quarta-feira, 4 de maio de 2022

Política/ECPD exorta CEDEAO ao respeito dos princípios fundamentais que sustentam a organização

Bissau, 04 Mai 22 (ANG) – O Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos (ECPD) exortou a CEDEAO o respeito aos princípios fundamentais que sustentam a organização, proclamados no artigo 4º do tratado, nomeadamente a igualdade e interdepedência dos Estados membros, resolução pacífica dos diferendos e respeito, promoção e proteção dos direitos dos povos.

A informação consta no comunicado do ECPD, constituiídos pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC), União para Mudança(UM), Partido da Convergência Democrática(PCD), Partido Socila Democrática(PSD) Movimento Democrático Guineense(MDG) e Movimento Patriótico Guineense(Partido Manifesto de Povo(PMP), à que a ANG teve hoje acesso.

 Na missiva, o Espaço exige que a Assembleia Nacional Popular(ANP) seja ouvida e a sua resolução levada em conta na determinação  do mandato e constituição de qualquer eventual força a estacionar no território nacional.

No comunicado, o ECPD condena o que diz serem sinais de  desprezo e desconsideração à soberania da República da Guiné-Bissau, por parte das entidades promotoras da decisão.

Refere  que a soberania da Guiné-Bissau resulta de sacrefícios  consentidos, incluindo a perda de vidas humanas, por mulheres e homens conscientes do valor da sua liberdade.

Acrescenta que, em consequência e caso a ANP aprove a intenção de enviar uma força de estabilização, que seja excluida a integração de militares dos países limítrofes, para prevenir todos os riscos de interpretação duvidosa dos propósitos e não beliscar  a preservação da boa vizinhança, fraternidade e cooperação  que se deve desenvolver para o reforço das relações propícias  à manutenção da paz, da estabilidade e da segurança na Região.

Por outro lado, o ECPD exorta as instâncias da comunidade internacional, parceira da Guiné-Bissau nomeadamente a CEDEAO, UA, UE, CPLP e a ONU, a consagrarem uma maior atenção à este quadro disponibilizando assistência possivel e necessária para o esclarecimento de todas as situações  prevalecentes.

Ainda em comunicado, o ECPD saudou as Forças Armadas Revolucinárias do Povo manifestando-lhes todo o apoio e solidariedade e encoraja-as a manterem firmes e vigilantes , em defesa da sua honra e do seu juramento.

Encoraja a população guineense no país e na diáspora a se manter vigilante e mobilizada em torno das organizações políticas e da sociedade civil para exigir continuamente a consolidação do Estado de direito Democrático, na Guiné-Bissau, através da preservação das liberdades civis e dos direitos políticos de cidadãos.

Segundo o  ECPD, a primeira entrada de militares estrangeiros no território nacional ocorreu em 1998, por solicitação do então presidente João Bernardo Vieira (Nino) aos vizinhos do Senegal e da Guiné-Conacri, ao abrigo de um presumível acordo para o efeito.

Acrescenta que tal acordo era do desconhecimento geral e que não colheu o aval da Assembleia Nacional Popular (ANP), o que o levou ao  repúdio generalizado da população, e aos “acontecimentos de muito má memória” para o povo guineense, denominados " Guerra de 7 de Junho". ANG/MI/ÂC//SG

Senegal/Presidente Macky Sall diz que redes sociais são um cancro das sociedades modernas

Bissau, 04 Mai 22(ANG) – O Presidente do Senegal, Macky Sall, declarou na terça-feira que “as redes sociais se tornaram um verdadeiro cancro das sociedades modernas” e apelou à sua regulamentação através de uma lei, noticiaram hoje os meios de comunicação locais.

“O próprio Estado empreendeu uma reforma, mas quisemos esperar pelas conclusões [dos assessores de imprensa] para integrar tudo numa lei que terá de ser aprovada para regular as redes sociais e a internet de uma forma séria”, disse Sall durante a cerimónia tradicional de entrega dos cadernos de reclamações dos trabalhadores ao Presidente senegalês.

Argumentou que a regulamentação das redes sociais é necessária por “razões de segurança nacional”, mas também por “respeito pela harmonia nacional” e “pela dignidade do povo”, referindo-se aos insultos “gratuitos” que são feitos através deste canal “sob anonimato”.

“Nenhuma sociedade organizada pode aceitar o que está a acontecer aqui hoje [no Senegal]”, acrescentou.

Coincidindo com o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, Sall, que na sua conta do Twitter prestou homenagem aos jornalistas que promovem a liberdade de expressão, advertiu que 29 jornais e 450 portais de notícias num “pequeno país como o Senegal” é “simplesmente anarquia”, argumentando que ninguém tem tempo para os ler a todos.

As observações do Presidente surgem quando se aproximam as próximas eleições legislativas, marcadas para julho, e as eleições presidenciais de 2024, após a realização de eleições locais em janeiro último, há muito aguardadas após sucessivos adiamentos desde 2019.

O Senegal é conhecido pela sua estabilidade política e alternância democrática e é o único país da África ocidental que não sofreu um golpe de Estado.

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, “a consolidação democrática do país e as leis em vigor garantem a liberdade de imprensa”, mas “o pluralismo dos media senegaleses é contrariado pela predominância da política no tratamento da informação, especialmente nos jornais.

ANG/Inforpress/Lusa

 

Vº Congresso UNTG/Candidato Laureano Costa acusa a Comissão Organizadora de estar com rostos virados à candidatura de Júlio Mendonça

Bissau, 04 Mai 22 (ANG) – O candidato ao cargo de  Secretário Geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), acusou hoje a Comissão Organizadora do Vº Congresso da referida organização, de estar a favorecer o candidato cessante Júlio Mendonça.

Laureano Costa que falava à imprensa no acto de lançamento da sua candidatura para o mais alto cargo de Central Sindical UNTG, disse que a Comissão Organizadora do evento, marcado para o dia 10 de mês em curso, tem marcado reuniões secretas com o Secretário-geral Cessante.

Acrescentou  que a mesma Comissão Organizadora atribuiu maior número de delegados aos sindicatos próximos ao candidato Julio Mendonça, em detrimento dos sindicatos que acreditaram no seu projecto,que beneficiaram de menor número de delegados.

“Queremos deixar claro à Comissão Organizadora, que estamos acompanhar de perto todas as manobras que estão tentando fazer neste preciso momento, para facilitar a candidatura de Júlio Mendonça. Pertencemos todos a mesma casa, por isso queremos que tudo corra na base de tranquilidade e honestidade, porque, caso contrásrio, a nossa candidatura não vai reconhecer nenhum resultado fabricado e que não veio de vontade dos delegados”, disse Laureano Costa.

O candidato as funções de SG da UNTG concorre sob o lema: “Lutar para Construir a Dignidade da Classe Trabalhadora”.

“Sendo assim, o meu foco será virado ao aumento de salário na Função Pública, onde  o salário mínimo para todos os operários tanto servidores de Estado, assim como privados, passarão a receber 117 mil fca”, prometeu.

Laureano prometeu  que vai emepenhar-se no combater às injustiças e desigualidades,que vai  exigir justiça na distribuição da riqueza e valorizar o impacto do aumento dos rendimentos e do crescimento do emprego na vida dos trabalhadores.

“Uma das razões que obriga a inflação dos produtos de primeira necessidades no mercado, e outros problemas que também afectam a sociedade em geral, tem a ver com o abandono do Fórum de Concertação que envolve o Governo, Central Sindical e os Comerciantes. Neste fórum, as três entidades discutiam ao ponto de tentarem se entender, a fim de evitar qualquer prejuízo que possa por em causa o dia-à-dia dos trabalhadores guineenses” referiu o sindicalista.

A outra prioridade  de Laureano, caso ganhar as eleições, é reativar o referido fórum, para que a Central Sindical e o patronato, assim como outros parceiros possam reunir, de vez em quando, para evitar qualquer situação que possa prejudicar a classe e a sociedade guineense nos aspectos comerciais.

Em resposta as acusações feitas pelo candidato Laureano Costa, a Vice-Presidente da Comissão Organizadora do Vº Congesso da UNTG, Maria Oliveira Ferrage de Brito e assim como o candidato Cessante Júlio Mendonça disseram que tudo que o candidato revelou não coresponde, minimamente, a verdade.

Segundo Júlio Mendonça, o candidato Laureano devia  demonstrar aos seus associados o que pretende fazer para a defesa dos trabalhadores, e não fazer “acusações infundadas” contra a sua pessoa e a Comissão Organizadora do Vº congresso.

Maria Ferrage de Brito disse que a Comissão Organizadora está a trabalhar na base de legalidade e nega que esteja a apoiar o candidato Mendonça.

Laudelino Costa, concorre pela segunda vez ao cargo de Secretário Geral da UNTG, no  congresso que irá juntar 251 delegados, e que terá lugar no próximo dia 10 do mês em curso.ANG/LLA/ÂC//SG   

CPLP/Quadros informáticos dos parlamentos partilham práticas de gestão administrativa

Bissau, 04 Mai 22(ANG) – Quadros de informática dos parlamentos dos países de língua portuguesa encontram-se reunidos, na Cidade da Praia, para a partilha de práticas de gestão administrativa em tempos de crise.

Este XVI encontro dos quadros de informática dos parlamentos dos Países de Língua Portuguesa, que decorre entre terça e quarta-feira, na Assembleia Nacional cabo-verdiana, realiza-se sob o lema: “Os desafios e as oportunidades das TIC na administração parlamentar em tempos de crise”.

Em declarações à imprensa, a presidente da Associação dos Secretários-Gerais dos Parlamentos de Língua Portuguesa (ASG -PLP), Paula Lima, esclareceu que o encontro serve para troca de experiências entre os técnicos dos respectivos países, tendo como enfoque as novas tecnologias de informação no âmbito administrativo.

De acordo com Paula Lima, o maior desafio que se impõem tem a ver com a cibersegurança, apesar dos grandes avanços a nível das tecnologias.

No caso de Cabo Verde, referiu que, não obstante o parlamento cabo-verdiano contar com uma base de dados independente, há que sempre se precaver contra os crimes cibernéticos.

“Portanto, o desafio agora é sobretudo a nível da cibersegurança, que é fundamental para Cabo Verde assim como para os parlamentos dos países da comunidade”, notou Paula Lima, reiterando que este encontro servirá para a partilha de práticas e experiências entre os países para o aperfeiçoamento das tecnologias da informação em âmbito legislativo.

Neste particular, Paula Lima avançou que Cabo Verde quer se inteirar das técnicas de teletrabalho e das transcrições de áudios utilizadas nos outros países.

“Precisamos melhorar a nível das transcrições porque temos actas em atraso há vários anos, portanto é uma matéria importante para aperfeiçoar”, observou.

Antes da abertura do evento, que é organizado pela ASG – PLP, os quadros informáticos parlamentares foram recebidos pelo presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Austelino Correia.

ANG/Inforpress/Fim

 


Comunicação social
/Organizações da Sociedade Civil debatem à liberdade de imprensa e de expressão na Guiné-Bissau

Bissau, 04 Mai 22(ANG) – Os membros das Organizações da Sociedade Civil guineense e internacionais promoveram, esta quarta-feira, uma jornada de debate sobre  liberdade de imprensa e de expressão na Guiné-Bissau, no quadro do dia da Liberdade de Imprensa,celebrado terça-feira.

No inicio dos trabalhos, o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé  disse que a iniciativa surge  na sequência das  tentativas de limitar a liberdade de imprensa pelo atual poder politico.

 Disse que essas tentativas visam  acabar com o Estado de direito na Guine Bissau,  e diz que, se isso acontecer significa que o país caminhará para o abismo, pondo em causa os objectivos e os propósitos da luta de libertação consagrados na Constituição.

“É neste contexto, que organizamos esta conferência para demonstrar a sociedade e ao poder que a liberdade de imprensa é um valor, um direito com dignidade constitucional, e que nós não estamos disposto a abdicar dela, e estamos determinado a lutar pela sua consolidação e  sua permanência na ordem juridica guineense, e sobretudo no seu exercício”,disse.

Segundo Turé,  o relatório da Repórter Sem Fronteiras sobre a liberadade de imprensa, a nivel mundial, publicado recentemente,  confirmou aquilo que as organizações da sociedade civil guineense vem dizendo nos últimos momentos: o actual poder politico é incensível à liberdade de imprensa ou seja “tem feito tudo o que estiver ao seu alcance para restringir, cortar, limitar o livre exercicio da liberdade de imprensa na Guine Bissau”.

Perguntado  se acha que as pessoas têm medo de falar, Turé disse que sim, porque sem a liberdade de imprensa não se pode falar da liberdade de expressão, daí que é importante que todos os guineense compreendam que as ameaças e as tentativas de limitar a liberdade de imprensa  visam acabar com o áEstado de Direito na Guine Bissau, e diz que isso é “inaceitável”.

Painelistas, Salvador Gomes(Jornalista) e Lucinda Eukarie(Magistrada) apresentaram temas sobre a liberdade de Imprensa e responsabilidades jornalística e a legislação sobre a Imprensa na Guiné-Bissau respectivamente.

As comunicações ainda contaram com  apresentações  das situações de ameaças à liberdade imprensa na Sub-região Oeste -Africana e os efeitos da Rádio Comunitária Voz de Quelelé.

No final da palestra, de acordo com Bubacar Turé, vai ser criada um Observatório da liberdade de imprensa na Guiné-Bissau para acompanhar a situação da liberdade de imprensa no país.

Perguntado se sente que os jornalistas guineenses estão sensibilizados com a questão de liberdade de imprensa, disse que sim, apesar de concordar com os sindicatos do sector, qunado dizem que a instabilidade politica mina a liberdade de imprensa, devido a divisão que existe entre os profissionais,  e do “ fenômeno “jornalismo-militante”,  que de uma  forma ou  outra,  presta serviço ao poder politico, renunciando-se a missão primordial e publica que lhes é incumbida relativamente a promoção da liberdade de imprensa e de expressão.

“O importante é que os orgãos de comunicação sicial estão ao lado do Estado de Direito,  da Democracia e ao lado da promoção e defesa da liberdade de imprensa”, afirmou o vice-presidente da LGDH.  

Assegurou que os orgãos de comunicação social têm o direito de contestar o poder politico,  e que isso segnifica dar voz ao cidadão para escrutinar e acompanhar a atuação do poder, “porque as pessoas foram eleitas pelo povo e têm o direito de acompanhar as suas atuações”.

A Directora-Geral  da Associação para a Cooperação Entre os Povos ACEP, Fátima Proença disse que, depois de  a Casa dos Direitos ter estado 10 anos com o foco sobre a defesa e promoção dos Direitos Humanos, vai este ano focalizar-se na defesa e promoção da liberdade de imprensa e de expressão.

 “Porque não se trata só do direito de ter acesso à informação, do jornalista poder exercer livremente a sua profissão, mas também de ter  uma informação verdadeira, que não divide as pessoas, que não seja um factor  de ódio entre as pessoas, mas sim de um papel de serviço público, em favor da democracia e do estado de direito”, salientou.

Fátima Proença acrescentou que é sector da vida social e democratica que se sente que está em risco no país, neste momento .

“Vivemos tempos dificeis na Guiné-Bissau, em que os jornalistas estão a ser atacados, as rádios  estão a ser assaltadas, as rádios que funcionam a dezenas de anos e que foram pedidas as licenças em 72 horas para legalizar um processo para as quais as regras ainda não estão claras”, lamentou Fatima Proença.

A Directora da ACEP disse ser um debate que acontece no momento em que a Guiné-Bissau se depara com “grave” retrocesso, no dominio da liberdade de imprensa. ANG/LPG/ÂC//SG

 

          UE/Ursula von der Leyen propõe embargo total ao petróleo russo

Bissau, 04 Mai 22 (ANG) - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu esta quarta-feira,  que os 27 países da União Europeia proíbam as importações de petróleo da Rússia, num sexto pacote de sanções contra Moscovo. 

A Comissão Europeia propôs um embargo total ao petróleo russo, bem como a exclusão de novos bancos russos do sistema internacional de pagamentos bancários SWIFT ,as medidas integram o sexto pacote de sanções do bloco europeu contra a Rússia. 

Durante uma reunião do Parlamento em Estrasburgo, Ursula von der Leyen afirmou que a União Europeia vai eliminar “gradualmente o fornecimento de petróleo bruto, dentro de seis meses, e o de produtos refinados até o final do ano”.

"Será um embargo total a todo o petróleo russo, entregue por via marítima ou por oleodutos, bruto ou refinado", detalhou.

Segundo uma fonte europeia, a Hungria e a Eslováquia poderão continuar a comprar petróleo bruto até ao final de 2023, a isenção visa convencer os países mais relutantes dos 27 Estados membros.

As propostas têm de ser aprovadas por unanimidade para entrar em vigor. A presidente da Comissão Europeia admitiu que conseguir que todos os 27 países membros concordem com as sanções ao petróleo russo “não será fácil”. A medida continua a ter a forte oposição de Budapeste e Bratislava.

A União Europeia procura garantir alternativas à energia russa, dando prioridade às importações globais de gás natural liquefeito de países como Argélia, Qatar e Estados Unidos.

Apesar do desacordo entre os membros da UE sobre novas sanções energéticas, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, prometeu “quebrar a máquina de guerra russa”, afastando os países do continente do fornecimento de gás natural da Rússia.

A União Europeia vai "aumentar consideravelmente" o apoio militar à Moldávia, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, após os ataques numa região separatista deste país fronteiriço com a Ucrânia, suscitando o receio de desestabilização.

 

"Pretendemos, este ano, aumentar significativamente nosso apoio à Moldávia, fornecendo equipamentos militares adicionais às forças armadas", garantiu Charles Michel numa entrevista conjunta, em Chisinau, com o Presidente moldavo, Maia Sandu. ANG/RFI

 

 

Munícipes/Bissau acolhe  Fórum Internacional sobre a Força do Poder Local

Bissau ,04 Mai 22 (ANG) – A Guiné-Bissau acolhe desde terça-feira o Fôrum Internacional  sobre a Força do Poder Local, com o objectivo  de atrair e fomentar investimentos inovadores em capitais e tecnologias sociais, na cidade de Bissau,tida como principal polo de desenvolvimento do país.

O evento que conta com a participação dos presidentes das câmaras municipais de Lisboa, Oeiras, Rio Maior, Braga, Castelo Branco,, Águeda ambos de Portugal, Praia (Cabo-Verde) e de Dakar (Senegal) decorre sob o lema  “ Um território mais coeso, mais competitivo, mais sustentável, mais conectado e mais colaborativo”.

 Ao presidir o acto de abertura do fórum, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, em representação do Chefe do Estado, enalteceu que a administração de terrítório e das colectividades locais, representam uma responsabilidade constitucional primordial na promoção de um desenvolvimento sustentavel, atavés de uma política de ordenamento do território racional e eficiênte.

Suzy Carla Barbosa disse que tudo isso deve ser baseda numa lógica que proporciona rigor e coerência da planificação dos investimentos públicos e privados num quadro jurdico institucional favorável a requalificação da vida colectiva local.

“Cabe ao Estado guineense promover, com maior brevidade, se possível, a institucionalização e a funcionalidade das autarquias locais, com base num modelo democrático adaptado a realidade politica, económica e sócio-cultural da Guiné-Bissau, de modo a proporcionar  maior participação cidadã pro-activa na gestão dos municípios, pelo aproveitamento de experiências posítivas demonstradas em outros países lusófonos, casos de Cabo-Verde e Portugal, por isso é necessário uma descentralização administractiva  a escala nacional “,vincou.

Por seu turno, o ministro da Administracção Territorial e Poder Local disse que, no quadro do processo da descentralização administactiva, o Governo guineense tem estado a envidar esforços para completar o ciclo eleitoral previsto na lei ou seja a realização das eleições autárquicas à par das presidenciais e legislativas habitualmente realizadas.

Segundo  Fernando Dias, este Fôrum Internacional irá atrair investimentos inovadores, em capitais e técnologias sociais, nas cidades tidas como principal polo de desenvolvimento da Nação guineense, transformando a edilidade camarária num modelo do crescimento e desenvolvimento local no país .

De acordo com o Presidente da Câmara Municipal de Bissau, entidade organizadora do evento, o  Fôrum Internacional de Bissau visa ampliar e  melhorar o foco do quadro intitucional da edilidade camarária de Bissau,  para que se torne num modelo de gestão urbanístico, dotado de competência e autonomias, na mobilização de investimentos inovadores junto de operadores ecnómicos nacionais e internacionais,  impulsionando a participação activa dos cidadãos, em diversas  esferas de actuação.

O encontro de cinco dias pretende ainda maximizar conhecimentos, valores e experiências para a nova dinâmica baseada no prisma de descentralização administractiva e autarquicas, com vista ao desenvolvimento económico e social da cidade de Bissau, através de uma participação activa dos munícipes.

Participam no encontro, para além de presidentes das câmaras municipais referidos, empresários, associações de bairros e governadores regionais.ANG/MSC/AC//SG

França/CEDEAO tem "falta de legitimidade" para impor condições à Guiné Conacri, diz Fodé Mané

Bissau, 04 Mai 22 (ANG) -  A junta militar na Guiné Conacri, que levou a cabo o golpe de Estado de setembro de 2021, anunciou no fim de semana que o período de transição para a democracia se deverá fazer em 39 meses, indo contra as recomendações da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, a CEDEAO.

Segundo o professor universitário guineense, Fodé Mané, a organização tem "falta de legitimidade" para impor condições à Guiné Conacri, questionando também o envio de uma força militar para a Guiné-Bissau.

"A junta militar [da Guiné Conacri] viu uma determinada falta de legitimidade moral da CEDEAO para poder intervir, devido à sua incoerência e aos desvios dos seus próprios princípios. Então achou que devia assumir inteiramente o destino do país, elaborar o plano de transição e não obedecer à CEDEAO", afirmou o académico em entrevista à RFI.

A CEDEAO queria um período mais curto para a transição, mas o coronel Mamady Doumbouya, que após o golpe de Estado de Setembro que derrubou o Presidente Alpha Condé está à frente da Guiné Conacri, veio afirmar no sábado que o período será de 39 meses.

Fodé Mané, investigador sénior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa da Guiné Bissau e antigo diretor da faculdade de Direito de Bissau, mostra-se preocupado com a actuação dos militares, mas considera que a CEDEAO não tem mostrado coerência na sua actuação.

"A CEDEAO não demonstrou ser uma organização, pelo menos nos últimos tempos, com príncipios, cáracter e dignidade. Havia um princípio da governação que pedia a alteração das constituições dos Estados-membros para limitar mandatos dos chefes de Estado e foi a própria CEDEAO que reconheceu presidentes que têm feito este tipo de violações e esses presidentes assumiram mesmo a liderança da organização", indicou o professor universitário, em Bissau.

Esta actuação da CEDEAO é também visível, segundo o analista, no envio de tropas para a Guiné Bissau, após o alegado golpe de Estado em Fevereiro que fez vários mortos no Palácio Presidencial. Ainda sem mandato oficial, vários relatos de populares na zona de São Domingos, norte da Guiné-Bissau, na semana passada indicavam que elementos da nova força de manutenção da paz da CEDEAO já tinham entrado no país.

"Na segunda-feira passada, o porta-voz do Governo disse que o mandato e as limitações desta força vão ser definidas numa reunião a ser realizada este mês, em Acra. É aí que os chefes de Estado dos países vão definir o mandato, mas a força já está a actuar no país, ninguém sabia quem financia, nem qual é a duração. Isto só acontece na Guiné-Bissau, é uma falta de respeito para com o povo", denunciou.

Ainda segundo Fodé Mané, ao contrário de forças enviadas pela CEDEAO no passado, esta nova força não veio para proteger as instiuições e a população, mas sim para defender o poder instalado no país, com os soldados estrangeiros a misturarem-se com os soldados nacionais, algo que não acontecia nas missões passadas. ANG/RFI

 

 

terça-feira, 3 de maio de 2022

 Prevenção contra coronavirus

No plano individual deve-se  manter o distanciamento físico, usar  uma máscara,  lavar as mãos  regularmente e tossir fora do alcance  dos outros. Façam  tudo isso!

A nossa mensagem às populações e aos governos é clara. Façam tudo isso!"

                                        ( Tedros Adhanom Ghebreyesus - DG da OMS)

 
Liberdade de Imprensa/SINJOTECS preocupado com aumento do “jornalismo-militante” no país

Bissau, 03 Mai 22 (ANG)- A Presidente do Sindicato Nacional dos Jornalistas e Tecnicos da Comunicação Social (SINJOTECS )disse estar preocupada com o aumento do jornalismo-militante, na Guiné-Bissau, referindo-se aos profissionais com militância partidária declarada, publicamente, mas que continuam nas redações.

Foto Arquivo

Indira Correia Baldé que falava hoje à imprensa, no âmbito das celebrações do dia internacional da liberdade de imprensa criticou ainda aos jornalistas de terem medo de fazerem o seus trabalhos, por temerem  represálias.

“Na Guiné-Bissau, os jornalistas ou técnicos profissionais de comunicação social sentem medo de fazer um trabalho jonalistico dentro dos padões recomendados, por medo de serem retalhados ou despedidos”, disse Correia Baldé, que criticou que a liberdade de imprensa está a ser ameaçada.

Acrescentou que o fenómeno “jornalista-militante” continua a aumentar na sociedade guineense, e diz que descredibiliza o ser jornalista enquanto fazedor de opinião.

Perante esta situação, a Presidenta da SINJOTECS pediu aos jornalistas a serem profissionais comprometidos com o país, com Lei de imprensa, o Código Deontológico , a  Etica e o Estauto do jornalista, e não com indivíduos ou grupos.

Referindo-se  ao lema da jornada “Jornalismo Digital”, Correia Baldé destacou que a nova tecnologia democratizou o acesso a informação mas que também  impós vários desafios à media tradicional.

Acrescentou que as informações que  são publicadas muitas vezes são falsas e susceptíveis de  criaara conflitos.

“O papel que temos é de informar  para despertar, ajudar a população ou aos cidadãos a compreenderem os processos complicados de governação, e consciencilizá-los sobre como as decisões tomadas podem as afetar”, disse.

No âmbito dessa iniciativa da Sinjotecs,vários jornalistas, da nova e velha geração trocaram impressões sobre a necessidade de se acompanhar a evolução da digitalização enquanto jornalismo do futuro.

ANG/LPG//SG

                Mali/Junta militar rompe acordos de defesa com a França e a UE

Bissau, 03 Mai 22 (ANG) - A junta no poder no Mali anunciou no domingo que rompe os acordos de defesa com a França e os seus parceiros europeus envolvidos na luta contra os jihadistas implantados no país, após meses de um crescente mal-estar com Paris que se agudizou depois de os militares malianos terem tornado a assumir a totalidade do poder no ano passado, alguns meses apenas depois de um primeiro golpe de Estado em 2020.

Numa comunicação na televisão esta segunda-feira à noite, o porta-voz do governo maliano, o coronel Abdoulaye Maïga, anunciou que o executivo "denuncia" o acordo de cooperação em matéria de defesa concluído com Paris em 2014 assim como os Acordos do Estatuto das Forças que fixam o quadro jurídico da presença no Mali das forças francesas Barkhane e da força europeia Takuba.

Ao invocar uma "atitude unilateral" da França quando suspendeu as operações conjuntas com as forças malianas em Junho do ano passado e quando anunciou em Fevereiro a retirada das forças de Barkhane e Takuba, "novamente sem consultar o lado maliano", este responsável acusou a França de "múltiplas violações" do espaço aéreo maliano, apesar do estabelecimento pela junta de uma zona de exclusão aérea em grande parte do território.

"Á luz dessas falhas graves, bem como dos flagrantes ataques à soberania nacional do Mali, o governo da República do Mali decidiu denunciar o tratado de cooperação em matéria de defesa do dia 16 de Julho de 2014", acrescentou o coronel Abdoulaye Maïga especificando que esta decisão comunicada às autoridades francesas ontem à tarde, entra em vigor dentro de seis meses.

Já relativamente aos Acordos do Estatuto das Forças que fixam desde 2013 as modalidades da presença no país das forças Barkhane e Takuba, o porta-voz do governo maliano informou que a sua denúncia tem efeito imediato, isto numa altura em que a retirada da força francesa Barkhane, anunciada em Fevereiro, deve decorrer não de forma repentina, mas sim ao longo de 4 a 6 meses por motivos de segurança.

Isto sucede depois de meses de mal-estar entre a junta militar maliana e as autoridades francesas. Pouco depois do segundo golpe militar ocorrido em Maio de 2021, a França anunciou que pretendia a prazo reduzir os seus efetivos e redefinir a sua presença no Mali. Uma decisão que, na altura, foi qualificada de "abandono" pela junta militar.

Em Fevereiro, o embaixador francês no Mali foi expulso, numa nova expressão do mal-estar entre Paris e Bamaco, sendo que na semana passada as autoridades malianas suspenderam de forma permanente as emissões da RFI e da France 24 no seu território sob a acusação de "cobertura tendenciosa das notícias malianas". Igualmente há dias, a junta militar acusou abertamente as forças francesas de "espionagem" e "subversão" depois do Estado-maior francês ter divulgado vídeos do que afirma serem mercenários russos a enterrar corpos junto da base de Gossi, no centro do país, no intuito de acusar de crimes de guerra as forças francesas que se retiraram recentemente dessa base.

Nestes últimos meses, tanto os Estados Unidos como a França têm acusado a junta militar de recorrer a mercenários do grupo Wagner próximo do Kremlin. Acusações até agora desmentidas pelo Mali que fala de uma cooperação antiga de Estado para Estado. Entretanto, esta terça-feira, o chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov, confirmou a presença de paramilitares desse grupo tanto na Líbia como no Mali, especificando que "isto nada tem a ver com o Estado russoe que é "numa base comercial". ANG/RFI

 

 

 ONU/António Guterres pede aos militares que devolvam poder ao povo em África

Bissau, 03 Mai 22 (ANG) - O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse no domingo que as juntas militares que tomaram o poder no Mali, Burkina Faso e Guiné Conacri devem devolver o poder ao povo "no mais curto espaço de tempo".

Em Dakar, capital do Senegal, António Guterres afirmou que nos países que viveram golpes de Estado nos últimos anos como no Mali, Burkina Faso e Guiné Conacri a ordem e a democracia devem ser restabelecidos "no mais curto espaço de tempo".

"Consideramos importante continuar com o diálogo com as autoridades efectivas [em Ouagadougou, Conacri e Bamako] para instaurar o regresso à ordem constitucional no mais curto espaço de tempo", disse António Guterres em conferência de imprensa em Dakar.

Este apelo chega um dia depois de a junta militar da Guiné Conacri ter anunciado que o processo de transição para uma situação constitucional normal, com eleições, deverá durar até 39 meses, um prazo que ultrapassa em muito o período recomendado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO.

O secretário-geral das Nações Unidas felicitou ainda Macky Sall, presidente do Senegal e atual presidente da União Africana, pela actuação desta organização internacional, como "modelo de organização regional" e ainda os seus esforços na luta contra o terrorismo.

Neste périplo por África, passando a seguir pelo Níger e pela Nigéria, António Guterres pediu aos países mais ricos que "passem aos actos" e dêm finalmente aos países do Sul os fundos prometidos no acordo de Paris para promover a transição energética neste continente.

Refletindo sobre o atual momento do História coletiva, o líder da ONU disse que África sofre de uma "tripla crise", alimentar, energética e financeira agravada pelos aumentos dos preços gerados pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, sendo ainda afetada pela pandemia de covid-19, com 80% dos habitantes dos países africanos a não estarem vacinados.ANG/RFI

 

 

 
Festejos 1º de Maio e Ramadão/ Serviço de Urgência do HNSM regista duas mortes e três internados

Bissau, 03 Mai 22 (ANG) O Serviço da Urgência do Hospital Nacional Simaõ Mendes registou durante os dois dias do festejo do 1º de Maio e Ramadão, 79 casos, entre os quais 13 acidentes ,11 agressões físicas, e duas mortes resultantes de acidentes de viação.

De acordo com a enfermeira-chefe deste serviço, Signeia Samira Vaz, num balanço feito hoje à ANG , e comparativamente  ao ano passado, 2022 registou mais casos, tanto de agressões bem como de acidentes.

Signeia  Mendes aconselha a população em geral a fazerem celebrações  com moderação , evitando, o consumo excessivo de bebidas alcoolicas.

que em muita das vezes são maiores causadores das agressões ,brigas e acidentes que acabam ceifando vidas humanas.

ANG/MSC//SG

 Bruxelas/Comissão Europeia impõe novas sanções contra a Rússia

Bissau, 03 Mai 22(ANG) - A Comissão Europeia apresenta esta terça feira, 3 de Maio, o sexto pacote de medidas com impacto na economia em Moscovo. As sanções podem incluir a importação de petróleo.

Prevê-se que haja um embargo progressivo do petróleo da Rússia.

O objectivo desta medida é que a União Europeia deixe de comprar petróleo russo até ao final do ano. O chefe da diplomacia europeia adiantou que uma das novas sanções será excluir mais bancos russos do sistema bancário que permite transferências internacionais.

A Hungria declarou não apoiar a aplicação de quaisquer sanções que impossibilitem o envio de petróleo e gás russo para o país, informou o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto. O governante acrescentou que os carregamentos de petróleo russo através do oleoduto Druzhba representavam cerca de 65% das reservas de que o país necessita, garantindo não existirem rotas alternativas de abastecimento.

Por outro lado, a Eslováquia anunciou que vai procurar obter uma isenção de qualquer embargo que venha a ser aprovado, pela União Europeia, ao petróleo russo - no âmbito de um novo pacote de sanções contra a Rússia que tem vindo a ser debatido. 

A Itália pretende cortar a dependência do gás russo até o segundo semestre de 2024, afirmou o ministro da Transição Ecológica da Itália, Roberto Cingolani.

"Devemos ser autónomos no segundo semestre de 2024, podemos ficar sem importar gás russo", disse esta terça feira Roberto Cingolani em entrevista ao jornal La Repubblica.

Questionado sobre o mecanismo de pagamento de rublos proposto para o gás russo, Cingolani disse que a Comissão da Europeia tem de tomar uma decisão política "clara e inequívoca" para evitar que a responsabilidade seja transferida para os governos individuais e empresas de petróleo e gás.ANG/RFI

 

 

 
Dia dos Trabalhadores/ UNTG considera  intolerável o nivel da pobreza laboral do país

Bissau, 03 Mai 22 (ANG) – O Porta-voz  da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné(UNTG) considerou de intolerável o nível da pobreza laboral que se regista na Guiné-Bissau.

Em mensagem dirigida à classe trabalhadora guineense,  alusivo ao Dia Internacional dos Trabalhadores(1º de Maio), à que a ANG teve acesso,Malam Homi Indjai   afirma que a pobreza extrema fere a dignidade humana, mina a coesão social e a democracia e que representa  uma vulnerabilidade económica para o desenvolvimento do país.

 “Estamos a celebrar o 1º de Maio num contexto de elevado nivel de desemprego, de salário miserável e sobretudo de ataques à direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos. Num contexto de elevada inflação, ou seja elevado aumento de preços de produtos no mercado nacional”, indicou o porta-voz da Central Sindical.

Por isso, disse que  a data não deve ser apenas de comemoração, mas sim de luta, de reflexões e de reivindicação.

Exortou os trabalhadores guineenses a fazerem do 1º de Maio, um dia de reivindicação, de reflexão, sobretudo no que se deve fazer para se encontrar soluções para os desafios que o país enfrenta actualmente.

Malam Homi Indjai acusou a governo de assumir uma  postrura “irresponsável” face aos disafios das dívidas  aos trabalhdores.

Acrescentiou  que executivo tem estado a tomar medidas inapropriadas, de forma unilatreral, para manter um ambiente saúdavel de relacionamento.

O porta- voz da UNTG reafirmou a disponibilidade e o compromisso inabalável de prosseguir com os esforços para o alcance da justiça laboral, paz efetiva e duradoura, que diz serem condições essenciais para o desenvolvimento, através de diálogo franco, aberto e construtivo com todos os segmentos da  sociedade.

Malam Homi Indjai saudou à todos os trabalhadores sindicalistas e lideres sindicais pela  coragem e abnegação e pelo trabalho árduo que fazem e pede que  continuassem empenhados na produção, contribuindo para o desenvolvimento colectivo do país.  ANG/LPG//SG

 Ucrânia/Meio milhão de ucranianos foram levados à força para a Rússia – Zelensky

 Bissau, 03 Mai 22 (ANG) – O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse segunda-feira que meio milhão de ucranianos foram “levados ilegalmente para a Rússia” e que, por isso, os civis que ainda estão na fábrica siderúrgica Azovstal estão com medo de sair.

Em entrevista ao canal estatal de televisão grego ERT, Zelensky referiu que os civis de Mariupol estão com medo de entrar nos autocarros que a ONU e a Cruz Vermelha estão a disponibilizar para retirar as pessoas ainda “presas” na cidade porque têm medo de ser levados à força para a Rússia.

Zelensky sublinhou que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, garantiu, na sua visita à Ucrânia e encontro com o Presidente, na quinta-feira passada, que as pessoas que seriam retiradas daquela cidade portuária iriam para uma área controlada pelo Governo ucraniano.

“Queremos acreditar nisso”, afirmou.

O Presidente ucraniano admitiu que, apesar de a ONU estar envolvida no processo, a retirada de civis da cidade ocupada “tem sido muito difícil” e lamentou que a evacuação não inclua “soldados nem feridos”.

Um dos exemplos mais palpáveis de que a Rússia não pode ser confiável, disse Zelensky, foi o ataque com vários mísseis lançado contra Kiev durante a visita do secretário-geral das Nações Unidas, que foi à capital da Ucrânia depois de ir a Moscovo para conversar com o Presidente russo sobre a possibilidade de retirar civis das regiões ocupadas.

O líder ucraniano lembrou que há autocarros prontos para levar hoje civis da fábrica Azovstal para a cidade de Zaporijia.

“De Zaporijia em diante temos o controlo, ou seja, a partir daí somos responsáveis e podemos levá-los para um lugar seguro e dar-lhes alojamento temporário até que tenham a oportunidade de voltar”, explicou.

No entanto, até chegarem àquela cidade, a cerca de 220 quilómetros de Mariupol, os civis terão de passar por “um calvário muito difícil”, já que correm o risco de serem levados para território russo, possibilidade que, segundo referiu, explicou a Guterres durante a visita.

O secretário-geral da ONU assegurou-lhe, no entanto, que iria assumir, ele próprio e “a 100%”, a responsabilidade pela situação, adiantando que o acordo com a Rússia prevê que as pessoas retiradas cheguem a território controlado pelo Governo ucraniano.

Zelensky referiu ainda, na entrevista, estimar que os danos causados a infraestruturas pelos ataques russos representem perdas de cerca de 57 mil milhões de euros, valor que contabiliza apenas as áreas controladas pela Ucrânia, já que nos territórios ocupados “não é possível analisar nada”.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 2.700 civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5,3 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

ANG/Inforpress/Lusa