China/Xi Jinping insta banco dos BRICS a assumir maior papel face a ordem internacional débil
Bissau, 29 Abr 25(ANG) - O Presidente chinês, Xi Jinping, instou
hoje o banco dos BRICS a reforçar o seu apoio aos países em desenvolvimento e a
assumir um papel mais importante num cenário global marcado por tensões
geopolíticas e pela guerra comercial.
O Novo Banco de Desenvolvimento - fundado pelo Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul - deve, segundo Xi, direcionar os seus esforços
para uma nova fase de crescimento centrada na sustentabilidade, tecnologia e
transição energética, sem se afastar da sua missão original de apoiar os países
do Sul Global.
A instituição "deve alinhar-se com as necessidades reais de
desenvolvimento e oferecer financiamento de alta qualidade e baixo custo",
disse Xi, que defendeu ainda a melhoria da gestão interna do banco e a expansão
da sua presença em áreas, como as infraestruturas digitais e os projetos
verdes.
O líder chinês considerou que o bloco das economias emergentes
representa uma parte crescente da economia mundial e sublinhou que os países em
desenvolvimento devem ter uma maior participação na reforma do sistema
financeiro internacional.
No entanto, evitou referir-se diretamente a tensões geopolíticas
específicas ou a instituições como o FMI ou o Banco Mundial.
Dilma Rousseff garantiu que o Banco Mundial continuará a concentrar-se
no apoio a projetos estratégicos nas economias emergentes e alertou contra o
"unilateralismo e o protecionismo", que acusou de "corroer a
autoridade do Direito internacional" e "minar a estabilidade das
cadeias industriais e de abastecimento".
No seu discurso, Dilma destacou ainda o papel de Pequim num
contexto global "turbulento", em que "a China defende firmemente
os interesses do Sul Global" e é "um exemplo" na defesa do
"multilateralismo, da equidade e da justiça internacional".
A antiga presidente brasileira, reeleita em março para um mandato
de cinco anos à frente da organização, agradeceu o apoio dos países membros e
defendeu o papel do banco como instrumento de cooperação multilateral.
A sua candidatura foi proposta pela Rússia e aprovada por
consenso.
O Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como o banco dos
BRICS, foi criado em 2014 e começou a funcionar um ano depois, com o objetivo
de oferecer uma alternativa de financiamento aos países em desenvolvimento.
Nos últimos meses, alargou o número de membros com a incorporação
do Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Indonésia, que formalizou a
sua entrada em março, após uma visita de Rousseff a Jacarta.
A expansão do banco ocorre numa altura em que o grupo BRICS
desempenha um papel mais proeminente nos fóruns multilaterais, no meio de
debates sobre a reconfiguração da ordem económica mundial.
ANG/Inforpress/Lusa













