Doha/Qatar
apela à comunidade internacional para evitar "genocídio" em Rafah
Bissau, 08 Mai 24 (ANG) - O Qatar apelou hoje à comunidade internacional
para evitar um “genocídio” em Rafah, no sul da Faixa da Gaza, que enfrenta a
ameaça de uma ofensiva em grande escala do exército israelita.
O país do Golfo,
mediador nas negociações sobre uma trégua entre Israel e o Hamas, numa declaração
hoje divulgada, apelou “a uma ação internacional urgente que evite que a cidade
seja invadida e que um crime de genocídio seja cometido”.
O Governo do Qatar
condenou a tomada pelo Exército israelita do lado palestiniano da passagem de
Rafah, na fronteira com o Egito.
“O Estado do Qatar
condena nos termos mais veementes o bombardeamento da província de Rafah pelas
forças de ocupação israelitas, a invasão da passagem fronteiriça e a ameaça de
deslocar cidadãos de abrigos e alojamentos”, afirmou o Ministério dos Negócios
Estrangeiros do Qatar, num comunicado publicado no seu ‘site’ na internet.
Sublinhou que Doha – que
está a realizar um trabalho de mediação com o Egipto para um possível acordo de
cessar-fogo entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – também
pede “que seja dada proteção total aos civis, em linha com o Direito
Internacional e o Direito Humanitário”.
O Qatar considerou que
“o deslocação forçada de civis da cidade de Rafah, que se tornou o último
refúgio para centenas de milhares de pessoas deslocadas na Faixa de Gaza,
constitui uma violação grave do direito internacional e aprofundará a crise
humanitária na região.
Por último, reiterou a
“posição firme” das autoridades do Qatar em apoio à “justiça na causa
palestiniana, aos direitos legítimos do povo irmão palestiniano e ao
estabelecimento de um Estado palestiniano independente nas fronteiras de 1967,
com Jerusalém Oriental como capital”.
O Exército israelita
confirmou hoje a tomada da parte palestiniana da passagem de Rafah, um dos
principais pontos de entrada de ajuda humanitária no enclave, no âmbito do que
descreve como uma “atividade dirigida” em “áreas limitadas" contra as
"infraestruturas terroristas" do Hamas.
A operação foi lançada
horas depois de o gabinete de guerra criado em Israel após os ataques do Hamas
de 07 de outubro ter concordado prosseguir com a sua ofensiva, depois de o
grupo islâmico palestiniano ter declarado que tinha aceitado uma proposta de
cessar-fogo apresentada através do Qatar e do Egito.
Entretanto, as forças
armadas israelitas anunciaram hoje a reabertura da passagem de Kerem Shalom, no
sul de Gaza, um ponto de entrada de ajuda humanitária que tinha sido encerrado
há três dias.
O fecho da passagem,
pelas forças de Israel, ocorreu depois de um ataque com foguetes de
artilharia do Hamas que provocou a morte a quatro soldados israelitas.
Rafah tem sido um canal
para a ajuda humanitária desde o início da guerra e é o único ponto
por onde as pessoas podem entrar e sair do enclave.
Israel controla atualmente
todos os postos fronteiriços do território palestiniano.
ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário