Sociedade/Água, uma das grandes prioridades para a segurança mundial
Trata-se do
encontro mais importante consagrado à gestão da água à escala global. O 9.º
Fórum Mundial da Água é uma organização conjunta do Conselho Mundial da Água (World
Water Council) e do Governo do Senegal.
O
certame acontece a cada três anos, e realiza-se pela primeira vez em África
subsariana e a segunda vez no continente africano (Marraquexe, Marrocos em
1997).
Na capital senegalesa estão reunidos
participantes de todos os níveis e domínios, do privado ao público, do mundo
académico ao político.
De acordo com as Nações Unidas, apenas 30%
da população de África Subsariana tem acesso a uma fonte segura de água
potável. Um em cada quatro africanos não tem acesso a água potável.
África não tem falta de água, mas tem
falta de infra-estruturas de distribuição e saneamento. A situação afecta a
generalidade dos países, meio rural ou urbano.
Com a população africana a duplicar até
2050, uma das prioridades actuais passa pela melhoria da qualidade da água.
Para tal, é preciso encontrar soluções para a gestão do lixo e da poluição que
está na origem da maior parte das doenças ligadas à água. Doenças que matam,
especialmente crianças.
Segundo a UNICEF, 500 crianças morrem por dia nos países de África
Subsariana por falta de água potável e por um saneamento precário. Em África
Subsariana, 70% da população não tem qualquer ligação a uma rede de saneamento,
o que significa que tudo é directamente expelido para a natureza, poluindo
imediatamente e a longo prazo do meio-ambiente.
Compreender e enfrentar o problema da água, é compreender a
existência de um problema a nível económico, energético, alimentar e sanitário.
Uma das questões geopolíticas da água, prende-se com a gestão
coordenada das bacias hídricas internacionais. Facto que significa a partilha
de água, que é com frequência uma fonte de conflito e de tráfico ilegal.
Um relatório da Unesco, publicado hoje em Dacar, destacou o
potencial das águas subterrâneas para gerar benefícios sociais, económicos e
ambientais, desde que geridas de forma sustentável.
De acordo com o documento de 272 páginas, intitulado “Águas
Subterrâneas: Tornar visível o invisível”, as águas subterrâneas representam
quase 99% das reservas de água doce da Terra.
Mas “os benefícios directos e indirectos que
proporcionam passam, muitas vezes, despercebidos ou são ignorados”. Como
resultado, as reservas mundiais de água subterrânea são frequentemente mal
administradas, subvalorizadas e correm risco de poluição.
As águas subterrâneas fornecem metade do volume
de água captado no mundo, segundo a Unesco, usados pela população mundial para
fins domésticos, para agricultura e indústria. Por isso mesmo, “é fundamental
aproveitar, de forma mais inteligente, o potencial dos recursos hídricos
subterrâneos, ainda subexplorados” alertou Audrey Azoulay, directora-geral da
Unesco.
A organização estima que o consumo de água deverá aumentar, em
média, 1% por ano durante os próximos 30 anos. ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário