ONU/António Guterres pede aos militares que devolvam poder ao povo em África
Bissau, 03 Mai 22
(ANG) - O secretário-geral das
Nações Unidas, António Guterres, disse no domingo que as juntas militares que
tomaram o poder no Mali, Burkina Faso e Guiné Conacri devem devolver o poder ao
povo "no mais curto espaço de tempo".
Em Dakar, capital do Senegal, António Guterres afirmou que nos países que viveram golpes de Estado nos últimos anos como no Mali, Burkina Faso e Guiné Conacri a ordem e a democracia devem ser restabelecidos "no mais curto espaço de tempo".
"Consideramos importante continuar com o
diálogo com as autoridades efectivas [em Ouagadougou, Conacri e
Bamako] para instaurar o regresso à ordem constitucional no mais curto espaço
de tempo", disse António Guterres em conferência de imprensa em
Dakar.
Este apelo chega um dia depois de a junta
militar da Guiné Conacri ter anunciado que o processo de transição para uma
situação constitucional normal, com eleições, deverá durar até 39 meses, um
prazo que ultrapassa em muito o período recomendado pela Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO.
O secretário-geral das Nações Unidas
felicitou ainda Macky Sall, presidente do Senegal e atual presidente da
União Africana, pela actuação desta organização internacional, como
"modelo de organização regional" e ainda os seus esforços na
luta contra o terrorismo.
Neste périplo por África, passando a seguir pelo Níger e pela
Nigéria, António Guterres pediu aos países mais ricos que "passem
aos actos" e dêm finalmente aos países do Sul os fundos
prometidos no acordo de Paris para promover a transição energética neste continente.
Refletindo sobre o atual momento do História coletiva, o líder da
ONU disse que África sofre de uma "tripla
crise", alimentar, energética e financeira agravada
pelos aumentos dos preços gerados pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia,
sendo ainda afetada pela pandemia de covid-19, com 80% dos habitantes dos
países africanos a não estarem vacinados.ANG/RFI
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