Afeganistão/Talibã proíbem meninas de voltar às aulas duas horas depois da reabertura das escolas
Bissau, 23 Mar 22 (ANG) - As meninas no Afeganistão passaram duas horas na escola após sete meses de ausências dos estabelecimentos de ensino básico e secundário desde que os talibã tomaram o poder.
Duas horas depois da entrada, os talibã
revogaram a autorização das meninas voltarem a estudar, enviando-as novamente
para casa.
O porta-voz dos talibã, Inamullah
Samangani, confirmou à Agence France Presse que as meninas tinham sido
ordenadas a voltar para casa, não fazendo qualquer comentário sobre esta
decisão. Mais tarde, o Ministério da Educação do Afeganistão publicou uma nota
onde informou que as escolas para raparigas vão continuar fechadas até haver um
plano escolar que inclua a Lei Islâmica e a cultura afegã.
Desde Agosto, quando os talibã tomaram o
poder em Cabul, que as meninas a partir dos 12 anos deixaram de estudar,
enquanto os rapazes voltaram à escola logo em Outubro de 2021. As escolas
começaram por estar fechadas devido à pandemia, com os talibã a referirem
depois que queriam assegurar a existência de escolas segregadas para todas as
raparigas entre 12 e 19 anos.
Também o ensino primário não está
garantido em todo o país para as meninas, com muitas alunas a não terem perto
de si uma escola segregada, dando-se primazia à educação dos rapazes.
O regresso das meninas à escola tem sido um dos maiores pontos de
negociação com os talibã que tentam legitimar externamente o seu Governo e
procuram apoios para desenvolver o seu país. Estas ajudas vindas de países como
a Noruega, têm sido oferecidas em troca de uma educação igual para raparigas e
rapazes.
Desde que chegaram ao poder, os talibã não só impedem a escola
para as meninas com mais de 12 anos, como também que as mulheres estudem nas
universidade, possam ter trabalhos na função pública e proibindo-as de viajar
sozinhas entre cidades no Afeganistão. ANG/RFI
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