quarta-feira, 7 de junho de 2023

  Etiópia/Governo  rejeita acusação de "limpeza étnica" na região do Tigray

Bissau, 06 Jun 23 (ANG) - O Governo etíope rejeitou hoje as recentes acusações da organização internacional Human Rights Watch (HRW), de que esteja a  fazer uma campanha de "limpeza étnica" na região ocidental do Tigray.

O executivo da Etiópia, liderado pelo primeiro-ministro e nobel da Paz Abiy Ahmed, assegura que aquelas acusações não são apoiadas por "quaisquer provas".

Num relatório publicado a 01 de Junho, a organização de defesa dos direitos humanos afirma que as unidades paramilitares e as milícias da região vizinha de Ahmara continuam a "expulsar à força os habitantes do Tigray" da zona ocidental daquela região "como parte de uma campanha de limpeza étnica".

A HRW "publicou estas acusações sem efectuar uma investigação rigorosa e credível nas áreas em causa" e aquelas "não estão apoiadas por quaisquer provas", afirmou o Serviço de Comunicações do Governo etíope em comunicado.

O acesso ao Tigray Ocidental, bem como a toda a região do Tigray e Amhara, está proibido aos jornalistas, sendo impossível verificar a situação no terreno.

"Esta descrição distorcida e enganadora da situação tem por objectivo minar a coexistência pacífica, alimentar os conflitos interétnicos e impedir os esforços nacionais de paz e reconciliação na Etiópia", continuou o governo.

Um acordo assinado em Novembro, em Pretória, pelo governo federal etíope e pelas autoridades regionais rebeldes de Tigray pôs fim a dois anos de guerra brutal no norte da Etiópia.

As forças paramilitares e milícias Amhara tinham apoiado o exército federal etíope contra as autoridades rebeldes de Tigray e, no início da guerra, assumiram o controlo de Tigray Ocidental, uma área administrativamente ligada ao Tigray mas que os Amhara consideram ser a sua terra ancestral.

O Tigray Ocidental foi um dos pontos sensíveis que ficaram por resolver no acordo de Pretória. As forças de Amhara descrevem a questão como uma "linha vermelha" e mantêm o seu controlo nessa zona, apesar do acordo, enquanto as autoridades da outra região não tencionam ceder esta parte do território.

O Governo federal salienta que iniciou um processo de consultas nacionais com vista à criação de um processo de justiça transitório, tal como previsto no acordo de Pretória. ANG/RFI

 

Sem comentários:

Enviar um comentário