Economia/França propõe "New Deal para África
Bissau, 18 Mai
21 (ANG) - A França organiza esta terça-feira a Cimeira para o Financiamento
das Economias Africanas que conta com a presença de 17 chefes de Estado
africanos, líderes europeus e grandes instituições bancárias, como o Banco
Mundial e o Fundo Monetário Internacional.
A iniciativa do
Presidente francês é apresentada como o New Deal para África e pretende
encontrar uma solução para as economias africanas asfixiadas pela pandemia de
covid-19.
Mais de um dezena de líderes africanos,
europeus e representantes de organizações internacionais estão reunidos em
Paris para encontrar uma solução para a falta de liquidez das economias
africanas.
A iniciativa do Presidente francês é
apresentada como o New Deal para África e pretende encontrar
uma solução para as economias africanas asfixiadas pela pandemia de covid-19.
A cimeira pretende criar um "pacote
de ajuda massiva" para o continente africano e, ao mesmo tempo, lançar as
bases de um novo ciclo de crescimento, que passa pelo apoio ao sector
privado.
Em Março, face à crise económica provocada
pela pandemia de Covid-19, o Fundo Monetário Internacional ofereceu aos seus
membros os Direitos de Tiragem Especial.
Os Direitos de Tiragem Especial são
mecanismos que todos os países membros do FMI têm direito, baseados no
princípio que as reservas do FMI podem ser usadas para emitir liquidez em
tempos de crise ou em situações mais excepcionais.
Em toda a sua história, o FMI usou quatro
vezes os DTS, a última vez foi durante a crise financeira de 2008.
Desta vez, os 183 países membros do FMI
vão receber um total de DTS equivalentes a 650 mil milhões de dólares. A África
vai receber 34 mil milhões desse montante.
A ideia do Presidente Emmanuel Macron e de
outros dirigentes é de alocar os Direitos de Tiragem Especial - uma ajuda do
FMI concedida aos países em termos de liquidez e que se podem aplicar em tempos
de crise - e fornecê-los aos países mais pobres.
Carlos Lopes, antigo secretário executivo
da Comissão Económica das Nações Unidas para África, diz que "estas medidas não vão resolver os problemas
de fundo do continente, que precisaria de 200 mil milhões de dólares para poder
voltar ao nível de actividade económica que existia antes da crise".
A dívida pública africana atingiu 58% do
PIB global em 2020, um aumento de 6% comparado ao ano anterior e a taxa mais elevada
dos últimos 20 anos. Em 2020, 17 países estavam numa situação de elevado
sobreendividamento.
A questão do perdão da dívida africana
será igualmente abordada, mas essa decisão cabe aos países do G20, que no
ano passado adoptaram um novo Quadro Comum incluindo credores não pertencentes
ao Clube de Paris, como a China.
Três países africanos já pediram o
reescalonamento da dívida: o Chade, Etiópia e Zâmbia. ANG/RFI
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