Justiça/Presidente da LGDH qualifica de “ilegal, arbitrária e abusiva” a detenção de Suleimane Seidi
Bissau, 03 Out 24 (ANG) – O Presidente da Liga Guineense dos Direitos
Humanos (LGDH),Bubacar Turé qualificou de “ilegal, arbitrária e abusiva” a
detenção do ex-ministro da Economia e Finanças Suleimane Seidi pelos agentes do
Ministério de Interior, e exige a sua libertação imediata.
Em conferência de imprensa realizada quarta-feira, Bubacar Turé disse que
Suleimane Seidi foi “raptado” num dos restaurantes de Bissau e conduzido para
as instalações do Ministério do Interior, sem nenhum mandato judicial, por
isso condenou vigorosamente o ato.
Disse que o ex-governante foi
investigado no âmbito de um processo “ chamado Caso seis bilhões de francos CFA
e que foi acusado pelo Ministerio Público e se aguarda o julgamento.
Uma sessão de julgamento do caso chegou de ser convocada mas foi adiada por iniciativa do próprio tribunal.
Disse que Suleimane Seidi não representa nenhuma ameaça e nem o risco ao
processo, tanto assim que o juiz
produziu o Despacho ordenando a sua libertação.
Salientou que foi decretada a
substituição da medida de prisão preventiva para apresentação periódica, que Suleimane,
diz, tem comprido semanalmente junto ao tribunal, pelo
que não havia motivo para sua detenção neste momento.
Bubacar Turé disse que, na
prespectiva da organização que defende os direitos humanos no país,
Suleimane Seidi foi detido arbitráriamente e abusivamente a mando do regime “autoritário
e ditatorial” que tem perseguido as vozes discordantes e opositores.
Lamentou o facto de o Ministério do Interior transformar-se num “santuário
de ilegalidade, de repressão e perseguição” dos adversários politicos do atual regime.
O Presidente da Liga responsabiliza o Ministério do Interior e seus
mandantes pela vida e a integridade
fisica de Suleimane Seidi.
Para Turé, jurista de profissão, o Estado do Direito desapareceu e a Democracia
deixou de ter importância na Guiné-Bissau, porque as leis, a Constituição da
República e a ordem jurídica foram
substituidos por alegada “ordem superior”, que são “caprichos, atuações
arbitrárias, ilegais deste regime ao mais alto nívil em perseguição dos
cidadãos pelas suas opiniões politico e
partidária”.
“Não estamos a favor da impunidade, se de facto Suleimane Seidi desviou
alguma soma do erário público tem que ser responsabilizado, mas esta
responsabilização tem que ser feita nos termos previstos na lei”, defendeu
Bubacar Turé.
De acordo com o Presidente da Liga, o que se tem assistido “não é um
processo para descobrir alguma coisa, mas sim, um processo em que Suleimane é
vitima de uma “cabala politica” que pretende atingir determinadas pessoas, e tendo
lhe como um “bode espiatório”.
Segudo o advogado, Suleimane Seidi foi raptado por agentes da ordem quando
tomava café com amigos num restaurante-bar, em Bissau, sem mandado de detenção.ANG/LPG/ÂC//SG
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