Cimeira dos Oceanos/ “Não se pode seguir o mesmo caminho do comércio
internacional", diz Lula da Silva
Bissau, 09 Jun
25 (ANG) - O presidente do Brasil defendeu hoje, no arranque da cimeira de
Nice, que os oceanos não podem ser vítimas da "erosão" produzida pela
guerra comercial internacional motivada pela presidência norte-americana.
"Não podemos permitir que
aconteça com o oceano o que aconteceu com as regras do comércio internacional,
que foram tão erodidas que a Organização Mundial do Comércio (OMC) se tornou
praticamente inoperante", criticou Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente brasileiro foi um dos principais oradores na sessão
plenária de abertura da terceira Cimeira da ONU sobre os Oceanos, que se
realiza em Nice, França, até 13 de junho, e que antecede a COP 30, que será
realizada na cidade amazónica de Belém, no Brasil, em novembro.
Aludindo aos planos da administração Trump, pediu, de acordo com
a agência espanhola de notícias, a EFE, que se impeça "a corrida
predatória aos minerais" nos oceanos e adiantou que o Brasil "está
comprometido" em ratificar este ano o acordo para regular e proteger as
águas internacionais, que visa precisamente evitar a mineração no fundo do mar.
"O multilateralismo serve para superar diferenças",
insistiu Lula, que disse ter orgulho do grande espaço marítimo do seu país,
comparável à superfície das áreas verdes da Amazónia.
A cimeira, que arrancou hoje e decorre até 13 de junho e é
organizada pela França e Costa Rica, procura travar a rápida degradação dos
oceanos, essenciais para a produção de oxigénio e para a regulação do clima.
Os chefes de Estado e de Governo vão discutir temas em 10 painéis
que vão decorrer durante toda a semana e que abordarão assuntos relacionados
com o oceano, desde a poluição por plásticos à conservação e gestão sustentável
dos ecossistemas marinhos e costeiros.
A conferência reúne governos, organizações intergovernamentais,
instituições financeiras internacionais, organizações não governamentais,
organizações da sociedade civil, universidades, a comunidade científica, povos
indígenas e comunidades locais.
A presença portuguesa está assegurada pelo primeiro-ministro, a ministra
do Ambiente e Energia, o ministro da Agricultura e Mar e o secretário de Estado
das Pescas e do Mar, "refletindo o compromisso do Governo com a agenda da
conservação marinha e da economia azul sustentável", segundo o gabinete da
ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho.
Durante a conferência é esperada a apresentação do Pacto Europeu para os Oceanos, pela presidente da Comissão Europeia.ANG/Lusa

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