Economia/”Guiné-Bissau desceu na categoria de
“baixo desenvolvimento humano”, diz relatório do PNUD
Bissau, 13 Mai 24 (ANG) – A
Guiné-Bissau “caiu” dois lugares no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em
2022, em relação à avaliação feita pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) em 2018, revelou a representante da organização,
Alessandra Casazza.
A responsável da ONU falava no
último fim de semana em Bissau na apresentação do relatório do IDH que avalia
193 países do mundo sobre os dados até 2022.
Nesse período, refere o
relatório, a Guiné-Bissau passou do lugar 177 para 179, facto que Casazza disse
ser “revelador dos desafios” nas áreas da saúde, educação e renda da população.
No relatório refere-se que a
Guiné-Bissau se situa com um “índice baixo de desenvolvimento humano” (IDH) com
o valor de 0,483 em 2022.
Em 2005, o IDH da
Guiné-Bissau era de 0,402 pontos, o que significa uma subida de 20,1%.
“Entre 2005 e 2022, a
esperança de vida à nascença na Guiné-Bissau subiu em 7,6 anos, os anos de
escolaridade esperados aumentaram em 1,8 anos e os anos médios de escolaridade
alteraram-se em 1,5 anos”, refere-se o relatório.
Até 2005, a esperança de
vida à nascença na Guiné-Bissau era de 44,7 anos.
Mesmo com essas ligeiras
subidas, a Guiné-Bissau figura no grupo 5 das avaliações, com o valor do IDH
feminino em 2022 de 0,451 enquanto o dos homens se situa em 0,523, realça o
PNUD.
Uma das razões da descida no
índice de desenvolvimento humano é o acentuar da desigualdade na Guiné-Bissau,
em 2022, que se cifra em 35,8%, o que contribuiu para uma redução do IDH em
0,310 pontos, lê-se no relatório.
O Índice de Desigualdade de
Género (GII, na sigla inglesa), que mede as desigualdades de género nas
vertentes de saúde reprodutiva, empoderamento e mercado de trabalho, coloca a
Guiné-Bissau com um valor de 0,631.
Em 2022, realça ainda o
PNUD, a Guiné-Bissau classifica-se em 159.º lugar entre 166 países cujos
índices GII foram avaliados.
Presente no ato, em
representação do Governo guineense, o ministro da Economia, Plano e Integração
Regional, Soares Sambu, afirmou que os desafios globais dos últimos anos
“tiveram impacto significativo” na economia e reflexos nos programas de saúde e
de educação.
Sambu deu como exemplos “a
crise mundial de 2008”, os “danos causados pelas alterações climáticas” dos
anos subsequentes, o “pesadelo da pandemia da covid-19” e agora o “aumento de
conflitos armados”.
Como consequência, o
governante guineense afirmou que o mundo, em geral, e a Guiné-Bissau, em
particular, foram afetados pela inflação e pelo aumento do preço dos produtos.
Soares Sambu sublinhou que a
situação “é preocupante” pelo facto de o relatório situar a Guiné-Bissau “na
parte inferior do Índice de Desenvolvimento Humano”, mas assegurou que as
autoridades do país “vão continuar a tomar medidas para melhorar a situação”.ANG/Lusa
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