quinta-feira, 23 de outubro de 2025

     Portugal/Morreu o antigo jornalista e político português Pinto Balsemão

Bissau, 23 Out 25 (ANG) - A história de Portugal dos últimos 60 anos confunde
-se com a vida de Francisco Pinto Balsemão, falecido aos 88 anos.

A sua ação foi decisiva para a consolidação da democracia depois do 25 de Abril, com a fundação do PSD, actualmente no poder, com o jornal Expresso e a primeira televisão privada no país, a SIC.

Francisco Pinto Balsemão nasceu em 1937 no seio de uma família abastada. Teve como amigo de juventude o antigo rei de Espanha, Juan Carlos, então exilado em Portugal. Depois da licenciatura em Direito e do serviço militar, durante o qual integrou o gabinete do secretário de Estado da Aeronáutica Kaúlza de Arriaga, aventurou-se no jornalismo, em 1964, no Diário Popular, onde o pai e tio eram os maiores accionistas.

Enquanto chefe de redacção introduziu rupturas na organização do jornal, abriu a redacção a jornalistas mulheres e fez a reportagem, um pouco por acaso, do Maio de 1968 em Paris. Um trabalho que a censura de Salazar impediu de publicar.

Em 1969 entrou no parlamento pela mão da União Nacional, o partido único do regime. Juntamente com Francisco Sá Carneiro, e outros jovens deputados da chamada "ala liberal", tenta mudar o país por dentro do sistema.

As suas tomadas de posição políticas e jornalísticas granjeiam-lhe inimizades na ala dura do regime. Uma operação de aquisição hostil retira-lhe o controlo do jornal Diário Popular. Sem jornal mas com dinheiro, ideias e amizades importantes, Francisco Pinto Balsemão sai da política e lança em 1973 o jornal Expresso, que viria a tornar-se uma referência do jornalismo em Portugal.

O regresso à política acontece com a revolução do 25 de Abril. Juntamente com Francisco Sá Carneiro, funda o PPD-Partido Popular Democrático, que viria a tornar-se no PSD-Partido Social Democrata. Em 1981 assume a chefia do governo, na sequência da morte do primeiro-ministro Sá Carneiro, num acidente de aviação nunca esclarecido. A última aventura política dura dois anos.

De regresso à comunicação social, desenvolve iniciativas no Expresso, onde não voltou a sentar-se na cadeira de director, e prepara o advento da televisão privada em Portugal. Em 1992 lança a SIC. E o resto é história. ANG/RFI

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