Ucrânia/NATO diz que não procura conflito, mas protegerá “cada centímetro” da Aliança
Bissau, 04 Mar 22(ANG) – A NATO sublinhou hoje que é uma organização defensiva, que não procura o conflito armado com a Rússia, mesmo à luz da agressão à Ucrânia, mas advertiu que, se o conflito chegar à Aliança, protegerá “cada centímetro” do seu território.
“Somos
uma aliança defensiva, não procuramos conflitos, mas se o conflito chegar a
nós, estamos prontos e vamos defender cada centímetro do território da NATO”,
advertiu o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à chegada ao
quartel-general da Aliança, em Bruxelas, para uma reunião do Conselho do Atlântico
Norte ao nível de chefes de diplomacia.
A seu
lado, o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, realçou igualmente
que “a NATO não faz parte do conflito, a NATO é uma aliança de defesa”, que
“não procura o conflito bélico com a Rússia”, mas advertiu também para a
intransigência da organização na defesa de todos os seus membros.
“Ao
mesmo tempo, temos que assegurar que não há quaisquer mal-entendidos sobre o
nosso compromisso em defender e proteger todo os aliados, e daí termos
aumentado a presença de forças da NATO na zona leste da Aliança”, declarou.
Stoltenberg
apontou que o objectivo da reunião de hoje é “coordenar a resposta à invasão
brutal da Ucrânia pela Rússia”, mas também “as implicações a longo prazo”.
Também
Blinken disse que os Aliados estão igualmente a preparar “o futuro da NATO”,
comentando que “os acontecimentos das últimas semanas forjarão ainda mais esse
futuro”, a ser desenhado com o novo conceito estratégico da organização e a
próxima cimeira da NATO, “dentro de alguns meses”, em junho, em Madrid.
O
chefe da diplomacia norte-americana saudou a forma como, “face à agressão
premeditada da Rússia contra a Ucrânia, a Aliança juntou-se com velocidade,
unidade e determinação”, apontando que, “cada aliado, de uma forma ou outra,
está a assistir a Ucrânia e o reforço da NATO”.
Relativamente
aos mais recentes acontecimentos no terreno, o secretário-geral da organização
apontou que o ataque russo à central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, a maior
da Europa, “demonstra bem a imprudência desta guerra, a importância de lhe por
fim, e a importância de a Rússia retirar todas as tropas e comprometer-se de
boa fé com os esforços diplomáticos”.
Bruxelas
acolhe hoje reuniões extraordinárias de ministros dos Negócios Estrangeiros da
NATO e da União Europeia, ambas em formatos alargados, para discutir a guerra
em curso na Ucrânia, ao nono dia da ofensiva militar russa.
O
secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, estará presente nas duas
reuniões, nas quais Portugal estará representado pelo ministro Augusto Santos
Silva.
De
manhã, tem lugar no quartel-general da NATO uma reunião extraordinária do
Conselho do Atlântico Norte, o principal organismo de decisão política da
organização, no qual cada país membro tem assento, ao nível dos chefes de
diplomacia, alargada aos chefes de diplomacia da Suécia, Finlândia e UE.
A
partir das 16:00 locais (14:00 de Cabo Verde), os chefes de diplomacia dos 27
reúnem-se naquele que é o quinto Conselho extraordinário de ministros dos
Negócios Estrangeiros da UE no espaço de pouco mais de uma semana, também em
formato alargado.
Esta
reunião foi convocada na quarta-feira pelo Alto Representante da UE para a
Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, que convidou para o encontro
homólogos de países aliados e o ministro ucraniano, Dmytro Kuleba, que
participará por videoconferência.
Além
dos 27, participarão então no encontro Kuleba, Blinken e ainda os chefes da
diplomacia do Reino Unido, Liz Truss, e do Canadá, Melanie Joly, além do
secretário-geral da NATO.
A Rússia
lançou na madrugada de 24 de Fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na
Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As
autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos,
incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um
milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros
países.
O
Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na
Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a
única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o
tempo necessário.
O
ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União
Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de
armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda
mais Moscovo. ANG/Inforpress/Lusa
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