Panamá/Conservador José Raul Mulino vence
presidenciais
Bissau, 06 Mai 24 (ANG) – O conservador José Raul Mulino é o
novo líder do Panamá, depois de vencer as eleições presidenciais com quase 35%
dos votos, mais nove pontos percentuais do que o segundo classificado, que já
admitiu a derrota.
O
presidente do Tribunal Eleitoral (TE), Alfredo Junca, anunciou no domingo à
noite a vitória a Mulino num telefonema transmitido ao vivo pela televisão do
Panamá.
Mulino,
antigo ministro da Segurança, de 64 anos, tinha quase 35% dos votos com mais de
92% das urnas já contabilizadas.
O
sistema eleitoral do Panamá não prevê uma segunda volta, por isso a presidência
vai para o candidato com o maior número de votos, não sendo necessário obter
mais de 50%.
“Não
me sinto encorajado por confrontos de qualquer tipo”, afirmou Mulino,
garantindo que vai procurar o consenso político e promover “um Governo que seja
a favor do setor privado”, mas sem esquecer os mais necessitados.
O
candidato de centro-direita Ricardo Lombana, que ficou em segundo lugar na
votação de domingo com um programa centrado no combate à corrupção, já falou
com os apoiantes e reconheceu a vitória de Mulino.
No
entanto, Lombana avisou o futuro chefe de Estado para não “se afastar da
vontade popular”, não “se atrever a privatizar a educação”, “usar métodos
autoritários para reprimir o povo” ou renegociar um polémico contrato de
mineração.
No
final de novembro, o Supremo Tribunal de Justiça do Panamá decidiu que a
extensão da exploração na maior mina de cobre da América Central, acordada pelo
ainda Presidente Laurentino Cortizo, era inconstitucional.
A
extensão gerou semanas de protestos e bloqueios nas principais estradas do
país.
Cerca
de três milhões de eleitores do Panamá foram no domingo às urnas para eleger o
novo Presidente do país, sucessor de Laurentino Cortizo, numa corrida que tinha
sido antecedida de uma batalha judicial.
Na
sexta-feira, o CSJ ratificou a candidatura de José Raul Mulino, substituto de
última hora do ex-presidente Ricardo Martinelli, que era o candidato
presidencial do partido Realizando Metas (RM).
Martinelli,
que governou o Panamá entre 2009 e 2014, foi condenado a mais de 10 anos de
prisão por branqueamento de capitais, e está atualmente refugiado na embaixada
da Nicarágua, país que lhe concedeu asilo político.
O
Supremo Tribunal tinha admitido uma ação de inconstitucionalidade contra a
decisão do TE de aceitar a candidatura, sob a alegação de que Mulino concorria
sem um vice-presidente e que não tinha sido eleito em primárias pelo RM.
Oito
candidatos concorreram à presidência, incluindo o antigo presidente Martin
Torrijos, pelo Partido Popular.
Além
do novo chefe de Estado, foram eleitos 20 deputados ao Parlamento
Centro-Americano, 71 deputados à Assembleia Nacional, 81 presidentes de câmara,
701 representantes municipais e 11 vereadores, para mandatos até 30 de junho de
2029. ANG/Lusa
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