quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Agricultura/Governo reconhece  esforços da Tiniguena na luta para melhoria das condições de  vida das mulheres no campo

Bissau, 22 Out 25 (ANG) – O Governo, através do Ministério da Mulher, Família e Solidariedade Social (MMFSS), reconhece os esforços da ONG “Tiniguena” e dos seus parceiros de desenvolvimento, na luta diária para a melhoria das condições de vida  das mulheres no campo e na cidade.

A afirmação é da Presidente do Instituto da Mulher e Criança, Edneusa Lopes da Cruz, feita esta quarta-feira ao presidir a cerimónia de abertura do “Forúm Nacional de Advocacia para os Direitos das Mulheres” e em representação da ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social (MMFSS).

 Edineusa Lopes assegurou que  o país está recheado de mulheres que trabalham diariamente no campo agrícola, tentando ganhar pão de cada dia, para o sustento familiar.

“Mas é necessário que essas mesmas mulheres sejam organizadas, orientadas, e suportadas com formações que visam ajudá-las na maneira de agir com o que produzem,” disse  Edineusa.

 Ela defendeu que as mulheres  devem saber como usar as cementes,  como as colheitas das frutas devem ser feitas e conservadas, para mais tarde serem comercializadas no mercado, e o dinheiro obtido na venda, como deve  ser usado  no sustento familiar.

“Falamos tanto do Governo, mas no actual contexto mundial, há países que já não falam do Governo, a não ser procurar a legalidade, porque os camponeses nesses países trabalham de uma forma autónoma e apoiados pelas ONGs que elaboram projetos financiados, para desenvolver a agricultura, e isso fará dos camponeses donos da economia”, disse Edneusa Lopes.

Para o Diretor Executivo da Tiniguena, Miguel de Barros, sem os esforços das mulheres no país, a agricultura não seria nada para os guineenses.

“Só em África, as mulheres representam 70 por cento de mão de obra na produção de alimentos, desde limpeza do lugar de cultivo, atividades de lavoura, cortes de produtos, na transportação dos mesmos, cozinha e na alimentação. Elas estão inseridas em todos esses processos de produção de alimentos”, disse Barros.

Acrescentou que os homens aparecem apenas em  três escalas: limpar os lugares de cultivo, na lavoura e na comercialização dos produtos recolhidos.

Miguel de  Barros apontou  a falta de desenvolvimento de políticas públicas, e a injustiça social e cultural como factores  que estão  a contribuir para o elevado nível da pobreza e de sofrimento com que  as mulheres de campo se deparam.

O “Fórum Nacional de Advocacia para os Direitos das Mulheres”, realizado no âmbito do projeto regional (EGALE-AO), é uma iniciativa que visa reforçar a igualdade de género através da agroecologia dirigida pelas mulheres na África Ocidental, e com o foco nas zonas rurais mais vulneráveis na Guiné-Bissau, Senegal, Burquina Faso e Togo,  é  organizado pela ONG Tiniguena, em parceria com o Governo  e terá a duração de um dia.

Os participantes do Fórum devem debater os temas: Direitos de Mulheres na agricultura, Política Pública do Estado para a proteção das mulheres no campo, e como a mudança
de clima pode afetar as mulheres camponesas.

O referido Fórum foi financiado pelo Governo canadiano, um dos parceiros da ONG Tiniguena.ANG/LLA/ÂC//SG

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