Genebra/OMS pede cautela a países africanos que levantam restrições
Bissau, 25 Mar 22(ANG) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu hoje "cautela" numa altura em que muitos países africanos estão a eliminar ou a baixar a gravidade de algumas das suas medidas de prevenção contra a covid-19.
"Durante mais de
dois anos, a pandemia tem tido um domínio doloroso sobre as nossas vidas e o
imperativo para os países de reavivar economias e meios de subsistência é
compreensível. Mas a pandemia ainda não acabou", advertiu a diretora
africana da OMS, Matshidiso Moeti, numa declaração.
"As medidas
preventivas devem ser cuidadosamente escalonadas e as autoridades sanitárias
devem pesar os riscos em relação aos benefícios esperados", acrescentou.
Se, há um ano, 41 países
em África proibiam as reuniões de massas, este número foi agora reduzido para
22, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Além disso, embora 43
países mantenham o uso de máscaras faciais, quatro deles flexibilizaram a
exigência.
De acordo com a OMS, o
levantamento ou ajustamento destas normas deve ser acompanhado por
"sistemas de monitorização das tendências de infecção" capazes de
responder rapidamente ao aparecimento de novas variantes de preocupação.
"É preocupante que
quase metade de todos os países em África tenham deixado de rastrear os casos
de contacto", lamentou Moeti.
"Sem esta
informação, é difícil acompanhar a propagação do vírus e identificar novos
focos de covid-19 que possam ter origem em variantes conhecidas ou ainda por
emergir", comentou ainda.
Além disso, a directora
da OMS para o continente africano lamentou o baixo número de testes para
detetar a presença do coronavírus SARS-CoV-2 que África está a realizar -
apenas 27 por cento dos países atingiram a meta semanal recomendada pela OMS de
pelo menos 10 testes por cada 10.000 habitantes no primeiro trimestre deste
ano.
No primeiro trimestre do
ano passado, no entanto, 40 por cento das nações africanas haviam atingido ou
ultrapassado essa meta.
Por outro lado, o número
de africanos totalmente vacinados contra o coronavírus permanece demasiado
baixo, tendo menos de 16 por cento da população total do continente sido
imunizada, advertiu a OMS.
A este respeito, o
director dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC,
uma agência da União Africana), John Nkengasong, recomendou "tirar
partido" da recente queda no número de infecções por coronavírus para
relançar a campanha de vacinação.
"O vírus ainda está
aqui, apesar de termos assistido a uma diminuição do número de casos. Só
podemos erradicá-la vacinando pelo menos 70 por cento da população
africana", disse hoje Nkengasong, durante uma conferência de imprensa
online.
Embora o número de casos
relatados de coronavírus em África tenha diminuído 25 por cento nas últimas
quatro semanas, "ainda é necessário ser cauteloso", afirmou.
Até à data, o continente
registou um pouco mais de 11,3 milhões de casos de covid-19, dos quais mais de
250.800 resultaram em mortes. ANG/Angop
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