Etiópia/Governo rejeita acusação de "limpeza étnica"
na região do Tigray
Bissau, 06 Jun 23 (ANG)
- O Governo etíope rejeitou hoje as recentes acusações da organização
internacional Human Rights Watch (HRW), de que esteja a fazer uma campanha de "limpeza
étnica" na região ocidental do Tigray.
O executivo da Etiópia,
liderado pelo primeiro-ministro e nobel da Paz Abiy Ahmed, assegura que aquelas
acusações não são apoiadas por "quaisquer provas".
Num relatório publicado
a 01 de Junho, a organização de defesa dos direitos humanos afirma que as
unidades paramilitares e as milícias da região vizinha de Ahmara continuam a
"expulsar à força os habitantes do Tigray" da zona ocidental daquela
região "como parte de uma campanha de limpeza étnica".
A HRW "publicou
estas acusações sem efectuar uma investigação rigorosa e credível nas áreas em
causa" e aquelas "não estão apoiadas por quaisquer provas",
afirmou o Serviço de Comunicações do Governo etíope em comunicado.
O acesso ao Tigray
Ocidental, bem como a toda a região do Tigray e Amhara, está proibido aos
jornalistas, sendo impossível verificar a situação no terreno.
"Esta descrição
distorcida e enganadora da situação tem por objectivo minar a coexistência
pacífica, alimentar os conflitos interétnicos e impedir os esforços nacionais
de paz e reconciliação na Etiópia", continuou o governo.
Um acordo assinado em
Novembro, em Pretória, pelo governo federal etíope e pelas autoridades regionais
rebeldes de Tigray pôs fim a dois anos de guerra brutal no norte da Etiópia.
As forças paramilitares
e milícias Amhara tinham apoiado o exército federal etíope contra as
autoridades rebeldes de Tigray e, no início da guerra, assumiram o controlo de
Tigray Ocidental, uma área administrativamente ligada ao Tigray mas que os
Amhara consideram ser a sua terra ancestral.
O Tigray Ocidental foi
um dos pontos sensíveis que ficaram por resolver no acordo de Pretória. As
forças de Amhara descrevem a questão como uma "linha vermelha" e
mantêm o seu controlo nessa zona, apesar do acordo, enquanto as autoridades da
outra região não tencionam ceder esta parte do território.
O Governo federal
salienta que iniciou um processo de consultas nacionais com vista à criação de
um processo de justiça transitório, tal como previsto no acordo de
Pretória. ANG/RFI
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