terça-feira, 22 de março de 2022

    Mali/ Persistem divergências entre autoridades de transição e CEDEAO

Bissau, 22 Mar 22(ANG) – O governo de transição do Mali lamentou domingo, 20, a falta de consenso com o mediador da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Goodluck Jonathan, indica um comunicado publicado pelo coronel Abdoulaye Maiga, porta-voz do governo.

“ O governo da Republica do Mali lamenta a falta de compromisso nesta fase de uma transição cujo objectivo é o de criar as bases para a refundação do Mali, e depois estabelecer uma nova ordem constitucional, garantia de paz, da estabilidade duradoira e de boa governação”, indicou o também ministro da Administração do Território e Descentralização.

O governante lamento o facto de “ de forma manifesta a CEDEAO nunca ter suficientemente tido em conta a complexidade dos desafios que o Mali enfrenta e das profundas aspirações do seu povo determinado a tomar o seu destino em mão”.
 

O governo de transição indica que “as referidas consultas tiveram lugar depois da nota verbal de 26 de Fevereiro, da representação da CEDEAO enviada ao governo do Mali, comunicando uma proposta de cronograma para uma transição de 12 a 16 meses”.
“Em resposta, o governo da Republica do Mali deplorou o facto de que esta proposta da CEDEAO é essencialmente eleitoralista e não toma em consideração as legitimas aspirações das reformas políticas e institucionais expressas pelo povo maliano”, sublinha a mesma fonte.

Desta feita, o governo maliano produziu e submeteu um cronograma revisto contendo acções relativas às reformas políticas e institucionais, bem como acções relativas às eleições com um prazo de 36 meses de transição, algo que não foi aceite pelo medianeiro, indica o porta-voz do governo.

Do seu ponto de vista “ depois das frutuosas trocas, que conduziram ao pertinente reconhecimento das reformas pela CEDEAO, o governo maliano proposto um novo prazo de 29 meses que o coronel Assimi Goïta, num último esforço visando conseguir um compromisso realista e salutar para o Mali e a CEDEAO, baixou para 24 meses”.

Maiga explicou que “ o novo prazo irredutível perante as autoridades do Mali não foi aceite pelo mediador da CEDEAO e pela sua delegação que mantiveram a sua posição”.

Por seu lado, num comunicado, Goodluck Jonathan reafirmou a vontade de continuar a analisar com as autoridades malianas para encontrar um calendário de transição aceitável, e sugeriu ao Comité local de monitorização e aos peritos a continuarem o seu trabalho com as autoridades malianas.

Recorde-se que as consultas entre Goodluck Jonathan e o presidente de Transição, o coronel Assimi Goïta, tiveram lugar nos dias 18 e 19 de Março. ANG/Angop

 

 

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