Turquia/Tribunal condena a perpétua oito responsáveis por incêndio em hotel
Bissau, 31 Out 25 (ANG) - Um tribunal turco
condenou hoje oito pessoas a prisão perpétua pela responsabilidade no incêndio
num hotel de montanha que causou a morte a 78 pessoas, 36 delas crianças, em
janeiro deste ano.
A decisão coube ao tribunal de Bolu, no norte da Turquia.
Segundo relataram os meios de comunicação turcos presentes no julgamento, entre os condenados estão o proprietário e o diretor do estabelecimento, cuja investigação feita revelou numerosas falhas no cumprimento das normas de segurança,
Um vice-presidente da câmara municipal de
Bolu e o comandante dos bombeiros da cidade foram também condenados a prisão
perpétua. O tribunal deverá pormenorizar as penas posteriormente.
No total, 32 pessoas foram julgadas,
incluindo 20 em prisão preventiva, num processo acompanhado por familiares das
vítimas, que exibiram as fotografias dos seus entes queridos à porta de um
pavilhão desportivo requisitado para acolher as audiências.
A investigação revelou que o alarme de
incêndio do Grand Kartal, um hotel de luxo na estância de esqui de Kartalkaya,
não funcionou na noite da tragédia e que algumas das instalações de gás não
cumpriam as normas de segurança.
"Tínhamos inspeções regulares",
defendeu-se durante o julgamento o proprietário do Grand Kartal, Halit Ergül,
condenado a prisão perpétua, que atribuiu a responsabilidade ao fornecedor de
gás.
"Nem sequer autorizava fogo-de-artifício
à frente do hotel durante os casamentos para evitar que as aves
morressem", afirmou perante os juízes, segundo a agência de notícias
privada DHA.
Sobreviventes e familiares das vítimas
prestaram depoimento, muitos em lágrimas, relatando o incêndio que começou num
restaurante do hotel pouco antes das 03:30 locais da madrugada de 21 de
janeiro.
"Vou ao cemitério todas as manhãs.
Nenhum psicólogo consegue aliviar uma dor destas", declarou terça-feira,
em tribunal, Hilmi Altin, que perdeu a mulher e a filha de nove anos nessa
noite, segundo relatos divulgados por vários meios de comunicação.
Famílias inteiras morreram no incêndio, cuja
fachada carbonizada ocupou as primeiras páginas da imprensa
internacional.
Outras 137 pessoas ficaram feridas.
O balanço particularmente pesado, com 78 mortos, entre os quais cerca de 30 crianças, provocou grande comoção e revolta pública, alimentada por acusações de negligência.ANG/RFI

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