jagmeet Singh a não conseguir ser eleito. Também o líder do conservadores, que concorria a primeiro-ministro, Pierre Poilievre, perdeu o seu assento.

Foram eleitos como deputados quatro luso-canadianos. Entre eles está Charles Sousa, reeleito em Mississauga–Lakeshore, em Ontario. Para Sousa, está é uma vitória do Canadá e há agora necessidade de "trabalhar em conjunto para resolver os desafios” que o país enfrenta.

"O Canadá precisa de unidade, especialmente para proteger a nossa independência face aos Estados Unidos e para reforçar a nossa economia no mercado global", declarou Charles Sousa, que entre 2013 e 2018 foi ministro das Finanças de Ontário.

Este é o quarto mandato consecutivo para os liberais no Canadá, com Carney a apontar o dedo durante a campanha ao seu antecessor e companheiro de partido, Justin Trudeau, acusando-o de não se ter focado no crescimento da economia do país. Dos 41 milhões de eleitores, cerca de 29 milhões foram na segunda-feira às urnas. ANG/RFI

segunda-feira, 28 de abril de 2025

   Regiões/Pescadores de Quinará sem meios para conservação de pescado

Quinará, 28 Abr 25 (ANG) – Os pescadores da região de Quinara, sul do país dizem que estão  a enfrentar várias dificuldades para práticas das suas atividades, nomeadamente a falta  de gelo e contentor frigorífico para conservação de pescado.

Em entrevista concedida no último fim de semana ao Correspondente da ANG na região de Quinara, o Delegado Regional de Pesca ,  Abú Dabo disse que a situação é desanimadora. “Não existem condições para prática de pesca na região devido falta de fábrica de gelo e contentor frigorífico para a conservação de grande quantidade dos pescados capturados do mar para mercado local.

Dabo lamentou o facto de grande quantidade pescado ter sempre que ser levado para outra região para sua comercialização, devido falta de condições para sua conservação em Quinará.

Disse que tem estado a receber reclamações de citadinos de Quinará, que protestam que não consomem peixes de qualidade da região porque são levados para outras zonas do pais.

Aquele responsável disse que agora enfrentam outro problema que é a falta de combustível , e que tem estado a impossibilitar atividade de pesca à muitos praticantes, e em consequência, a provocar escassez de pescado nos mercados locais.

Perante essa situação, o responsável máximo da pesca para a região de Quinará apela diligências das autoridades competentes para que a região possa dispor de fábrica de gelo e contentores frigoríficos
para conservação do pescado.

ANG/RC/MI/ÂC//SG

 

Taxas de câmbio para quarta-feira, 28 de maio de 2025

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Dirham dos Emirados Árabes Unidos

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 Fonte: BCEAO


Cabo Verde
/Governo vai procurar financiamento alternativo ao norte-americano

Bissau, 28 Abr 25 (ANG) - O governo de Cabo Verde admitiu estar preocupado com o possível encerramento da agência norte-americana Millennium Challenge Corporation, com quem o arquipélago tem um acordo de financiamento.

O primeiro-ministro afirmou que os cortes deste apoio financeiro americano forçam Cabo Verde a procurar novas fontes de financiamento. 

O chefe de Governo de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, afirma que cortes drásticos no programa Millennium Challenge Corporation (MCC) afectam directamente o terceiro compacto de desenvolvimento prometido a Cabo Verde. Uma medida que segundo Ulisses Correia e Silva vai impulsionar Cabo Verde à procura de outras alternativas de financiamento para dar seguimento aos projectos que seriam beneficiados com este compacto.

“É uma decisão soberana do governo americano e da administração Trump. Já havia indicações de que um conjunto de medidas iriam ser tomadas relativamente ao corte de despesas, do funcionamento da administração americana. Isso acaba por atingir também instituições que trabalham e operam na área de ajuda pública ao desenvolvimento, como o MCC. Nós temos que respeitar aquilo que é decisão do governo norte-americano, na perspectiva de que os projetos que estavam em ideia ainda de preparação - porque nós não estávamos na fase de aprovação de projectos - serão seguramente continuados com a mesma preferência estratégica, procurando outras fontes de financiamento. Não desistimos daquilo que é estruturante para o desenvolvimento de Cabo Verde. Se não for através do MCC, será através de outras instituições e outras fontes de financiamento”, afirmou o primeiro-ministro, este fim de semana, na ilha de São Vicente, à margem do arranque das celebrações dos 50 anos da independência de Cabo Verde.

Ulisses Correia e Silva disse que “os Estados Unidos continuam a ser um parceiro de referência importante para Cabo Verde”, mas perante a decisão tomada se vai à procura de outras alternativas para o desenvolvimento do país”.

Cabo Verde é um dos poucos países contemplados, pela terceira vez, com um financiamento do Millennium Challenge Corporation, sendo que, nas duas primeiras ocasiões, em 2005 e 2012, foram contemplados um conjunto de investimentos em infraestruturas portuárias e no abastecimento de água e saneamento, num total de 176 milhões de dólares.

O terceiro compacto do MCC, que visa promover investimentos estratégicos em sectores como a conectividade e mobilidade terrestre, aérea, marítima, digital e humana, deveria ser assinado neste mês de Abril.

Na passada quinta-feira, 24 de Abril, em Washington, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, afirmou que, embora o Governo ainda não tenha sido oficialmente notificado, há uma “probabilidade muito forte” de encerramento do MCC, o que terá impacto direvto nos projectos do arquipélago.

Conforme vários órgãos de informação citando um e-mail enviado a todos os funcionários na passada terça-feira 22 de Abril, a agência governamental norte-americana Millennium Challenge Corporation (MCC) de ajuda externa que faz parcerias com mais de 50 países em desenvolvimento, incluindo Cabo Verde, para promover o crescimento económico, está a ser fechada pelo Departamento de Eficiência Governamental, liderado por Elon Musk. ANG/RFI

 

                             Papa/Óbito: Conclave inicia-se a 07 de Maio

 Bissau, 28 Abr 25 (ANG) - Os cardeais reunidos no Vaticano fixaram o dia 07 de Maio como data para o início do conclave, que irá eleger o sucessor do Papa Francisco, informou a agência italiana Ansa, citando fontes da Congregação Geral.

De acordo com as regras do Vaticano, os cardeais participarão numa missa solene na Basílica de São Pedro, no Vaticano, na manhã do dia 07, antes de os eleitores com menos de 80 anos se reunirem na Capela Sistina à tarde para a votação à porta fechada, que poderá durar vários dias. ANG/Inforpress/Lusa

 

    Rússia/Kremlin declara trégua total na Ucrânia entre 08 e 10 de Maio

 

Bissau, 28 Abr 25(ANG) - A presidência russa declarou hoje um cessar-fogo total na Ucrânia de 08 a 10 de Maio quando a Rússia celebra o Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi.

 

A trégua terá início às 00:00 de 08 de Maio (21:00 de 07 de Maio em Bissau) e prolongar-se-á até 10 de Maio. 

 

Segundo o Kremlin, o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a cessação total das hostilidades por "razões humanitárias" para o Dia da Vitória, a 09 de Maio. ANG/Inforpress/Lusa

 

Regiões/Governadora de Gabu  considera de positivos  trabalhos de prospeção de Bauxite  de Boé

Gabu, 28 abr 25 (ANG) - A Governadora da região de Gabu, Leste do país,  Elisa Pinto Tavares considerou no fim-de-semana de positivos os trabalhos de prospeção de Bauxite que estão a ser levados a cabo no setor de Boé, por duas empresas, uma russa e outra chinesa para eventual exploração daquele mineral.

De acordo com o despacho do Correspondente da ANG na região de Gabu, Pinto Tavares  falava no âmbito da visita que efetuou ao setor de Boé, para se inteirar da  evolução dos trabalhos da prospeção de Bauxite iniciados em Fevereiro de ano em curso.

“As duas  empresas estrangeiras  ainda só fazem trabalhos de  prospeção, depois vem a necessidade ou não de exploração do Bauxite”, esclareceu  a governante.

Durante a visita, a Governadora manteve uma reunião alargada com a comunidade local, na qual os populares de Boé manifestaram seus desagrados concernente ao desconhecimento dos projetos que operam naquela localidade.

Na base da preocupação da população de Boé, a Governadora garantiu que, doravante, vão ter as informações detalhadas sobre os projetos que pretendem atuar naquela zona Leste da Guiné-Bissau.

Por outro lado, a Governadora anunciou para breve a abertura de dez furos de água no setor de Boé pela Organização Não Governamental “ONU Mulher”.

O setor de Boé fica à 85 km de Gabu, conta com uma população de mais de dois mil habitantes e que vivem com dificuldades em vários domínios.

ANG/SS/AALS/ÂC//SG

Cultura/Jornalista Mussa Baldé dirige filme que denuncia trabalho infantil e casamento forçado

Bissau, 28 Abr 25 (ANG)– O jornalista Mussá Baldé deveria terminar no  fim de semana as filmagens de “Minina di Bandeja”, filme que denuncia as práticas de trabalho infantil e casamento forçado de raparigas na Guiné-Bissau.

“A ideia é levar o filme aos festivais internacionais, porque queremos que o mundo saiba que apesar da existência de um grande trabalho de sensibilização que tem sido feito ao longo dos anos, estas duas temáticas, trabalho infantil e casamento precoce ou casamento forçado, ainda continuam a ser o dia-a-dia aqui na Guiné-Bissau”, disse à Lusa Mussá Baldé.

Correspondente em Bissau da agência portuguesa de notícias e do serviço de língua portuguesa da RFI (Rádio França Internacional), o jornalista adiantou que o filme se destina "sobretudo a apoiar as organizações da sociedade civil na Guiné-Bissau que trabalham nessa temática”.

Assim, Mussá Baldé pretende, quando concluir “Minina di Bandeja”, entregar cópias da obra a qualquer organização que queira ter acesso ao filme, ou que são parceiras nesse trabalho, para divulgação e sensibilização comunitária.

Além da divulgação na Guiné-Bissau, Mussá Baldé quer fazer o mesmo no exterior.

“A minha ideia é divulgar o filme internamente, mas também divulgar o filme lá fora. Participando em festivais, em mostras de cinema, desde logo em Portugal, levar o filme a várias comunidades, mesmo não sendo pessoas afectadas directamente com esses flagelos, mas pessoas que eventualmente possam estar interessadas em conhecer um pouco mais a realidade da Guiné-Bissau e ajudar a Guiné-Bissau a enfrentar estes flagelos”, explica.

O filme, de cerca de 70 minutos, pretende demonstrar algumas das vicissitudes por que passam as meninas em venda ambulante, designadamente assédio sexual, violência sexual, violência física e violência psicológica.

“A criança em venda ambulante é mais susceptível de não andar na escola ou ter bom aproveitamento escolar. Há casos de meninas que percorrem cerca de 25 quilómetros diários na venda ambulante, em Bissau, e nesses casos as meninas estão expostas à gravidez precoce ou casamento forçado”, acrescenta.

Mussá Baldé pretende demonstrar que a venda ambulante e o casamento forçado são também factores para baixa escolarização da população feminina na Guiné-Bissau, e provar que “qualquer menina que for apoiada e orientada pode estudar, formar-se e ajudar o país”.

O sexto Inquérito aos Indicadores Múltiplos (MICS), realizado pelo Governo  e pela UNICEF, com a parceria das agências da ONU como o PNUD, FNUAP e PAM e ainda da União Europeia, publicado em Outubro de 2020, revela, entre outras conclusões, que o fenómeno casamento precoce de meninas continua a ser uma realidade na Guiné-Bissau.

O documento revela que 25,7% das meninas com menos de 18 anos estão casadas na Guiné-Bissau, das quais 11,4% no meio urbano e 36,1% no meio rural.

Na Guiné-Bissau, uma criança em cada três trabalha, ou seja 39% de todas as crianças dos 5 aos 17 anos.

“Estes dados alarmantes impeliram-me a pensar na realização de um filme que pudesse trazer à ribalta a realidade das meninas/raparigas que são obrigadas pelos adultos a casamento e ainda submetidas ao trabalho infantil”, explica.

Mussá Baldé começou a escrever o roteiro há cerca de dois anos e iniciou as filmagens em 28 de Fevereiro, com a participação de estudantes de liceus e universidades da Guiné-Bissau e de actores guineenses.

Dada a falta de equipamento na Guiné-Bissau, Mussá Baldé pretende, após pré-edição e edição em Bissau, fazer a pós-produção em Lisboa para corrigir aspectos técnicos e tratar da legendagem.

“Minina di Bandeja” é falado em crioulo, e a ideia é ter cópias com legendas em português, francês, inglês e espanhol.

“O filme não será comercializado. Ninguém vai pagar para assistir esse filme. É para ser projectado para divulgar e sensibilizar para o combate ao flagelo do trabalho infantil e casamento precoce ou casamento forçado”, reitera.

Mussá Baldé reconhece que o projecto é uma “iniciativa ousada” da sua parte, porquanto o orçamento do filme está coberto pelo apoio inicial da UNICEF, FNUAP e Banco da África Ocidental em apenas 40%.

“É uma iniciativa ousada da minha parte, mas também, se eu não tiver coragem, nunca mais vou fazer o filme”, vinca.

Mussá Baldé contactou outras instituições e aguarda que também se juntem ao projecto, designadamente o instituto Camões, que considera “uma instituição muito importante na ajuda e promoção dos direitos humanos na Guiné-Bissau”.

“Ainda me vai chamar para ver o que é que se pode fazer em termos de apoio”, manifesta.

“Portanto, neste momento está-nos a faltar à volta de 60% do orçamento do filme, mas, graças a Deus, com o apoio que o Banco da África Ocidental nos deu, comprámos um equipamento novo em Lisboa e agora estamos a avançar. Talvez, as instituições que se interessam por estas temáticas percebam que é preciso ajudar, porque estamos a fazer um trabalho que vai servir para ajudar no trabalho que também eles fazem”, adianta.

O Código Civil em vigor estipula que o casamento na Guiné-Bissau só é legal a partir dos 16 anos. ANG/Inforpress/Lusa