Política/PAIGC admite realizar congresso virtual
Bissau, 21 Mar 22 (ANG) - O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde admite realizar o 10° congresso do partido via internet, através de uma das plataformas de conferências virtuais.
Segundo a RFI, a
possibilidade está agora a ser analisada, depois de a polícia ter interrompido
os trabalhos preparativos do congresso com recurso a granadas de gás
lacrimogéneo.
Se tudo tivesse acontecido como o
previsto, o 10º congresso do PAIGC estaria a ser encerrado esta segunda-feira.
Na verdade, não há congresso. A sede do
PAIGC está ocupada pela polícia que apenas deixa entrar os principais
dirigentes como o líder Domingos Simões Pereira.
Os 1400 delegados ao congresso, muitos dos
quais vindos do interior da Guiné-Bissau e do estrangeiro, estão a regressar
aos locais onde vivem e trabalham.
O partido está a pensar em alternativas
para realizar o congresso. Fontes do PAIGC admitem que o congresso poderia ser
realizado via internet, através de uma das plataformas de conferências
virtuais.
A polícia diz que está na sede da força
política em cumprimento de um mandado judicial emitido pelo juiz Lassana
Camará, que está a apreciar uma providência cautelar interposta pelo militante
do PAIGC, Bolom Conté, que basicamente pediu ao tribunal a suspensão do
congresso.
No sábado, dia em que era suposto arrancar
o 10º congresso, o ambiente voltou a ser de muita tensão com a polícia a lançar
granadas de gás lacrimogéneo, para dispersar um grupo de mulheres do PAIGC, que
se sentou na estrada diante da sede do partido.
O grupo de mulheres, onde se destacava
Adiatu Djaló, antiga ministra e uma das vice-presidentes do PAIGC, estava a
contestar o facto de a polícia não ter deixado que ninguém entrasse na sede do
partido.
O PAIGC considera toda a acção da polícia
como parte de uma estratégia dos actuais elementos no poder na Guiné-Bissau
para impedir a realização do 10º congresso.
Os advogados do partido admitem recorrer
ao tribunal da CEDEAO para pedir justiça que dizem que lhes é negada pelos
tribunais do país. ANG/RFI
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