Médio Oriente/Israel publica lista de 250 detidos a libertar "por razões de segurança"
Bissau, 10
Out 25 (ANG) - Israel publicou hoje uma lista de 250 "detidos por
razões de segurança" que poderiam ser libertados em troca de reféns
mantidos em Gaza, como parte do cessar-fogo, mas que exclui os principais
símbolos da luta armada palestiniana.
Os prisioneiros palestinianos que
beneficiarão do pacto estão a cumprir prisão perpétua em prisões israelitas,
embora o acordo tenha deixado de fora figuras proeminentes da política
palestiniana, como Marwan Barghouti, um dos líderes da Primeira e Segunda
Intifada e uma figura política proeminente dentro do partido Al Fatah (no poder
na Cisjordânia), ou o líder da Frente Popular de Libertação da Palestina
(FPLP), Ahmad Saadat.
Segundo a lista publicada pelo Ministério da Justiça israelita, vários altos funcionários do movimento islamita palestiniano Hamas (que controla Gaza desde 2007), como Ibrahim Hamed e Hassan Salameh, também não serão libertados, apesar da pressão do grupo armado palestiniano para obter a libertação destes representantes.
Dos 250
prisioneiros que serão libertados, estima-se que 15 serão transferidos para
Jerusalém Oriental, enquanto uma centena irá para a Cisjordânia e outros 135
serão sujeitos a deportação.
No entanto, várias
mudanças de última hora foram introduzidas ao longo desta manhã, na qual o
cessar-fogo na Faixa de Gaza também entrou em vigor, de acordo com informações
recolhidas pelo jornal The Times of Israel.
Assim, Iyad Abu
al-Rub, comandante da Jihad Islâmica na área de Jenin e condenado por
orquestrar ataques terroristas em solo israelita, deverá ser libertado,
juntamente com Mohammed Zakarne, um membro da Fatah que planeou um ataque em
2009.
A eles junta-se
Mohammed Abu al-Rub, condenado por um ataque com faca em 2017. Mahmud Qawasmi,
um alto funcionário do Hamas libertado e preso novamente em Gaza em 2024,
também será entregue.
O acordo inclui a
libertação de mais de 1.700 habitantes de Gaza detidos após o ataque do Hamas
de 07 de outubro de 2023, mas que não estiveram envolvidos nos ataques,
incluindo todas as mulheres e crianças detidas neste contexto.
Da mesma forma, por
cada refém israelita cujo corpo for entregue, Israel entregará os restos
mortais de 15 habitantes de Gaza falecidos.
Por sua vez, o
Gabinete de Informação de Prisioneiros Palestinianos, afiliado ao Hamas, disse
num comunicado que "ainda não foi alcançado um acordo sobre o conteúdo da
lista e os nomes a incluir na troca".
"Uma vez
alcançado um acordo sobre os nomes dos presos, as listas oficiais serão
publicadas na plataforma do gabinete", sublinhou.
Na madrugada de
hoje, o Governo israelita aprovou a primeira fase do acordo de cessar-fogo em
Gaza e libertação dos reféns ainda detidos pelo Hamas, impulsionado pelo
Presidente norte-americano, Donald Trump, tendo o entendimento entrado em vigor
hoje às 12h00 locais (10h00 em Lisboa).
De acordo com o
primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, dos 48 reféns (47 dos quais
raptados a 07 de outubro de 2023, durante os ataques do Hamas a Israel, que
deram início à guerra, e um soldado morto em 2014, cujos restos mortais estão
na posse do grupo extremista palestiniano), 20 estão vivos e 28 mortos.ANG/Lusa

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